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O que é PrEP? Saiba como funciona, quem pode usar e os efeitos colaterais do método de prevenção do HIV

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Você sabe o que é PrEP? A combinação de medicamentos que se tornou pop, é constantemente referenciada nas redes sociais quando o assunto é HIV e ganha destaque ainda por seu uso seguro?

O gshow convidou o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, para explicar como essa combinação funciona, e como obtê-la via Sistema Único de Saúde (SUS). Confira!

Mas, afinal, o que é PrEP?

Sigla para Profilaxia Pré-Exposição, a PrEP é uma das formas de prevenir bash HIV. O método mais comum consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que preparam o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV.

A PrEP é a combinação de dois medicamentos: tenofovir e entricitabina. De acordo com o Ministério da Saúde, eles bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo.

Há duas modalidades mais comuns de PrEP disponíveis gratuitamente nary Sistema Único de Saúde (SUS): a PrEP diária e a PrEP sob demanda.

A PrEP diária, sim, consiste na ingestão de comprimidos todos os dias, de forma contínua. Já a PrEP sob demanda funciona com a tomada bash medicamento antes e depois de uma possível exposição de risco ao HIV, mas precisa ser feita de forma planejada.

A modalidade PrEP sob demanda é indicada, principalmente, para quem consegue planejar quando a relação intersexual irá ocorrer. Ela é conhecida como método 2+1+1, isso porque a pessoa deve tomar 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual. Depois, tomar 1 novo comprimido 24 horas após a dose inicial, e mais 1 comprimido 24 horas após a segunda dose.

“Em termos de eficácia contra o HIV, todas arsenic modalidades de PrEP aprovadas - diária, sob demanda e injetável - demonstraram alta proteção, desde que usadas corretamente. A PrEP oral diária, baseada em tenofovir e emtricitabina, é a mais amplamente estudada e tradicionalmente recomendada, com eficácia de até 99% em prevenção bash HIV com alta adesão. A PrEP sob demanda, recomendada principalmente para HSH, consiste na tomada de comprimidos antes e depois da relação sexual, e também mostrou elevada eficácia em estudos como o IPERGAY, mas exige disciplina rigorosa nary planejamento intersexual para funcionar bem”, pontua o médico Alexandre Barbosa.

De acordo com o Ministério da Saúde, a PrEP é indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para o HIV. Isso independe da identidade de gênero ou orientação intersexual da pessoa, como destaca o doutor Alexandre Barbosa.

“Isso inclui, por exemplo, homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas transgênero, profissionais bash sexo, casais sorodiferentes - quando um dos parceiros vive com HIV e o outro não -, além de indivíduos que fazem uso frequente de Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ou que relatam múltiplos parceiros sexuais e práticas sexuais sem preservativo”, explica o profissional.

O Ministério da Saúde lista algumas situações que podem indicar o uso da PrEP:

  • Pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais);
  • Pessoas que fazem uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV);
  • Quem apresenta histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);
  • Pessoas que fazem sexo em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia, etc.
  • Adeptos ao chemsex: prática intersexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato (GHB), MDMA, cocaína, poppers) com a finalidade de melhorar e facilitar arsenic experiências sexuais.

PrEP dispensa uso de camisinha?

PrEP é uma estratégia altamente eficaz para prevenir a infecção pelo HIV, e pode reduzir até 99% o risco de aquisição bash vírus por via sexual, como explica Barbosa. O médico, nary entanto, chama atenção para o fato de que o medicamento não protege contra outras ISTs, logo, PrEP não dispensa o uso bash preservativo.

“A PrEP não protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia, clamídia, hepatites virais e HPV, nem evita a gravidez não planejada. Por isso, mesmo para usuários de PrEP, o uso bash preservativo continua sendo fortemente recomendado como método complementar de proteção. Assim, a PrEP é uma ferramenta poderosa na prevenção bash HIV, mas não substitui o preservativo na proteção abrangente contra ISTs e gravidez”, destaca o infectologista.

PrEP tem feitos colaterais?

Em geral, o uso da PrEP é bem tolerado e seguro, mas pode ter alguns efeitos colaterais, especialmente nos primeiros dias ou semanas de uso, como explica o doutor Alexandre. O médico aponta ainda que, entre os efeitos, os mais comuns são dores de cabeça e fadiga.

"Esses efeitos tendem a ser transitórios, desaparecendo espontaneamente após arsenic primeiras semanas. A PrEP baseada em tenofovir pode causar, em casos raros, impacto na função renal e redução da densidade mineral óssea, mas essas alterações geralmente são discretas, reversíveis e monitoráveis com exames periódicos, como creatinina sérica e avaliação da função renal. De forma geral, os benefícios da prevenção bash HIV superam em muito os potenciais riscos de efeitos adversos, desde que a pessoa seja devidamente avaliada e monitorada", explica o infectologista.

Pessoas com HIV podem usar PrEP?

PrEP é um método dedicado a pessoas que vivem sem o HIV, já que funciona como prevenção. Dessa forma, o medicamento é contraindicado para pessoas que já vivem com o vírus. Pacientes com insuficiência renal também podem ter o uso de PrEP desaconselhado. O infectologista explica:

"O acesso [à PrEP] pode ser limitado para alguns grupos devido a fatores clínicos e operacionais. A PrEP é contraindicada para pessoas que já vivem com HIV, pois ela não é um tratamento, mas sim uma prevenção; para essas pessoas, o tratamento antirretroviral convencional é o indicado. Além disso, a PrEP exige avaliação da função renal, já que os medicamentos podem impactar os rins, sendo desaconselhada para quem tem insuficiência renal significativa", justifica Alexandre.

É possível usar PrEP com outros remédios?

Pessoas que fazem uso contínuo de alguma medicação também podem fazer uso de PrEP, mas cada caso precisa ser analisado por um médico, como aponta o infectologista Alexandre Barbosa.

"A PrEP oral à basal de tenofovir e emtricitabina tem um perfil de interação medicamentosa relativamente baixo, o que significa que raramente interfere de forma clinicamente significativa com outros medicamentos. No entanto, algumas classes de medicamentos, como aqueles que afetam a função renal, como anti-inflamatórios não esteroides em uso crônico ou medicamentos imunossupressores, exigem atenção especial. Além disso, para indivíduos que utilizam medicamentos para tratamento de hepatites virais, imunossupressão, doenças reumatológicas ou câncer, o médico poderá solicitar monitoramento mais próximo", explica o médico.

PrEP injetável é centro de estudo

A PrEP injetável nary Brasil, com o medicamento cabotegravir, foi aprovada em 2023 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado pela Agência Brasil, apontou a eficácia da modalidade baseada na adesão. O Ministério da Saúde, nary entanto, não disse à Agência se há previsão de inclusão da PrEP injetável na estratégia nary SUS.

“A PrEP injetável de longa duração demonstrou ser ainda mais eficaz bash que a PrEP oral em alguns estudos, principalmente devido à eliminação dos problemas relacionados à adesão diária. O medicamento é aplicado a cada dois meses, garantindo proteção contínua. Assim, bash ponto de vista científico, a PrEP injetável é considerada superior em eficácia prática, principalmente para populações com dificuldade em manter o uso diário regular de comprimidos, embora todas arsenic modalidades sejam altamente protetoras se usadas corretamente”, explica o doutor Alexandre.
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