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Rússia reafirmou 'total apoio' contra bloqueio dos EUA a petroleiros, diz Venezuela

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, “expressou a firme solidariedade da Rússia com o povo da Venezuela e com o presidente Nicolás Maduro Moros, e reafirmou seu total apoio diante das hostilidades contra nosso país”, disse Yvan Gil no Telegram após uma conversa telefônica com seu colega em Moscou.

Segundo o chanceler venezuelano, Lavrov disse também que a Rússia oferecerá "todo o respaldo" às ações da Venezuela no Conselho de Segurança da ONU.

Anteriormente, a Rússia havia prometido ajudar a Venezuela contra a escalada militar e de tensões promovida pelo governo Trump, mas nunca deixou específico como. A chancelaria russa também disse na semana passada que as tensões entre os EUA e a Venezuela podem ter "consequências imprevisíveis" para o Ocidente. Mesmo com as falas, a Casa Branca disse que a Rússia não tem condições de ajudar Maduro além do plano retórico por conta da guerra na Ucrânia.

A Bloomberg afirmou que o nome do barco é o petroleiro Bella 1 e que forças americanas já teriam embarcado no navio, já a Reuters disse que a embarcação está sendo perseguida e foi interceptada, mas que a abordagem ainda não haveria ocorrido.

Veja os vídeos que estão em alta no g1

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Se confirmada, esta será a segunda apreensão de navios petroleiros perto da Venezuela apenas neste final de semana e a terceira em pouco mais de dez dias. A ação compõe uma estratégia de pressão do governo Trump contra o regime venezuelano de Nicolás Maduro. (Leia mais abaixo)

Segundo a Bloomberg, trata-se de um petroleiro que usava bandeira panamenha e estava a caminho da Venezuela para ser carregado. Um oficial do governo dos EUA afirmou à Reuters que o petroleiro está sob sanções e navega com bandeira falsa, além de acrescentar que interceptações podem assumir diferentes formas além da entrada de tropas na embarcação, como navegar ou voar próximo.

"A Venezuela vem denunciando, enfrentando e derrotando há 25 semanas uma campanha de agressão que vai desde o terrorismo psicológico até corsários que assaltaram petroleiros. Estamos preparados para acelerar a marcha da Revolução profunda", disse Maduro em suas redes sociais.

EUA interceptam terceiro navio petroleiro perto da Venezuela, dizem agências

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A apreensão de navios petroleiros faz parte da campanha de pressão do governo Trump contra o regime Maduro, que inclui uma ampla mobilização militar no mar do Caribe, sobrevoos no espaço aéreo venezuelano e bombardeios a embarcações. As interceptações, que visam estrangular a economia venezuelana, adicionaram um novo capítulo à escalada de tensões entre os dois países.

Por que os navios estão sendo apreendidos?

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela

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A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.

Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.

🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.

Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".

Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.

Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.

A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters.

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Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados.

Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima.

O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além.

Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro.

Trump e Maduro — Foto: AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez

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