Operadoras têm 'lucros abusivos' e comida cairá com novo VR, diz Marinho

Marinho critica a postura das empresas. "Eu entendo a chiadeira, porque vai diminuir bastante o lucro que eles estão tendo", afirmou o ministro, em visita à COP30, cúpula internacional do clima, em Belém.

Todos os indicadores que nós trabalhamos com a Receita [Federal], com a Fazenda, [mostram que] eles [operadoras] estão tendo lucros abusivos e, portanto, esse é o ajuste que eles terão que passar. Evidentemente que eles vão ter que sofrer um pouco na transição, mas depois tudo se ajusta.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho

A taxa cobrada hoje é 61% superior à do cartão de crédito, segundo pesquisa da Ipsos-Ipec. Realizada entre março e abril, a sondagem indicou que a taxa cobrada é de 5,19%, em média, chegando a R$ 6,2% em Salvador e Recife. Já a taxa média do cartão de crédito é de 3,22%; no cartão de débito é de 2%; e no Pix é de 1,64%. A sondagem ocorreu em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife, Manaus e Goiânia.

O outro ponto para a diminuição do preço na avaliação do governo é que os comerciantes receberão os pagamentos mais rápido. O decreto reduz de 30 para 15 dias o prazo para as operadoras repassarem os valores para os estabelecimentos, melhorando o fluxo de caixa dessas companhias.

O governo prevê um período de 90 dias para as empresas se adaptarem. "O restaurante vai diminuir os seus custos de transação, portanto, vai sobrar melhor condição para cuidar melhor da sua alimentação e podendo até reduzir o preço da sua alimentação", argumenta.

A ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador) diz que o argumento do governo "é falácia". "Esse valor não será repassado ao consumidor. Os vouchers representam apenas 10% das vendas em supermercados. Considerando que o gasto médio do trabalhador é de R$ 100, a redução de taxas representaria uma cifra irrisória de apenas R$ 0,20", afirmou a instituição, por meio de nota.