Marcianos são um clássico da ficção científica, e sua existência poderá ser comprovada em breve pela ciência. Diferentemente dos seres antropomórficos com olhos e cabeças enormes, a vida em Marte fora das telas teria provavelmente sido microscópica.
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) indica que Marte pode ter reunido condições favoráveis à vida microbiana nary passado.
O estudo sugere que antigos lagos marcianos, ricos em ferro dissolvido na água, poderiam ter protegido microrganismos da forte radiação ultravioleta que atinge a superfície bash planeta.
Realizado na Laboratório de Astrobiologia (AstroLab), bash Instituto de Química (IQ) da USP, a pesquisa foi divulgada em novembro na revista científica Astrobiology, especializada nary estudo da vida fora da Terra.
James Green, físico e ex-chefe da Nasa, comentou o trabalho. “A vida acaba encontrando formas de sobreviver mesmo sob intensa radiação”, afirmou em mensagem enviada aos autores, lembrando que microrganismos já foram encontrados acima da camada de ozônio da Terra, protegidos por partículas de poeira na atmosfera.
'Filtro' earthy contra os raios UV
Segundo os pesquisadores, Marte possui uma atmosfera muito fina, incapaz de bloquear a radiação ultravioleta bash tipo C, uma forma extremamente energética prejudicial aos seres vivos dos raios UV. A presença de íons de ferro na água poderia funcionar como uma espécie de “filtro natural”.
“Queríamos uma modelagem simples, que pudesse ser usada em simulações com diferentes níveis de ultravioleta e concentrações de íons de ferro”, afirmou Gabriel Gonçalves Silva, primeiro autor bash estudo, em entrevista ao Jornal da USP. Modelagem, nesse caso, significa a criação de um modelo matemático que permite simular diferentes condições ambientais sem a necessidade de experimentos diretos em Marte.
Para testar a hipótese, os cientistas realizaram experimentos em laboratório com a levedura Saccharomyces boulardii. Trata-se de um microrganismo usado como modelo científico por ser sensível à radiação ultravioleta e resistente a ambientes ácidos. Essa característica é importante, já que a água marciana bash passado provavelmente tinha alta acidez.
As amostras foram colocadas em soluções aquosas contendo diferentes quantidades de íons de ferro (Fe³⁺) e expostas a níveis crescentes de radiação.
Os resultados mostraram que mesmo pequenas concentrações de ferro foram capazes de reduzir os danos causados pela radiação. Nessas condições, os microrganismos conseguiram se reproduzir em ritmo suficiente para compensar arsenic perdas provocadas pela exposição ao ultravioleta.
Lagos rasos e condições de vida
Com basal nos dados obtidos, os pesquisadores aplicaram o modelo a cenários bash passado marciano. Eles concluíram que a profundidade mínima de água necessária para garantir proteção poderia ser bastante pequena.
Para a levedura testada, apenas 1 centímetro de água já seria suficiente.
“Como não temos acesso aos lagos marcianos, o modelo nos dá uma aproximação das condições de habitabilidade que eles podem ter oferecido”, explicou Ana Paula Schiavo, pós-doutoranda nary Instituto de Química e coautora bash estudo, ao Jornal da USP.
A pesquisa também dialoga com evidências geológicas já observadas em Marte.
Minerais como a jarosita, encontrados na superfície bash planeta, se formam na presença de água líquida rica em ferro e com alto grau de acidez. Regiões como a cratera Jezero, atualmente explorada pelo robô Perseverance, da Nasa, são apontadas como possíveis locais de antigos lagos que existiram há mais de 3 bilhões de anos. Na época, Marte ainda não havia perdido grande parte de sua atmosfera, segundo dados da própria agência espacial.
Embora o estudo não comprove que Marte tenha abrigado vida, ele reforça a ideia de que o planeta já teve ambientes capazes de sustentar microrganismos, ampliando o entendimento científico sobre a possibilidade de vida fora da Terra.

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21 horas atrás
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