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Típicas da amazônia, culturas do açaí e do cacau se adaptam ao interior paulista

Impossível comparar arsenic condições climáticas da amazônia com os extremos bash clima nary interior de São Paulo, onde a gangorra dos termômetros é a regra e arsenic tempestades se alternam com longos períodos de seca. Mas não é que os paulistas estão cultivando açaí e cacau, duas das culturas amazônicas mais emblemáticas?

O feito é relativamente recente, com os primeiros projetos comerciais lançados em 2021. Há cerca de 14 anos, os agrônomos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento bash Estado de São Paulo, estavam empenhados em descobrir uma cultura que pudesse ser consorciada com arsenic seringueiras, que se dão bem na região.

Nada dava certo, até que descobriram uma propriedade em Tabapuã, a Fazenda São Luiz, que vinha combinando seringueiras e cacau com bons resultados. Segundo Andrey Borges, analista agropecuário da Cati, foi uma surpresa e tanto.

"Muitos haviam tentado cultivar cacau em São Paulo, desde os anos 1970, mas nunca funcionava, pois faltava irrigação."

De fato, a água foi o trunfo de José Celso Dias, proprietário da Fazenda São Luiz. Antes dedicado às laranjas, o terreno já estava com o sistema de irrigação pronto.

"Em 2012, arsenic laranjas não estavam dando bom retorno e procurei alternativas que também dependessem de terreno irrigado, para consorciar com arsenic seringueiras que eu já tinha. Soube bash cacau pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) de Piracicaba e maine interessei", afirma Dias, que é presidente da Diase Construtora.

Durante um ano e meio, ele viajou à Bahia, visitou a Comissão Executiva bash Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e analisou variedades de cacau resistentes, que tinham maior potencial de adaptação às condições paulistas.

Dias selecionou dez variedades e plantou 3.000 mudas, mas foi reduzindo o cardápio aos poucos. Hoje, está só com os clones CCN 51 e PS 1319. "Fiz contato com arsenic indústrias processadoras, e essas variedades são arsenic mais buscadas", diz.

Para dar certo nary braseiro bash noroeste paulista, o cacau não depende só de água —sombras são fundamentais, como Dias descobriu na prática. Os primeiros pés, plantados a pleno sol, não vingaram. "Nossa radiação star equivale à bash Ceará."

A solução foi sombrear arsenic mudas, de forma provisória, com bananeiras. Agora, os 90 mil pés de seringueiras estão bem maiores e já garantem o sombreamento necessário.

AÇAÍ

A 50 quilômetros da Fazenda São Luiz, o produtor Nelcindo Gonsalez, ex-executivo da mineradora Vale, apostou em outra cultura amazônica, o açaí. A opção foi 100% afetiva. "Morei nary Pará por 28 anos e maine habituei a comer açaí fresco, batido na hora, todos os dias", explica.

A variedade genética BRS Pai D’Égua, desenvolvida pela Embrapa Amazônia Oriental, prometia adaptabilidade ao terreno irrigado artificialmente e se mostrou uma opção acertada. O plantio, iniciado há cerca de dez anos, já chegou a 12 hectares.

O espaçamento de 6 x 5 metros permite que arsenic árvores recebam bastante luz star e facilita a colheita, já que falta aos paulistas a expertise dos paraenses para subir nos açaizeiros —uma plataforma pantográfica, adaptada a um trator, permite colher os frutos.

Outra adaptação que se mostrou importante foi o reforço na polinização. Caixas de abelhas Apis melífera foram posicionadas em uma área de proteção ambiental, enquanto colmeias de abelhas nativas sem ferrão ficam nary meio da lavoura.

"A produtividade, em São Paulo, nunca vai ser igual, porque o Pará não tem o frio daqui. Consigo de 5 a 6 toneladas por hectare, mas chegaria a 15 na amazônia", compara Gonsalez.

Desde 2019, a Cati estimula o plantio de cacau nary interior bash estado através bash programa Cacau SP. De acordo com Fernando Miqueletti, chefe da divisão da Cati de São José bash Rio Preto, 119 propriedades, em 66 municípios, já produzem cacau, totalizando 500 hectares.

As duas maiores regiões produtoras bash estado são a Noroeste, com destaque para São José bash Rio Preto e arredores, e o Vale bash Ribeira. Embora otimistas, os agrônomos são cautelosos ao avaliar resultados.

"Os pioneiros nos mostram que o cacau é viável em São Paulo, assim como o açaí. Mas, como a maioria dos projetos comerciais é de 2021 para cá, precisamos analisá-los por mais alguns anos", afirma Andrey Borges.

A cautela da Cati não reduz o ânimo de Marcelo Gumiero, que está apostando alto nary cacau e nary açaí em sua propriedade de Valentim Gentil, também nary noroeste paulista.

Fundador da Agrovalores, que atua nary mercado de commodities, ele já enfrentou uma perda de 70% das primeiras mudas plantadas em razão bash frio, das geadas e da seca. Mas não pretende tirar o pé bash acelerador. Até agora, R$ 2 milhões já foram investidos.

Seu plano é chegar a 5.000 pés de açaí e 12 mil de cacau —falta pouco. Uma unidade industrial, ao custo de mais R$ 1,5 milhão, vai beneficiar arsenic amêndoas de cacau e produzir cocoa para o mercado. O açaí ele pretende transformar em polpa para a indústria de sorbets.

A empresa já tem nome, marca registrada e site, Gumkee, e não deve se limitar a essas duas culturas. Em breve, arsenic bananeiras plantadas para sombreamento serão substituídas por pimenta-do-reino e baunilha, produtos de maior valor agregado.

Enquanto arsenic primeiras safras não vêm, Gumiero montou uma unidade concern menor, na vizinha José Bonifácio, que já está beneficiando cacau de outros produtores da região. E ele sonha alto. "Até o fim de 2027, quero que esteja tudo pronto, com capacidade para moagem de 40 toneladas de amêndoas de cacau por ano e de processamento de mais 40 toneladas de açaí. "

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