10 fake news inusitadas que todo mundo caiu em 2025

Um vídeo que mostrava uma criança ajoelhada e orando em um elevador supostamente travado emocionou usuários nas redes sociais. As imagens foram compartilhadas como se fossem reais e recentes, acompanhadas de mensagens religiosas e pedidos de oração. No entanto, a gravação foi criada com inteligência artificial. Além de inconsistências visuais, não foram encontradas matérias ou registros de fontes confiáveis sobre o episódio, o que seria esperado em um caso inusitado como esse. A falta de identificação da criança, do local ou de qualquer contexto é também um forte indício de que o conteúdo foi fabricado artificialmente.

O termo “Ozempic face” se popularizou nas redes para descrever uma suposta flacidez facial causada pelo uso de canetas emagrecedoras, como Ozempic, Mounjaro e Wegovy. Influenciadores e anúncios alarmistas reforçaram a ideia de um efeito colateral grave e inevitável. Médicos e especialistas já desmentiram a informação, explicando que mudanças no rosto estão relacionadas à perda rápida de gordura, que diminui o volume facial, e não ao medicamento em si. Não há comprovação científica de que o remédio cause esse efeito de forma direta. Além disso, essa aparência consequente do emagrecimento pode ser tratada caso o paciente deseje.

Um vídeo que mostra um cavalo subindo em cima de vários carros e causando destruição em uma rua viralizou como um suposto caso real ocorrido no Brasil. As imagens chamaram atenção pelo comportamento improvável do animal. O conteúdo, porém, foi produzido com uso de IA. Análises apontaram falhas de movimento e iluminação, além da ausência de registros oficiais sobre o suposto incidente. O professor Biólogo Henrique postou as imagens em suas redes, explicando porque o vídeo se tratava de uma criação de inteligência artificial.

Circulou nas redes sociais a afirmação de que o uso de paracetamol, inclusive durante a gestação, estaria relacionado ao desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A desinformação ganhou força a partir de declarações de lideranças políticas e conteúdos virais que ignoram evidências científicas, o que gerou preocupação entre gestantes e famílias e incentivou a recusa de tratamentos comuns para dor e febre. O Ministério da Saúde esclareceu que não existe qualquer comprovação científica que associe o paracetamol ao autismo. O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento com múltiplas causas e manifestações, afetando cerca de uma em cada 100 crianças no mundo, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse tipo de boato é perigoso para a saúde pública, pois pode levar à interrupção de tratamentos seguros e eficazes, além de reforçar estigmas contra pessoas autistas e suas famílias.

Vídeos que supostamente mostrariam bastidores de filmes famosos, como Titanic (1997), Homem-Aranha (2002) e Harry Potter e a Câmara Secreta (2002), viralizaram no X (antigo Twitter) e no Instagram no início de dezembro. Grande parte das postagens nas redes sociais não informava que o conteúdo havia sido produzido com inteligência artificial. Apesar de alguns usuários apontarem o uso da tecnologia nos comentários, muitas pessoas acreditaram na autenticidade dos vídeos. No entanto, a checagem do G1 mostrou que os conteúdos foram gerados com IA do Google. Os materiais foram submetidos ao SynthID, ferramenta que identifica vídeos criados com essa tecnologia, e confirmou a presença da marca d’água digital. No caso de Harry Potter, por exemplo, o vídeo simula uma interação entre Daniel Radcliffe e um ator que interpretaria o Dobby, personagem que, na época, era totalmente criado por efeitos visuais. Essa foi mais uma evidência de que as cenas não eram reais.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais afirmava mostrar uma paralisação de caminhoneiros no Rodoanel Sul, em São Paulo, ocorrida no dia 04 de dezembro e alertava para a compra de mantimentos, sugerindo um possível desabastecimento. As imagens exibiam trechos de uma reportagem com helicóptero sobrevoando a região e mostravam longas filas de caminhões ocupando as faixas da via, o que levou parte dos usuários a acreditar que se tratava de um protesto recente. A informação, porém, é falsa. Segundo o G1, o vídeo não é atual e foi gravado em 24 de maio de 2018, durante uma greve nacional dos caminhoneiros motivada pelo aumento do preço do óleo diesel. O conteúdo foi retirado de uma cobertura exibida na época pelo Jornal Hoje e reapresentado fora de contexto, com manipulação por IA. Procurada, a concessionária SPMar, responsável pelo trecho Sul do Rodoanel, afirmou que não houve qualquer paralisação de caminhoneiros no local em 2025.

Um vídeo que mostra um cachorro caramelo supostamente impedindo que um carrinho com um bebê caia em uma área alagada viralizou nas redes sociais e emocionou milhares de pessoas. Publicado nas redes no fim de setembro, o conteúdo simula imagens de uma câmera de segurança, com data e horário na tela. Na cena, uma mulher aparece de costas, lavando roupas, enquanto o carrinho começa a deslizar em direção à água. Em seguida, o cachorro corre e “salva” o bebê, em uma sequência que parece espontânea e realista. Contudo, a gravação é falsa. A equipe do G1 analisou o conteúdo com a ferramenta do Google SynthID Detector e confirmou que o vídeo foi criado com IA. Apesar de alguns comentários questionarem a veracidade das imagens, muitas pessoas demonstraram acreditar que se tratava de um resgate real.

Um vídeo que mostrava um suposto "canguru de apoio emocional" impedido de embarcar em um avião viralizou nas redes sociais e acumulou mais de 11 milhões de visualizações. Na cena, o animal aparece ao lado de uma passageira que discute com uma funcionária do aeroporto, segurando um cartão de embarque e usando um acessório semelhante ao utilizado por animais de suporte. Publicado no X (antigo Twitter) e no Instagram, o conteúdo comoveu usuários, que questionaram se o episódio era real, apesar de a legenda de alguns posts já mencionar o uso de inteligência artificial. O G1 submeteu o vídeo a ferramentas de detecção de IA, como o Hive Moderation, que apontou 99,9% de chance de o conteúdo ter sido criado artificialmente, além de análises de áudio que indicaram tratar-se de um deepfake. A origem do vídeo foi rastreada até a conta Infinite Unreality, que se descreve como produtora de efeitos visuais.

Circulou nas redes sociais a informação de que uma nova regra da Receita Federal passaria a monitorar automaticamente todas as transações feitas via Pix, cruzando os dados diretamente com a declaração do Imposto de Renda para identificar inconsistências. O boato gerou preocupação entre usuários, que passaram a acreditar que qualquer movimentação pelo sistema poderia resultar em fiscalização imediata ou cobrança de impostos. Mas não havia regra específica para monitorar o Pix. Além disso, a Receita Federal não acompanha transações individuais feitas por nenhum meio de pagamento.

Em agosto, foi publicada uma norma que determina que fintechs e outras instituições financeiras informem movimentações acima de R$ 5 mil de pessoas físicas, independentemente de serem feitas por Pix, TED, DOC, cartão ou outros meios, prática que já era adotada por bancos tradicionais. O objetivo é combater fraude e sonegação e a regra não tem relação com isenção do Imposto de Renda nem cria qualquer tipo de taxação sobre o Pix.

Circulou nas redes sociais um áudio atribuído ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no qual ele supostamente parabeniza um “ministro” pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O conteúdo foi compartilhado como se fosse uma gravação real, gerando reações políticas e comentários de usuários que acreditaram na veracidade da fala. A gravação, no entanto, é falsa. O áudio foi manipulado com o uso de inteligência artificial e não corresponde a nenhuma declaração oficial do presidente. Não há registro de Lula fazendo esse tipo de comentário, nem confirmação por órgãos oficiais ou veículos de imprensa.

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