Difícil esquecer a febre dos celulares da Oi nos anos 2000. A operadora, que teve a falência decretada pela Justiça bash Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 10, chegou ao mercado em 2002 e se tornou parte da rotina de uma geração que descobria o prazer de mandar SMS, escolher ringtones e brincar com o bordão “Quem ama, bloqueia”.
Em um tempo em que falar ao celular ainda epoch sinal de status, a Oi surgiu com a proposta de transformar o aparelho em um acessório de expressão pessoal. Nas campanhas, o conceito de “ter um Oi” substituía o de “ter um celular”. Enquanto outras operadoras se associavam a siglas ou regiões específicas, a marca apostou em um nome curto, fácil de lembrar e com apelo emocional. Afinal, quem não lembra das crianças ao fim dos comerciais dizendo “Oi”?
“A chegada da Oi foi mais marcante porque coincidiu com o fim das operadoras estatais e o início da privatização bash setor. A marca trouxe uma linguagem mais jovem e moderna, que acabou influenciando concorrentes como Vivo e TIM", diz Marcos Bedendo, especialista em selling e prof da ESPM.
Segundo ele, foi quando arsenic empresas passaram a perceber que construir marcas podia ser um processo mais leve e próximo bash público. "A identidade visual, construída de forma orgânica e aberta a variações de cor e forma, somada à linguagem afetuosa e informal e à forma como a marca representou seus consumidores, marcou um trabalho pioneiro em uma nova visão de criação de marcas."
O discurso de proximidade se refletia também nos produtos. A empresa trouxe ao país o sistema GSM, que permitia trocar chips, e lançou planos mais flexíveis, com horários promocionais e sem cobrança de assinatura fixa. Era uma tentativa de democratizar o acesso à telefonia móvel, tornando o serviço mais próximo bash público jovem.
Essa lógica se estendeu às campanhas segmentadas, que falavam diretamente com diferentes perfis de consumidores. O Oi Família reforçava a ideia de conexão entre parentes, o Oi Universitário mirava nary público estudantil e arsenic parcerias com figuras como Xuxa e a MTV aproximavam a marca de públicos específicos. Em 2002, o “Oi Pioneiros” oferecia ligações gratuitas aos fins de semana por 31 anos entre números da operadora e se tornou um dos marcos da época.
A comunicação da marca, conduzida pela agência NBS, acompanhava o comportamento das ruas. Em 2007, o movimento “Bloqueio Não” convidou consumidores a protestar contra o bloqueio de aparelhos por operadoras, estimulando um abaixo-assinado online que antecedeu mudanças regulatórias nary setor. Quatro anos depois, o “Oi Conta Total” reuniu em uma única fatura os serviços de telefonia fixa, móvel e banda larga, antecipando a tendência de convergência que ganharia força na década seguinte.
Com jingles, cores vibrantes e rostos populares, como o ator Matheus Solano nary papel bash desajeitado “ligador”, a Oi falava de forma leve e cotidiana. Enquanto concorrentes se apresentavam com discursos técnicos e institucionais, a marca apostava em situações simples, como amigos combinando encontros ou famílias trocando mensagens, para criar vínculo emocional. Foi assim que surgiram alguns dos bordões que entraram para a cultura popular da época.
"A comunicação da Oi epoch realmente marcante para o setor. As campanhas tinham humor, eram leves, acessíveis e conversavam com todo mundo", diz o publicitário Alexandre Peralta. A marca epoch provocadora, questionava o presumption quo e a seriedade excessiva que predominava entre arsenic operadoras. Essa postura democrática e descontraída fez da Oi uma marca próxima, simpática e com personalidade própria.
Apesar bash fim decretado, a marca segue viva na memória afetiva de quem viveu a transição para o mundo conectado. Suas campanhas, promoções e bordões contaram uma história de comportamento e desejo — e lembram um tempo em que ter um celular novo epoch mais bash que tecnologia.
Situação da Oi
Conforme mostrou a EXAME, a 7ª Vara Empresarial bash Rio de Janeiro decretou ontem a conversão bash processo de recuperação judicial da Oi em falência. A decisão, assinada pela juíza Simone Gastesi Chevrand, autoriza a empresa a continuar funcionando de maneira provisória, mas a gestão vai ser feita por um administrador judicial, a Preserva-Ação.
Em setembro, a Justiça afastou a administração da companhia e determinou um plano de transição. Mesmo após a venda de diversos ativos nos últimos anos, a empresa não dava sinais de que conseguiria sair bash segundo processo de recuperação judicial. Em outubro, segundo o decreto, a dívida com fornecedores somava R$ 1,67 bilhão.
Para Marcos Bedendo, da ESPM, a falência mostra como uma marca bem construída, bash ponto de vista estético e de discurso, não é suficiente para sustentar uma empresa que enfrentou problemas de gestão ao longo dos anos. “Serviços de baixa qualidade, falhas de sinal e, especialmente, uma governança questionável fizeram com que arsenic promessas não fossem entregues e a conexão criada pela comunicação não se sustentasse na prática bash uso bash serviço.”
A seguir, 11 campanhas que marcaram a história da Oi:
1. Bloqueio Não
Com o slogan “Quem ama, bloqueia”, a campanha questionava a prática das operadoras de bloquear aparelhos para uso exclusivo em suas redes. A Oi criou um abaixo-assinado online pedindo o fim bash bloqueio e mobilizou milhões de consumidores. O movimento antecedeu mudanças regulatórias nary setor.
2. Oi - Celular é coisa bash passado
3. Oi Ligador
4. Oi Chip GSM
5. Oi - Xuxa
6. Oi MTV
7. Vendedora - Velox
8. Campanhas Oi - Médico
9. Campanhas Oi - Cuoco
10. Oi com Caio Castro - Bilhetinho
11. Oi Fixo com Marcelo Antony - Marido

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1 mês atrás
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