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Alckmin diz que Brasil importa mais que exporta: como é relação com os EUA?

Trump disse que os brasileiros precisam dos norte-americanos, mas especialistas ouvidos pelo UOL avaliam que a importância do Brasil não deve ser relativizada. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM, salienta que o Brasil é um aliado histórico e tem papel importante para empresas americanas devido à integração das cadeias produtivas. "Os Estados Unidos poderia encontrar isso em outro lugar, mas pagaria mais caro e abriria mão de décadas de relacionamento. Seria um incômodo significativo", explica Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM.

"Desequilíbrio" em taxação, porém, marca o comércio dos dois países. Apontamento é feito por Marcelo Godke, especialista em Direito Internacional Empresarial e sócio do Godke Advogados. "A questão não é a balança comercial, mas a discrepância nas tarifas praticadas pelos dois países. Isso, ao meu ver, é realmente um problema, porque não parece haver uma reciprocidade entre os dois países", afirma.

Trump precisa escoar produção local, entende especialista. "A relação entre Brasil e Estados Unidos não é principal para nenhuma das duas. Avalio que temos uma relação balanceada. Quando Trump fala do mercado internacional, ele também precisa que os outros comprem os produtos produzidos lá", afirma Stefânia Ladeira, especialista em Comércio Exterior e líder das áreas de operação de Comércio Exterior e Novas Soluções da Saygo Comex

Em 2024, os EUA tiveram uma participação de 12% nas exportações brasileiras e de 15,5% nas importações feitas pelo Brasil. Foram cerca de US$ 40,3 bilhões em exportações e US$ 40,5 bilhões em importações dos Estados Unidos no ano passado, segundo dados do governo brasileiro. Os números representam altas de 9,2% e 6,9%, respectivamente, em relação a 2023.

Governo brasileiro diz ainda fazer negociações para tentar barrar as tarifas. Vice-presidente afirmou que conversas com representantes dos Estados Unidos levam à criação de um grupo de trabalho para "cooperação econômica" entre os dois países. "O Brasil comemora 200 anos de relações diplomáticas com os Estados Unidos. Nós temos mais de 4.000 empresas americanas no Brasil, crescendo e gerando emprego", disse Alckmin.

Indicativo de que conversas estão em andamento é um bom sinal para manutenção das relações. "Tudo tem que ser negociado. Não dá para ficar apenas em bravatas, é de sentar e negociar como se faz em uma boa diplomacia. Trump deixou clara a metodologia dele. Ele dá um choque, põe o problema em cima da mesa para que ele seja discutido e resolvido", afirma Godke.

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