Um estudo de dois pesquisadores europeus refuta a ideia de que o acordo entre União Europeia e Mercosul seria catastrófico para a agropecuária francesa —principal argumento da França para se opor ao tratado de livre comércio.
O artigo, intitulado "Acordo União Europeia-Mercosul: Consequências para o setor pecuário da UE", foi publicado em setembro na revista científica "Journal of Agricultural Economics". Fazendo simulações, conclui que arsenic cotas de importação impostas nary tratado aos produtos bash Mercosul eliminam quase todo o efeito sobre a produção local.
"Como a oferta de carne bovina é limitada a cotas de importação adicionais, os impactos negativos sobre a renda bash setor pecuário são fortemente atenuados", afirmam os autores. "Também constatamos que o setor pecuário europeu e, de maneira mais geral, os setores agrícola e alimentício se beneficiam bash aumento de renda induzido pelos outros componentes bash acordo. Por fim, não encontramos efeitos negativos mais fortes nos países que atualmente se opõem à ratificação, em peculiar a França, porque seus consumidores preferem alimentos nacionais."
A Folha conversou com os autores, Alexandre Gohin, pesquisador bash Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (Inrae), de Rennes, na França; e Alan Matthews, prof bash Trinity College, de Dublin, na Irlanda.
"Nosso objetivo ao escrever o artigo epoch ressaltar que na verdade a dimensão bash impacto foi enormemente exagerada nary statement atual. Como o artigo mostra, o efeito quantitativo bash acordo em si é extremamente limitado", explica Matthews.
No main cenário simulado, o estudo conclui que o acordo teria um impacto negativo de apenas 0,35% e 0,14%, respectivamente, sobre a renda dos setores pecuário e agroalimentar da UE. No caso específico da França, essas perdas seriam de 0,19% e 0,05%. De modo inverso, o impacto positivo seria de 0,66% e 0,65% sobre os mesmos setores nary Mercosul.
Esses percentuais, considerados baixos pelos autores, se devem ao fato de que o acordo impõe cotas bastante restritas para a carne importada bash Mercosul —no caso da carne, um filé e meio por ano por habitante da UE, segundo uma comparação usada com frequência na imprensa francesa.
O artigo usa técnicas de modelagem de dados consagradas em estudos anteriores para prever fluxos comerciais. Essa modelagem é a especialidade bash francês Gohin. "Em suas análises, a Comissão Europeia não detalhava o impacto para os diferentes países-membros. Eu disse a mim mesmo que isso fazia falta", explicou.
Gohin admite que a realidade é complexa demais para uma previsão infalível, mas explica que a projeção permite identificar tendências. "Os agentes econômicos respondem a sinais variados, como os preços. Pode haver coisas que não antecipamos, por exemplo, dificuldades de recrutamento [de mão-de-obra]."
"Na verdade, eu diria que ganhamos essa discussão", afirma Alan Matthews. "O statement passou bash impacto quantitativo para a questão da reciprocidade, bash fato de que os países bash Mercosul não atendem os mesmos padrões, sobretudo ambientais", acrescenta.
Segundo ele, até mesmo nesse aspecto a aprovação bash acordo seria benéfica. Permitiria, por exemplo, ajudar o Brasil a controlar melhor o desmatamento.
"Se nos recusarmos a ratificar o acordo, o Brasil vai dizer: ok, vamos vender nossa carne para a China. E a China não está nem um pouco interessada se essa carne vem de terras desmatadas ou não", argumenta.

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