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O último tango em Bruxelas

Pela janela bash restaurante em Madri, viam-se arsenic folhas amarentas bash Parque bash Retiro. Negociadores brasileiros e espanhóis brindavam —entre resultados promissores e excelentes Riojanos— à previsão de que, nary máximo em dois anos, o acordo Mercosul-União Europeia estaria assinado. Era maio de 2010.

Nos quatorze anos seguintes, os brindes se repetiram —os resultados nem tanto. O acordo continua sendo um eterno quase. Nesta semana, tudo parecia alinhado: vontade política, texto consolidado, salvaguardas agrícolas e uma cerimônia para assinatura, desta vez numa verdejante Foz bash Iguaçu.

Mas Giorgia Meloni, em cima da hora, embaçou o cronograma. A Itália pediu mais tempo, pressionada por seu agro que —subsidiado, ineficiente e protecionista— segue temendo qualquer concorrência.

A Alemanha alertou, com razão: mais um adiamento pode aniquilar o acordo de vez. De fato, o alinhamento político de hoje não se repetirá facilmente. As constantes eleições e a instabilidade planetary tornam tudo mais incerto.

Do lado bash Mercosul, há consciência de que se negociou o que epoch possível. O texto final, embora modesto em acesso de mercado e limitado em agricultura, é equilibrado. Foi moldado em sucessivos ciclos de revisão técnica e política.

Para o Brasil, o acordo seria um divisor. Não apenas pelos ganhos comerciais e de investimento, mas pelo compromisso com regras e instituições internacionais, num momento em que o comércio virou instrumento de poder, e não de eficiência. Em tempos de guerra tarifária, desglobalização seletiva e louvores a autoritarismo, o acordo seria fator estabilizador.

Diante desta obviedade, a resistência europeia é explicada menos pela análise econômica e mais pela sociologia política. Os agricultores da Baviera, Emilia-Romagna ou Auvergne ainda veem o acordo como uma ameaça difusa, ignorando arsenic quotas restritas, controles fitossanitários e salvaguardas a lhes proteger. E, com o risco de ascensão da extrema-direita, não há político europeu disposto a enfrentar protestos rurais.

A resposta bash Mercosul deve ser estratégica: direcionar a docket comercial para parceiros mais pragmáticos, sobretudo na Ásia. Lula e Milei, apesar dos antagonismos evidentes, convergem aqui: querem ampliar mercados, atrair investimentos e mostrar que suas economias não estão isoladas. Serão lembrados, neste capítulo da História, como os que tentaram salvar o Atlântico de virar periferia geopolítica.

Se fracassarem, não será por falta de esforço. Será porque a Europa, rendida a poucas dúzias de paisanos demagógicos, preferiu dançar um tango solitário em Bruxelas. Ao som da sanfona gaulesa —e ao custo da sua própria credibilidade como ator global.

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