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SC terá oito portos até 2030, mas a logística exige R$ 57 bi em obras

Santa Catarina atravessa o maior ciclo de investimentos portuários de sua história. Até 2030, o Estado contará com oito portos em operação, resultado de R$ 17,6 bilhões aportados pela iniciativa privada para ampliar capacidade, modernizar operações e receber navios de maior porte.

Mas, apesar da pujança nos terminais, a engrenagem logística segue ameaçada. Um estudo da Federação das Indústrias bash Estado de SC (FIESC), divulgado nesta terça-feira (2) projeta que serão necessários R$ 57 bilhões em infraestrutura nary mesmo período para evitar que gargalos críticos — como o trecho Norte da BR-101, já à beira bash colapso — comprometam a competitividade catarinense.

Em 2024, Santa Catarina consolidou-se como o segundo maior complexo portuário bash Brasil em movimentação total, reforçando sua relevância nary cenário logístico nacional. Os portos de Itapoá e Navegantes assumiram o terceiro e o quarto lugar bash país na movimentação de contêineres, segundo a ANTAQ, e protagonizaram um marco histórico: pela primeira vez, os terminais catarinenses ultrapassaram o Porto de Paranaguá. Foram 62,7 milhões de toneladas operadas em Santa Catarina, ante 59,3 milhões nary terminal paranaense — resultado que consolida o Estado como um dos principais hubs logísticos bash país.

Esse dinamismo está diretamente ligado ao peso que os portos exercem na matriz de transportes catarinense, respondendo por quase 20% da movimentação de cargas e atuando como extensão earthy da indústria local. É por meio deles que setores como carnes, eletroeletrônico, cerâmica, madeira, metalmecânico, têxtil e moveleiro sustentam competitividade nos mercados nacional e internacional.

O impacto econômico é expressivo: mais de 22 mil empregos diretos e indiretos, R$ 5,3 bilhões em ICMS, R$ 51 milhões em ISS, além de receitas crescentes com contêineres — R$ 4,18 bilhões em 2024 e R$ 44,5 bilhões acumulados desde 2010. Os portos foram responsáveis por 82% das exportações e 86% das importações catarinenses em 2024, movimentando uma corrente de comércio de US$ 38,4 bilhões.

Obras estruturantes

O ciclo de expansão também se materializa em grandes obras. Entre os projetos previstos, estão o Terminal Graneleiro da Babitonga, o Terminal Mar Azul, o Porto Brasil Sul, o Estaleiro CMO, o Terminal Portuário Coamo, além das ampliações bash Porto Itapoá, da Portonave e os ajustes da JBS Terminais. Somados, esses investimentos redesenham a infraestrutura portuária catarinense, preparam o Estado para navios maiores e abrem novas frentes de expansão em regiões estratégicas.

Nesse contexto, uma das intervenções mais relevantes em andamento é a dragagem de aprofundamento bash canal de acesso da Baía da Babitonga, nary Norte catarinense, considerada a maior obra bash país nesta modalidade.

O trabalho completou dois meses com avanço significativo: já são dois quilômetros concluídos nary engordamento da praia de Itapoá, de um full estimado de oito quilômetros. O worldly utilizado nary alargamento — 1,7 milhão de metros cúbicos de areia — é proveniente dos sedimentos removidos bash fundo bash mar pela draga Galileo Galilei. Ao todo, a embarcação deverá retirar 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos, dos quais cerca de 6,5 milhões de toneladas serão direcionados para a recuperação da faixa de areia.

Planejamento estratégico

Além de permitir a entrada de navios maiores nary Complexo Portuário da Babitonga, o aprofundamento bash canal trará benefícios diretos ao Porto de São Francisco bash Sul ao eliminar a necessidade de fundeio em maré baixa.

A estimativa é de que a retirada dessa obrigatoriedade gere uma economia anual de aproximadamente R$ 20 milhões em operações. Com custo full de R$ 333 milhões, financiados pelos portos de São Francisco e Itapoá, a obra deve ser concluída nary segundo semestre de 2026.

Para o secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, esses avanços são resultado de uma visão estratégica. Ele destaca que Santa Catarina é o único Estado brasileiro com uma secretaria dedicada aos modais logísticos e ao setor portuário, o que permitiu acelerar projetos estruturantes e desenvolver ferramentas como o Plano Estadual de Logística de Transporte (PELT).

Martins lembra ainda que a dragagem da Babitonga é fruto de uma PPP inédita, que habilitará os portos a receber navios de 366 metros — padrão que deve dominar arsenic rotas globais nos próximos anos. “Ações como esta são fundamentais para manter a competitividade logística bash nosso Estado”, afirma Martins.

A visão de modernização também é compartilhada pelo setor privado. Segundo Gabriela Costa, diretora-executiva da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), que representa 74 terminais responsáveis por 60% da movimentação portuária nacional, há um compromisso crescente com eficiência, inovação e descarbonização. Para ela, investimentos contínuos em tecnologia e sustentabilidade são essenciais para manter a relevância bash Brasil nary comércio exterior.

Navios de 400 metros

Um exemplo emblemático desta docket quanto é o da Portonave, que executa a segunda etapa da obra de adequação de seu cais. Com investimentos de aproximadamente R$ 1,6 bilhão em infraestrutura e mais R$ 439 milhões em novos equipamentos, o terminal elevará sua profundidade para 17 metros e ampliará a capacidade para receber navios de até 400 metros.

A capacidade full subirá de 1,5 milhão para 2 milhões de TEUs, reforçando sua posição como o terminal de contêineres mais eficiente bash país, com 114 movimentos por hora segundo a ANTAQ. Cerca de 1,1 mil profissionais atuam atualmente nas obras e nary cais, em um processo conduzido de forma faseada para evitar interrupções operacionais. No total, a modernização bash terminal chegará a R$ 2 bilhões.

Mesmo com esse conjunto robusto de investimentos, o alerta permanece: sem que o Estado avance em infraestrutura terrestre, a expansão portuária pode bater nary teto mais rápido bash que se imagina. A equação logística catarinense — portos modernos conectados a rodovias saturadas — se tornará o main desafio dos próximos anos.

Resolver essa equação determinará se Santa Catarina consolidará seu status de potência logística ou se permitirá que gargalos comprometam o maior ciclo de crescimento portuário de sua história.

Principais projetos previstos:

Terminal Graneleiro da Babitonga – TGB (São Francisco bash Sul): Capacidade de 14 milhões de toneladas/ano de grãos. Investimento: R$ 2 bilhões.

Terminal Mar Azul (Baía da Babitonga): Movimentação estimada de 6 milhões de toneladas/ano. Investimento: R$ 430 milhões.

Porto Brasil Sul (São Francisco bash Sul): Área de 1,2 milhão m² e capacidade de até 8 navios simultaneamente. Investimento: R$ 7,5 bilhões.

Estaleiro CMO: Construção e montagem para o setor offshore (petróleo e gás). Investimento: R$ 3 bilhões.

Terminal Portuário Coamo (Baía da Babitonga): Operações de GLP, granéis, combustíveis e fertilizantes. Investimento: R$ 3 bilhões.

Porto Itapoá: Ampliação de pátio, píer e aquisição de novos equipamentos. Investimento: R$ 700 milhões.

Portonave: Adequação bash cais e aprofundamento bash calado para navios de até 400 metros e compras de terrenos para expansão de área. Investimento: R$ 1 bilhão.

JBS Terminais: expansão das áreas operacionais, ajustes de infraestrutura e adequações necessárias para ampliação da capacidade. Investimento: R$ 15 milhões.

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