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Superquarta tem juros no Brasil e nos EUA; semana também tem inflação

Flávio Bolsonaro causa maior queda da Bolsa em cinco anos e recua em 48 horas

  • A sexta (6) registrou o pior desempenho diário do Ibovespa desde fevereiro de 2021, após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026. O índice despencou 4,31%, encerrando em 157.369 pontos. O dólar disparou 2,3%, fechando a R$ 5,43, e os juros futuros explodiram cerca de 65 pontos-base.
  • A reação do mercado refletiu o temor de que a candidatura de Flávio desmontasse o chamado "Trade Tarcísio", a aposta de que o governador de São Paulo, visto como técnico e reformista, seria o nome da centro-direita em 2026. Analistas avaliam que Flávio possui alta rejeição e baixo potencial de voto fora da base bolsonarista, o que praticamente garantiria a reeleição de Lula. Para o mercado, isso significaria mais quatro anos sem ajuste fiscal e com o país travado na polarização, afastando a pauta de reformas.
  • Dois dias depois, no domingo (8), Flávio recuou. Em entrevista após um culto, admitiu que talvez não leve a candidatura até o fim: "Eu tenho um preço para isso, eu vou negociar". Questionado se o preço seria a anistia para o pai, respondeu: "Tá quente, tá quente. Não é só isso", citando conversas com partidos do Centrão.
  • A rapidez do recuo alimentou a percepção de que o anúncio foi uma jogada para criar margem de negociação política, e não uma candidatura real. O movimento, porém, já havia causado estrago nos mercados e reforçado a desconfiança dos investidores em relação ao cenário político de 2026.

Terça traz dados do mercado de trabalho americano

  • Na terça (9), às 12h, o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA divulga o relatório JOLTS, sobre abertura de vagas e rotatividade no mercado, referente a outubro. Na leitura anterior, de setembro, foram registradas 7,23 milhões de vagas abertas, acima das 7,19 milhões esperadas pelo mercado. Para outubro, a projeção é de leve queda, para algo próximo de 7,2 milhões.
  • O JOLTS reúne dados sobre vagas abertas, contratações e desligamentos no mercado de trabalho americano. Um enfraquecimento mais acentuado do indicador ajudaria o Fed a justificar cortes adicionais de juros em 2026, enquanto um mercado ainda aquecido pode sinalizar cautela.

Decisões de juros no Brasil e nos EUA marcam a Superquarta

  • A quarta (10) concentra os principais eventos da semana, com decisões de política monetária nos dois países e a divulgação do IPCA no Brasil.
  • Às 9h, o IBGE divulga o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro. Em outubro, o índice subiu 0,09% no mês, acumulando 4,68% em 12 meses, o menor outubro desde o fim dos anos 1990 e abaixo das projeções de mercado. Para novembro, a expectativa é de alta mensal de 0,09%, com inflação em 12 meses próxima de 4,7%, ainda colada ao teto da meta.
  • O dado sai algumas horas antes da decisão do Copom sobre a taxa Selic. A manutenção dos juros em 15% ao ano é praticamente consenso entre economistas. O foco estará na comunicação do Banco Central, que deve indicar quando poderá começar um ciclo de cortes, provavelmente só em 2026, já que as expectativas de inflação seguem acima de 4,5% no Boletim Focus.
  • Nos EUA, a expectativa é de que o Fed reduza a taxa básica em 0,25 ponto percentual, indo de 3,75%-4% ao ano para 3,5%-3,75% ao ano. Seria o segundo corte consecutivo, após a redução de outubro. A decisão, porém, pode não ser unânime, com parte do comitê receosa de afrouxar demais a política monetária diante de um mercado de trabalho que só recentemente começou a esfriar.
  • Além da decisão, o Fed divulgará novas projeções econômicas e para a trajetória futura dos juros, oferecendo sinalizações importantes sobre os próximos passos da política monetária americana.
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Varejo brasileiro divulga números de outubro na quinta

  • Na quinta (11), às 9h, o IBGE divulga os dados de vendas no varejo referentes a outubro. Em setembro, o indicador registrou queda de 0,3% na comparação mensal, contrariando expectativa de alta de 0,3%. Na comparação anual, o crescimento foi de apenas 0,8%, mostrando consumo fraco.
  • Para outubro, as projeções apontam para algo entre queda de 0,2% e estabilidade no mês, com crescimento anual em torno de 0,8%. Ou seja, sem sinais de recuperação forte do varejo. O resultado reforça o quadro de desaceleração da demanda interna sob juros elevados.

Setor de serviços encerra a semana com dados no Brasil

  • Às 9h de sexta (12), o IBGE divulga o volume de serviços de outubro. Em setembro, o setor avançou 0,6% no mês e 4,1% em 12 meses, mas vinha perdendo fôlego ao longo de 2025.
  • Para outubro, o mercado trabalha com números próximos à estabilidade após a alta anterior, com risco de leve desaceleração diante da fraqueza geral da atividade.
  • Em termos anuais, a leitura deve seguir positiva, mas com crescimento menor. O setor de serviços é o maior da economia brasileira e funciona como termômetro importante da atividade interna.

Veja o fechamento de dólar e Bolsa na sexta (5):

  • Dólar: +2,31%, a R$ 5,433
  • B3 (Ibovespa): -4,31%, aos 157.369,36 pontos.
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