A porcentagem da bateria exibida na tela dos celulares Android não é precisa e está longe de ser. Tanto os modelos modernos quanto os mais antigos que utilizam esse sistema operacional adotam métodos distintos para determinar o nível de energia da bateria. Aparelhos mais recentes contam com um hardware dedicado para essa medição, utilizando uma técnica chamada contagem de Coulomb, que calcula a carga com base na corrente elétrica que entra e sai da bateria. Já os modelos mais antigos fazem essa avaliação com base na voltagem da bateria, um método menos confiável e mais suscetível ainda a variações.
No entanto, independentemente do modelo do aparelho, o que o Android exibe para os usuários é somente uma estimativa do nível de carga, muitas vezes distante da realidade. Nas próximas linhas, o TechTudo explica os motivos pelos quais a bateria do seu celular Android mente para você; confira.
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A bateria do seu celular Android mente pra você; entenda os motivos
No índice abaixo, veja os tópicos que serão abordados nesta matéria do TechTudo.
- A medição não é direta
- O algoritmo “suaviza” os dados
- Desalinhamento com a saúde da bateria
- A porcentagem é uma estimativa conveniente
- Como obter dados mais precisos sobre a minha bateria?
1. A medição não é direta
Antes de tudo, é importante entender que a medição da carga da bateria não é direta — ela depende de estimativas que variam conforme o tipo de hardware utilizado. Em celulares mais modernos, principalmente os modelos topo de linha das fabricantes, essa estimativa é feita por meio de uma técnica chamada contagem de Coulomb, que oferece uma resposta mais precisa, embora com algumas ressalvas.
Essa técnica funciona como um medidor de fluxo, no qual o sistema monitora os coulombs — unidade de carga elétrica — que passam pela bateria. Com base nisso, e conhecendo a capacidade total da bateria, o sistema calcula quanto ainda resta de carga. No entanto, essa medição continua sendo uma estimativa, já que o software do telefone precisa condensar todos os dados coletados e convertê-los em uma porcentagem para o usuário.
Já em dispositivos mais antigos ou de entrada, o sistema não consegue realizar a contagem de Coulomb. Nesses casos, a estimativa é feita com base na voltagem da bateria. Conforme ela descarrega, a voltagem diminui, e o sistema interpreta essa queda como uma redução no nível de energia. Se nos aparelhos mais modernos a medição já não é totalmente precisa, em dispositivos mais antigos ela é ainda menos confiável.
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2. O algoritmo “suaviza” os dados
Como vimos no tópico anterior, o Android recebe dados brutos e precisa transformá-los em informações legíveis para os usuários. No entanto, ao converter esses dados em uma porcentagem visível na interface, o sistema aplica uma série de simplificações que podem distorcer a realidade. Os algoritmos utilizados nesse processo suavizam, arredondam e interpolam os valores, criando uma estimativa que aparenta ser precisa, mas que, na prática, não é.
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3. Desalinhamento com a saúde da bateria
Não é nenhuma novidade que a bateria — assim como o celular — passa por um processo inevitável de envelhecimento. O uso contínuo consome os ciclos de carga e recarga, reduzindo gradualmente a capacidade real do componente. Uma bateria que sai de fábrica com capacidade original de 5000 mAh, por exemplo, pode perder até metade dessa carga e cair para 2500 mAh após alguns anos.
No entanto, o Android continua utilizando esse valor original como base para calcular a porcentagem restante. Ou seja, mesmo que a saúde da bateria esteja comprometida, o sistema analisa os parâmetros como se ela ainda conseguisse armazenar os 5000 mAh. Como consequência, há um desalinhamento entre o que o sistema exibe ao usuário e a real condição da bateria.
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4. A porcentagem é uma estimativa conveniente
Após tudo o que foi exposto até aqui, fica evidente que a porcentagem da bateria exibida pelo Android é uma estimativa conveniente — bem distante de uma medição precisa. Um exemplo claro disso é o chamado “mito da carga completa”. É comum observar que, em certos casos, o nível de carga permanece em 100% ou 99% mesmo após um período considerável de uso. De repente, a porcentagem cai abruptamente. Esse “travamento” em um determinado nível, seguido por uma queda brusca, evidencia que a leitura é, mais uma vez, uma estimativa superficial — quase uma convenção visual criada somente para exibição na tela.
Outra evidência que corrobora essa teoria é a análise da porcentagem de uso de bateria atribuída aos aplicativos instalados no celular e a outros componentes do sistema. Ao verificar o menu de estatísticas, é comum perceber que os valores não somam exatamente 100%. Isso ocorre porque o sistema não consegue rastrear com precisão todo o consumo energético, principalmente aquele gerado por processos em segundo plano, sensores ou atividades do sistema operacional que não são diretamente vinculadas a aplicativos específicos.
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5. Como obter dados mais precisos sobre a minha bateria?
Como as informações fornecidas pelo Android são inconsistentes, uma alternativa para obter dados mais precisos sobre a saúde da bateria é recorrer a apps de terceiros. Ferramentas como AccuBattery e BatteryGuru, por exemplo, oferecem um monitoramento detalhado dos ciclos de carga e descarga, e permitem uma calibração mais precisa e a geração de estatísticas que refletem melhor a realidade do uso da bateria do seu celular Android.
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