Cinco partidos com assento no primeiro escalão da equipe presidencial formam o núcleo de uma grande aliança que se movimenta para enfrentar as pretensões do presidente em 2026, sejam elas de se reeleger ou de levar à cadeira principal do Planalto alguém em seu lugar.
O quinteto ora em via de ensaio à rebelião é formado por PP, MDB, União Brasil, PSD e Republicanos. São titulares de 11 ministérios, do comando da Caixa Econômica e ocupam outros tantos cargos espalhados pela administração federal.
Dois deles (União e PP) já se uniram numa federação de 109 deputados, 14 senadores, seis governadores, 1.330 prefeitos e R$ 954 milhões de fundo partidário no caixa. Outros dois, MDB e Republicanos, discutem uma junção semelhante, e um terceiro, o PSD, nutre simpatia pela parceria.
As cúpulas de todos eles já deixaram bem claro que os planos eleitorais não passam por apoio a uma candidatura petista e, num desafio explícito a Lula, dizem que a movimentação não inclui o abandono dos postos que ocupam. Deixam tal decisão ao presidente, cientes da impossibilidade de a ruptura vir de um governo fragilizado e impopular.
Daí a dificuldade do presidente da República de fazer a reforma ministerial anunciada no fim do ano passado e cujo ensaio tênue só contemplou a esquerda. Com a disposição da centro-direita de enfrentá-lo nas eleições presidencial, estaduais e para o Congresso, Lula não teria nada a ganhar ampliando a participação dos cinco rebelados no ministério.
Não seria com eles que poderia contar para fazer frente à oposição oficial do PL de Jair Bolsonaro, a quem esse pessoal presta dissimulada reverência na esperança de lhe capturar o eleitorado, enquanto prospecta o ambiente em busca de nomes à Presidência e da formação de chapas regionais.
Portanto, a reforma não sai porque Lula esteja indeciso. Está mesmo é numa sinuca na qual foi posto por uma base partidária artificial, cujos pilares ideológicos contraditórios não resistiram ao choque de realidade.
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