Interessados que operam no porto de Santos, onde fica o Tecon 10, só poderão tomar parte da primeira rodada caso se comprometam a vender todos os seus negócios no porto para terceiros independentes (sem vínculos societários).
Se não houver interessados na primeira rodada, os que já operam — desde a navegação, passando pelo carregamento (e descarregamento) de navios, e armazenamento em terminais — poderão entrar na disputa em um segundo turno.
A trava deve ser imposta como forma de impedir a chamada verticalização — quando, por atuar em vários ramos do transporte marítimo, um mesmo grupo consegue definir preços e ampliar a concentração.
Outro motivo é que outros estrangeiros interessados, mas menores do que os gigantes Maersk e TIL (controlada pela MSC) seriam derrotados em um confronto aberto por terem menos condições de ampliarem suas ofertas para arrematar o terminal.
Depois de aprovar investimento de quase R$ 1 bilhão no porto do Rio, a ICTSI (International Container Terminal Services, Inc) cogita apresentar uma proposta de mais de R$ 5 bilhões pelo Tecon 10, segundo técnicos do TCU.
O grupo filipino opera 33 terminais em 19 países, com 37 anos de atuação e presença no Brasil desde 2001, com operações nos portos de Rio de Janeiro e Suape (PE).
Pessoas próximas à ICTSI afirmam que não haveria como o grupo chegar a um lance próximo de R$ 10 bilhões — expectativa da oferta de Maersk e TIL.
Nos bastidores, técnicos da corte de contas consideram que grupos globais maiores têm fôlego financeiro para ofertarem até R$ 10 bilhões — algo que colocaria o terminal nas mãos de grupos que já estão presentes em Santos — aumentando ainda mais a concentração.
Esse também foi o modelo defendido pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e que foi fortemente criticado, por, supostamente, favorecer a participação da JBS, que ingressou nesse negócio recentemente, operando no porto de Itajaí (SC).
Maioria
A expectativa do resultado do julgamento do TCU deve ser de sete votos favoráveis ao leilão em duas fases e dois contrários (Antônio Anastasia e Aroldo Cedraz).
Anastasia é o relator do processo e, em seu voto, propôs que o leilão fosse aberto e que os interessados em participar que já atuam no porto vendam seus ativos posteriormente. Ele afirmou que a proposta de certame em duas fases é ilegal, algo de que discorda a maioria do plenário.
Os interessados na disputa também consideram essa saída muito difícil e afirmam, reservadamente, que ela seria quase impraticável porque não há como garantir que haverá compradores posteriormente em um prazo predefinido pelo tribunal. O que comprometeria o próprio leilão.
Ainda segundo ministros, o placar também pode ficar em oito a um caso Aroldo Cedraz mude seu voto. Assessores do ministro sinalizaram sobre essa possibilidade, mas os demais integrantes duvidam disso.
Na última sessão que deliberou sobre o Tecon 10, Augusto Nardes se manifestou pelo voto da maioria, mas acabou pedindo vista na última hora. Cabe a ele retomar a votação nesta segunda, apresentando sua posição definitiva. A expectativa é de que ela seja mantida. Se ele mudar de ideia, o placar passa para 6 a três, algo considerado improvável.
Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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1 semana atrás
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