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8 dicas 'de ouro' para gastar menos luz mesmo com o ar ligado direto!

Com a chegada do verão, o ar-condicionado deixa de ser um item de luxo e se torna um aliado essencial do dia a dia. O problema é que, junto com o alívio do frescor, muitas vezes vem o desespero de ver a conta de luz mais alta. Afinal, muita gente ainda acredita que a única forma de economizar é passando calor ou desligando o aparelho a cada cinco minutos.

A verdade, porém, é bem diferente: a engenharia moderna mostra que a economia real não vem da privação, mas do uso inteligente. Manter o aparelho ligado de forma contínua, por incrível que pareça, pode sair muito mais barato do que o hábito do “liga e desliga”, que força o motor ao limite. Pensando nisso, o TechTudo preparou um guia com dicas para você ligar o aparelho sem se preocupar com o bolso. Confira!

 como fazer com que o aparelho não seja o vilão da conta de luz durante o verão? Veja dicas — Foto: Letícia Rosa/TechTudo Ar-condicionado: como fazer com que o aparelho não seja o vilão da conta de luz durante o verão? Veja dicas — Foto: Letícia Rosa/TechTudo

Ar-condicionado: como usar sem arrasar a conta de luz?

Manter a casa fresca sem estourar o orçamento exige estratégia e conhecimento técnico. Para saber como otimizar o uso do seu ar-condicionado e economizar de verdade na conta de luz, veja os tópicos que serão abordados nesta lista:

  1. Prefira aparelhos inverter
  2. Faça a manutenção periódica
  3. Limpe os filtros uma vez por mês
  4. Evite acionar o liga/desliga repetidamente
  5. Em dias úmidos, opte pelo modo Dry
  6. Mantenha portas e janelas bem fechadas
  7. Ajuste a temperatura para 23 °C
  8. Acompanhe o consumo na conta de luz

1. Prefira aparelhos inverter

A primeira e mais impactante dica é a escolha da tecnologia do equipamento. Os modelos convencionais (On/Off) funcionam de forma binária: o compressor liga na potência máxima até atingir a temperatura desejada e, em seguida, desliga completamente. Esse ciclo provoca picos de energia a cada partida, consumindo muito mais eletricidade. Por outro lado, a tecnologia Inverter utiliza um variador de frequência para controlar a velocidade do motor. Ele nunca desliga totalmente, apenas desacelera para manter a temperatura estável.

Essa modulação contínua é o segredo da eficiência. Como o compressor Inverter evita os picos de partida e opera na maior parte do tempo em baixa rotação, ele consome menos energia para manter o ambiente fresco. Estudos indicam que essa tecnologia pode reduzir o consumo em até 40% a 50% em comparação aos modelos convencionais. Além disso, garante maior estabilidade térmica, evitando oscilações de temperatura.

 Reprodução/TechTudo Modelos inverter podem economizar mais energia — Foto: Reprodução/TechTudo

Embora o custo inicial de um aparelho Inverter seja mais alto, o investimento compensa rapidamente. Em um uso diário de oito horas, a economia na conta de luz pode recuperar a diferença de preço em cerca de um ano. Além disso, a operação mais suave reduz o desgaste das peças, prolongando a vida útil do equipamento e proporcionando um funcionamento muito mais silencioso.

2. Faça a manutenção periódica

Um ar-condicionado é uma máquina térmica que precisa estar limpa para funcionar corretamente. As serpentinas do evaporador (unidade interna) e do condensador (unidade externa) são projetadas para trocar calor com o ar, mas com o tempo o acúmulo de poeira, fuligem e gordura forma uma barreira isolante nessas superfícies. Esse fenômeno, conhecido como fouling, reduz a eficiência da troca térmica e força o compressor a trabalhar mais para entregar a mesma refrigeração.

Essa perda de eficiência se reflete diretamente no consumo de energia. A sujeira na unidade externa é especialmente crítica: se o condensador estiver obstruído, o gás refrigerante não consegue liberar calor para o ambiente, elevando a pressão do sistema e fazendo com que o compressor consuma muito mais eletricidade. Por isso, a manutenção profissional anual é indispensável para quem quer economizar. Durante a limpeza, o técnico utiliza produtos específicos que removem a sujeira incrustada e restauram a capacidade original de troca de calor, garantindo que o equipamento volte a operar com desempenho máximo.

 Divulgação/Freepik Limpezas periódicas ajudam a evitar acumulo de sujeiras — Foto: Divulgação/Freepik

3. Limpe os filtros uma vez por mês

Os filtros de ar têm a função de capturar partículas de poeira, mas, à medida que ficam sujos, começam a bloquear a passagem do ar, criando uma resistência física. Com isso, o motor do ventilador precisa fazer mais força para puxar o ar através da barreira de sujeira, aumentando instantaneamente o consumo de energia elétrica.

Essa restrição de ar não afeta apenas o ventilador: todo o ciclo de refrigeração sofre impacto. Com menos ar passando pela serpentina interna, a troca de calor diminui drasticamente, o que pode levar ao congelamento da unidade e fazer com que o compressor funcione por ciclos muito mais longos sem conseguir resfriar o ambiente.

Para se ter uma ideia da importância da manutenção, o Departamento de Energia dos EUA estima que a simples troca ou limpeza de um filtro sujo pode reduzir o consumo de energia em até 15%. Por isso, a recomendação técnica é inspecionar e limpar os filtros pelo menos uma vez por mês. Em casas com animais de estimação ou muita poeira, essa frequência deve ser ainda maior.

 Reprodução/Cleanipedia Uma simples limpeza no filtro do ar-condicionado pode trazer mais economia de energia — Foto: Reprodução/Cleanipedia

4. Evite acionar o liga/desliga repetidamente

Muitas pessoas acreditam que desligar o ar-condicionado ao sair do ambiente por pouco tempo gera economia. Na prática, a operação contínua costuma ser mais eficiente, pois, a cada vez que o aparelho é ligado, ele precisa vencer a inércia térmica do ambiente. Isso significa que ele consome muita energia não apenas para resfriar o ar, mas também para remover o calor acumulado em paredes, móveis e piso enquanto estava desligado.

Esse processo de recuperação obriga o compressor a operar em capacidade máxima por um longo período, tornando o “liga e desliga” o modo menos eficiente. Nos modelos convencionais, cada partida ainda gera um pico de corrente elétrica (LRA), que sobrecarrega a rede e aumenta o consumo. Para completar, o acionamento frequente desgasta os componentes internos e reduz a vida útil do equipamento.

Portanto, se quiser gastar menos, a estratégia ideal é manter o sistema ligado, especialmente se for um modelo Inverter. Nesse caso, ele opera em um regime de manutenção da temperatura, consumindo apenas o mínimo necessário para neutralizar o ganho de calor instantâneo, de forma contínua e eficiente.

 Reprodução/Freepik O liga e desliga do ar-condicionado gasta mais energia — Foto: Reprodução/Freepik

5. Em dias úmidos, opte pelo modo Dry

O modo Dry (Desumidificação), muitas vezes identificado por uma gota no controle remoto, é uma função poderosa e pouco utilizada. Em dias úmidos, a sensação de calor é intensificada pela dificuldade do suor evaporar da pele. O modo Dry atua justamente para remover o excesso de umidade do ar, tornando o ambiente mais confortável termicamente, sem a necessidade de reduzir drasticamente a temperatura do termostato.

Nesse modo, a lógica de funcionamento do ar-condicionado muda para priorizar a eficiência. O ventilador opera em baixa velocidade, permitindo que o ar permaneça mais tempo em contato com a serpentina fria, o que maximiza a condensação da água. Ao mesmo tempo, o compressor trabalha em baixa rotação constante, consumindo menos energia do que no modo resfriar, que precisa operar com mais vigor para reduzir rapidamente a temperatura do ambiente.

 Reprodução/Reddit O modo Dry (Desumidificação) é uma boa escolha em dias úmidos — Foto: Reprodução/Reddit

6. Mantenha portas e janelas bem fechadas

Tentar resfriar um ambiente com frestas abertas é como tentar encher um balde furado: a infiltração de ar externo traz calor e umidade, obrigando o ar-condicionado a trabalhar em dobro para compensar a troca térmica. Para maximizar a eficiência, é fundamental criar um “envelope” térmico bem vedado. Use veda-portas e verifique se as janelas fecham corretamente.

Além da vedação contra o ar, é essencial proteger as janelas da radiação solar. Vidros comuns permitem a passagem de grande quantidade de calor, aquecendo rapidamente o ambiente e aumentando a carga térmica sobre o aparelho. O uso de cortinas blackout, persianas ou filmes de controle solar durante os horários de sol forte ajuda a bloquear essa carga externa, permitindo que o ar-condicionado opere com menos esforço e mantenha a temperatura estável, consumindo significativamente menos energia, já que precisa lidar apenas com o calor interno.

 Divulgação/Agratto Frestas e buracos podem "roubar" o resfriamento do ar-condicionado — Foto: Divulgação/Agratto

7. Ajuste a temperatura para 23 °C

A configuração do termostato é a variável comportamental que mais impacta o consumo de energia. Existe uma relação direta: quanto maior a diferença entre a temperatura externa e a interna, mais energia é necessária para manter o ambiente frio. De acordo com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, cada grau a menos no termostato pode aumentar o consumo em cerca de 3,5% a 5%.

Apesar disso, muitos usuários colocam o ar no mínimo acreditando que ele vai gelar mais rápido, mas isso não é verdade. A temperatura de saída do ar continua a mesma, e essa prática apenas força o compressor a trabalhar no máximo por mais tempo. Como resultado, ocorre o sobre-resfriamento: você sente frio e precisa se cobrir, o que significa um desperdício de energia.

Para equilibrar conforto térmico e eficiência energética, a temperatura ideal, segundo normas internacionais como a ASHRAE 55, está entre 23°C e 26°C. Ajustar o aparelho para cerca de 23°C permite atingir esse equilíbrio de modo prático, garantindo que o ambiente permaneça agradável sem aumentar desnecessariamente o consumo de energia.

 Reprodução/Freepik A temperatura de 23°C é considerada ideal para manter o ambiente — Foto: Reprodução/Freepik

8. Acompanhe o consumo na conta de luz

Gerenciar o consumo de energia começa com atenção aos detalhes. Um aumento inesperado na conta de luz, por exemplo, pode indicar desde filtros sujos no ar-condicionado até vazamento de gás ou perda de eficiência. Felizmente, a tecnologia tornou esse monitoramento mais acessível. Tomadas inteligentes, por exemplo, medem o consumo de aparelhos de janela ou portáteis, enquanto modelos Split com Wi-Fi exibem o histórico de energia diretamente no app. Com esses dados em mãos, é mais fácil identificar quais hábitos geram economia real.

 Cemig/Divulgação Aumento repentino na conta de luz pode indicar anormalidade no ar-condicionado — Foto: Cemig/Divulgação

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