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Rumble: conheça a rede social que processa Alexandre de Moraes nos EUA

A plataforma Rumble se popularizou no Brasil ao mover uma ação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O processo, que se tornou público na última quarta-feira (19), alega suposta violação a soberania americana, após o jurista solicitar a remoção das contas de influenciadores que promoviam desinformação e fake news, como já ocorreu com outras redes sociais, como o X (antigo Twitter). A rede atua de forma semelhante ao YouTube, mas carece de um controle que restrinja a circulação de informações falsas na plataforma. A seguir, compreenda o caso e conheça mais detalhes sobre o Rumble.

 Divulgação/Rumble Rumble: conheça a rede social que processa Alexandre de Moraes nos EUA — Foto: Divulgação/Rumble

1. Rumble: o que é a plataforma

O Rumble foi criado em 2013 por Chris Pavlovski como uma plataforma para compartilhamento de vídeos, com foco em criadores de conteúdo independentes. Com funcionamento semelhante ao YouTube, a rede permite a divulgação de vídeos com quaisquer informações que julguem relevantes, independente da procedência ou veracidade. Assim, o app se tornou um reduto de canais considerados extremistas. Vale destacar que o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, utiliza o app, onde acumula cerca de 2 milhões de seguidores.

Uma das premissas do aplicativo, como descrito em postagem no blog oficial da rede social, é ser diferente de “big techs que continuam a abraçar a cultura do cancelamento”. Sendo assim, apesar de contar com um sistema de políticas de moderação, elas são aplicadas individualmente conforme a própria comunidade realiza denúncias, sem subordinação direta a regulamentações gerais, a menos que exigido judicialmente, como ocorreu no Brasil.

2. Rumble foi bloqueado no Brasil?

Em 2023, o STF solicitou a remoção de contas de criadores de conteúdo devido postagens consideradas antidemocráticas e por propagar desinformação, mediante a suspensão do Rumble no Brasil. Ao se recusar a acatar a decisão, a rede social decidiu encerrar as operações no Brasil, barrando o acesso de todos os brasileiros. Sendo assim, a plataforma não chegou a ser bloqueada por meio de intervenção direta das operadoras, mas está impedido de operar oficialmente no país até cumprir a medida do STF.

No entanto, no início deste mês, a rede social comunicou que voltará a operar normalmente no Brasil, mesmo sem cumprir as medidas do Supremo ou, sequer, dar um parecer sobre uma eventual revogação — que não existiu — das ordens judiciais.

3. Rumble x Alexandre de Moraes: entenda o processo

Por considerar que a decisão do STF violaria a liberdade de expressão e promoveria a censura a discursos políticos, direitos assegurados pela constituição estadunidense, o Rumble e o grupo de mídia de Donald Trump se uniram e acionaram judicialmente o ministro Alexandre de Moraes na justiça dos EUA. No entanto, juridicamente falando, não existe embasamento legal para a Justiça estadunidense suspender medidas do sistema brasileiro.

Inclusive, a decisão do supremo prevê remoção de contas somente de criadores brasileiros e não interfere diretamente nas operações da empresa ou mesmo sobre usuários estadunidenses. Após o anúncio de que a rede voltaria a operar no Brasil sem cumprir a decisão judicial, o CEO do Rumble, Chris Pavlovski, postou no X uma provocação ao ministro Alexandre de Moraes, afirmando que não iria acatar a decisão.

4. Quem é o CEO do Rumble?

Chris Pavlovski é um empresário canadense de origem macedônica, que, conforme a biografia divulgada no quadro de governança do Rumble, iniciou sua trajetória construindo sites de Internet. Antes de criar a plataforma de vídeos, o empresário chegou a fundar o Jolted Media Grupo, e foi diretor do programa de marketing do “Next Giante Leap”, da NASA, entre 2009 e 2012. Quando criou o Rumble, em 2013, a ideia era oferecer uma alternativa ao YouTube que priorizasse criadores de conteúdo independentes.

5. Qual é a relação do Rumble com a Trump Media?

A empresa cresceu a ponto de construir sua própria infraestrutura de serviços em nuvem e compartilhamento de arquivos, inclusive com suporte a streamings de vídeo em tempo real, servindo também como uma alternativa para plataformas especializadas em transmissões ao vivo, como a Twitch. Após um acordo firmado em dezembro de 2021, é o Rumble que fornece a infraestrutura de operação de algumas empresas do Trump Media & Technology Group (TMTG), como a rede social Truth Social, fundada por Donald Trump após o político e empresário ser banido das redes da Meta e Google.

Dessa forma, apesar de não haver relações diretas entre o Rumble e o TMTG, os grupos possuem uma forte parceria comercial, colocando a empresa de Pavlovski em uma posição estratégica no cenário de mídias digitais, principalmente entre os apoiadores de Trump. Por essa razão, o grupo do presidente dos EUA se juntou à ação do Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes para dar mais peso à moção.

6. Rumble pode voltar a atuar no Brasil?

É importante reforçar, no entanto, que a Justiça dos EUA não tem autonomia para interferir em decisões da Justiça Brasileira, e o retorno oficial das operações Rumble no Brasil está condicionado ao cumprimento da decisão do STF. Além disso, a rede também precisa estabelecer um escritório ou designar uma representação oficial no país, para garantir que ela opere dentro das leis do país, sendo responsabilizada legalmente quando necessário.

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