Mas, afinal, por que os brasileiros que trabalham com tecnologia estão, senão otimistas, menos pessimistas em relação à IA?
Ainda mais considerando que pertencem à área que talvez mais tenha abraçado esses robôs para lidar com tarefas do dia a dia.
O que rolou?
Com o objetivo de captar os desafios no mercado de trabalho entre os profissionais de TI provocados pela IA e ajudar gestores a transformá-los em ações, a Michael Page realizou a Talent Trends Tech 2025, pesquisa que constatou o seguinte:
No longo prazo, 74% dos brasileiros não veem o uso da IA como ameaça à segurança no emprego. Mais uma vez...
- ... Os trabalhadores do país estão mais otimistas do que o restante dos latinos (73%) e muito mais confiantes do que seus colegas de profissão no mundo (60%). Além disso...
- ... Não se pode dizer que, por aqui, essa esperança de que se continuará a ter trabalho se deve ao desconhecimento da dimensão das capacidades do inimigo, já que...
- ... Do total dos respondentes brasileiros, 68% usam IA em suas funções atuais; nível superior ao relatado na América Latina e no mundo (60%). Por outro lado...
- ... A frequência com que recorrem à IA é parecida, já que 42% dos brasileiros afirmam usar ferramentas inteligentes pelo menos uma vez por dia, percentual próximo ao dos latinos (43%) e no restante do mundo (44%). Só que...
- ... Por aqui, o nível de IA sendo usada por debaixo dos panos é grande --é o chamado "shadow IA", que é quando um profissional pluga à rede corporativa uma ferramenta não autorizada pela empresa e, por não conter todas as checagens de segurança, acaba virando o terror dos gestores de TI. Mas isso não chega a ser culpa do trabalhador, já que...
- ... Entre os brasileiros, 53% dizem que as companhias fornecem ferramentas de IA, enquanto, mundo afora, esse índice é de 68%.
No longo prazo, 74% dos brasileiros não veem o uso da IA como ameaça à segurança no emprego. Mais uma vez...
- ... Os trabalhadores do país estão mais otimistas do que o restante dos latinos (73%) e muito mais confiantes do que seus colegas de profissão no mundo (60%). Além disso...
- ... Não se pode dizer que, por aqui, essa esperança de que se continuará a ter trabalho se deve ao desconhecimento da dimensão das capacidades do inimigo, já que...
- ... Do total dos respondentes brasileiros, 68% usam IA em suas funções atuais; nível superior ao relatado na América Latina e no mundo (60%). Por outro lado...
- ... A frequência com que recorrem à IA é parecida, já que 42% dos brasileiros afirmam usar ferramentas inteligentes pelo menos uma vez por dia, percentual próximo ao dos latinos (43%) e no restante do mundo (44%). Só que...
- ... Por aqui, o nível de IA sendo usada por debaixo dos panos é grande --é o chamado "shadow IA", que é quando um profissional pluga à rede corporativa uma ferramenta não autorizada pela empresa e, por não conter todas as checagens de segurança, acaba virando o terror dos gestores de TI. Mas isso não chega a ser culpa do trabalhador, já que...
- ... Entre os brasileiros, 53% dizem que as companhias fornecem ferramentas de IA, enquanto, mundo afora, esse índice é de 68%.
Por que é importante?
Os dados coletados pela Michael Page chegam quando o medo da IA no Brasil parece estar ficando no retrovisor, segundo a AI Monitor 2025, feita por Ipsos e Google em 30 países.
Segundo os dados apresentados com exclusividade no podcast Deu Tilt, do UOL, 57% dos brasileiros achavam que iriam perder o emprego para a IA em 2024. Agora, em 2025, caiu para 42%.
Por outro lado, o otimismo também diminuiu: a proporção dos que enxergam mais vantagens do que desvantagens no uso da IA recuou de 64% (2024) para 58% (2005).
Ou seja, o medo encolheu em medida inversamente proporcional à euforia. E, diante desse cenário, quem trabalha com TI está ainda menos espantado com a chegada da IA, comenta Juliana França, gerente executiva da Michael Page.
É uma combinação de conhecimento técnico, percepção de oportunidade, escassez de mão de obra e a questão cultural de adaptação. Ele tem compreensão sobre quais são as limitações da IA hoje. Além disso, o cara de tecnologia precisa estar sempre se atualizando, assim como médicos ou pessoas das finanças, mas, para ele, as mudanças são de mais curto prazo, de hoje para amanhã. Isso passa a confiança de que é esse profissional que vai pilotar essa IA.
Juliana França, gerente executiva da Michael Page
Não é bem assim, mas tá quase lá
Ok, o comentário de França vale para profissionais de tecnologia de qualquer nacionalidade. Mas o que faz o brasileiro estar ainda menos pessimista do que seus colegas profissionais de TI no mundo? Alguns observadores
"Como brasileiro, nós temos a flexibilidade e resiliência na tecnologia de entender que sempre vai ter alguma mudança, algum outro jeito de tratar uma situação adversa"
Fábio Bráz, consultor de transformação digital e professor de cursos de MBA da PUC, Mackenzie e Impacta.
"No caso do Brasil, esse desconforto dos profissionais de TI de que a IA possa ameaçar ou até substituí-lo é menor porque uma das características que, principalmente, a IA generativa traz como benefício é o uso criativo. Por ter essa escassez, a gente tem que driblar tantas dificuldades que a tecnologia talvez acene com um potencial de fazer coisas diferentes"
Gabriel Marostegam, diretor sênior de dados e IA da Avanade
Os dados mostram que os profissionais, inclusive os brasileiros, não só querem, mas esperam que as empresas invistam em IA, diz Juliana, da Michael Page.
Mas com um porém: eles querem ser incluídos, ou seja, que haja treinamento contínuo sobre as melhores formas de usar essas ferramentas.
Algumas pesquisas começam a mostrar como jovens programadores penam para encontrar ocupação.
Juliana França, da Michael Page, traz outra visão. "[A inteligência artificial] não está apenas substituindo tarefas, também redefinindo papéis e destacando habilidades humanas antes não percebidas."
Nós somos o copiloto e o piloto, porque a IA responde muitas perguntas, mas quem faz as indagações somos nós.
Juliana França, gerente executiva da Michael Page
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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