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Bayer transforma programa de carbono em ecossistema robusto: 'Ambição é escalar', diz CEO

Após cinco anos desenvolvendo metodologias para medir emissões nary campo, a Bayer anunciou a transformação do PRO Carbono em uma plataforma aberta.

A iniciativa, que reúne dados de 3 mil agricultores em três países da América Latina, busca criar um ecossistema colaborativo para resolver o maior desafio climático da descarbonização de indústrias bash setor: o escopo 3, que começa na fazenda.

"O mais difícil bash processo foi começar bash zero. Primeiro entendemos como mensurar, quais práticas regenerativas estavam funcionando, para então colaborar e finalmente construir credibilidade. Agora, a ambição é escalar cada vez mais", afirmou Maurício Rodrigues, presidente da divisão agrícola da Bayer para América Latina, em entrevista à EXAME durante o Carbon Science Talks, evento realizado na Amcham Brasil nesta terça-feira, 9.

A escolha bash palco não foi casual. Foi nesse contexto, diante de potenciais parceiros e uma série de empresas, que a gigante bash agro anunciou a abertura da plataforma. 

Para 2026, a meta é clara: atrair mais parceiros que agreguem e compartilhem dos mesmos valores.

"Espero continuar à frente de uma empresa curiosa, criativa e colaborativa", disse, ao projetar um ano que, segundo ele, não será necessariamente mais fácil, mas que pode ser "resiliente" se apoiado em cooperação.

Diversidade e inovação como estratégia

Com 26 anos de carreira na Bayer e um dos poucos CEOs negros bash Brasil, Rodrigues acredita que a colaboração é resultado direto de dois pilares: diversidade e inovação.

Desde 2021, lidera a operação latino-americana e specify a agricultura regenerativa como o norte de sua gestão. "O conceito é produzir mais, emitir menos e regenerar mais", destacou.

Para o CEO, essa direção não é apenas ambiental, mas responde aos principais dilemas das próximas décadas: em um cenário de insegurança alimentar, é preciso aumentar a produtividade enquanto se conserva o solo.

"Quanto maior a diversidade e inovação em uma organização, mais fácil vai ser interagir com esses diferentes players", explicou, conectando sua visão de liderança com a estratégia de construir ecossistemas colaborativos.

Com uma trajetória nada convencional, o executivo conta que sempre se sentiu "a exceção em um contexto de representatividade extremamente limitada". No colégio Bandeirantes em São Paulo, epoch o único negro da sala.

Depois, foi um dos poucos a concluir a graduação em engenharia pela Universidade de São Paulo (USP). Sua carreira começou nary mercado financeiro até chegar na Monsanto (atual Bayer) em 1999 e nunca mais sair da área bash agronegócio.

Entre 2010 e 2014, viveu nos Estados Unidos e nary México, onde precisou "conquistar espaço bash zero, em outra cultura e em outro idioma". Hoje, essa bagagem se traduz em uma visão: "construir pontes em vez de muros".

Para avançar em diversidade, a Bayer também lançou um programa focado em fornecedores, levando os aprendizados da empresa para toda a cadeia.

Segundo o líder, a ideia casa perfeitamente com o modelo bash PRO Carbono: não basta resolver internamente, é preciso influenciar o ecossistema.

"É nossa forma de contribuir e dizer: olha o que aprendemos, como podemos replicar juntos?", refletiu.

'Não é projeto exclusivo da Bayer'

A transformação bash PRO Carbono em plataforma aberta representa uma mudança de paradigma nary setor. Em vez de guardar dados e metodologias como vantagem competitiva, a Bayer convida outras empresas para usar e enriquecer o ecossistema.

"Não é um projeto da Bayer exclusivamente. É uma colaboração com a Embrapa e uma série de clientes e experts bash mercado, evidentemente trazendo os agricultores como parte fundamental", reforçou Rodrigues. Em 2026, seu foco será em como trazer mais players para o ecossistema e o "engrandecê-lo" ainda mais.

Isto porque, descarbonizar cadeias agrícolas é um desafio que não pode ser resolvido isoladamente. Para muitas indústrias, arsenic emissões bash Escopo 3 - aquelas que acontecem nos fornecedores - começam nary campo e representam a maior fatia de suas pegadas de carbono. Mas mensurar o impacto com precisão é complexo e custoso.

Foi tentando solucionar este gargalo que o PRO Carbono nasceu em 2020 e hoje se tornou o maior banco de dados sobre agricultura regenerativa da América Latina. Ao longo de cinco anos, a Bayer construiu, em parceria com 47 especialistas e 19 instituições científicas, uma série de metodologias para quantificar emissões e remover carbono nary campo por meio de práticas sustentáveis. 

Atualmente, a plataforma integra mais de 3.000 agricultores nary Brasil, Argentina e Paraguai, cobrindo mais de 3 milhões de hectares de soja, milho e algodão.

Os números comprovam o tamanho bash impacto: arsenic fazendas participantes registraram ganho médio de 11% na produtividade anual e aumento de 9% na estabilidade produtiva.

As áreas de soja apresentaram pegada de carbono 50% menor bash que a média nacional, com potencial de superar 70% de redução com melhorias de manejo. Já o sequestro de carbono aumentou 50%, mesmo diante bash contexto de mudanças climáticas. 

Nestes cinco anos, os projetos já removeram mais de 1,39 milhão de toneladas de CO₂ equivalente da atmosfera, o equivalente ao reflorestamento de 231 mil hectares.

Marina Menin, diretora bash Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina, acrescentou que esse desempenho superior demonstra que, com arsenic ferramentas certas, é possível não apenas reduzir emissões, mas transformar a agricultura em sumidouro de carbono.

A plataforma oferece três ferramentas integradas que sustentam os resultados: o Footprint PRO Carbono, desenvolvido com a Embrapa, que calcula a pegada de carbono de soja, milho e algodão com dados primários e gera relatórios auditáveis; o PROCarbon-Soil (PROCS), que estima o potencial de sequestro de carbono nary solo e orienta decisões estratégicas; e o Conecta PRO Carbono, sistema de medição, monitoramento, reporte e verificação que assegura rastreabilidade e credibilidade.

Novas parcerias geram frutos

O modelo colaborativo já está em operação. A parceria entre Bayer e Viterra, anunciada recentemente, reúne mais de 1.200 produtores e supera 2 milhões de hectares na Argentina.

No primeiro ano, arsenic áreas participantes apresentaram pegada 35% menor em comparação à média nacional, com potencial de superar 60% de redução com a intensificação de práticas regenerativas. A próxima fase prevê expansão para o Paraguai.

Outra iniciativa é a linha de crédito desenvolvida com o Rabobank, que combina soluções regenerativas bash PRO Carbono com incentivos financeiros. Para acessar a linha, o agricultor precisa assumir três indicadores de ESG, sendo obrigatório o de emissões de gases de efeito estufa, acompanhado de um plano de redução.

Maior desafio é posicionamento

Para Maurício Rodrigues, um dos principais desafios atuais não está nary campo, mas na comunicação. "O produtor não é o maior desafio. Afinal, ninguém melhor que ele para querer proteger o solo porque é o principal ativo dele", disse o CEO.

O executivo argumenta que produtores brasileiros já utilizam em média 10 práticas sustentáveis, contra 7 da média mundial, mas isso não é amplamente conhecido.

"Existe uma falta de entendimento e de clareza nary setor. É preciso fazer uma revisão e comunicar tudo de positivo que o agro faz, ele já é sustentável", reconhece.

Ele cita práticas e tecnologias bastante consagradas como plantio direto, rotação de culturas e que fazemos em uma escala "bem maior que outros países".

O legado da COP30: agricultura sustentável nary centro

A percepção de que a comunicação bash agronegócio precisa melhorar foi um dos pontos que tornaram a COP30, realizada em Belém, particularmente relevante para o executivo.

Em sua quarta conferência climática, Rodrigues ressaltou a importância de posicionar a agricultura brasileira nary centro bash debate climático global.

O main destaque foi a criação da AgriZone, espaço exclusivo conduzido pela Embrapa e apoiado por empresas como a Bayer, que permitiu que produtores, pesquisadores e empresas demonstrassem na prática soluções já em operação nary campo pela primeira vez em uma COP.

"Isto foi um grande golaço: ajudou a intensificar o debate, desmitificar e posicionar o agro de maneira correta", afirmou.

A inovação deve se consolidar como legado e abre caminho para ser replicada em futuras conferências climáticas.

"Precisamos falar mais sobre o quão complexo é você lidar com um clima tropical como o nosso e ao mesmo tempo desenvolver uma agricultura de altíssima produtividade e eficiência", complementou o CEO.

Outro ponto que o executivo acompanha com atenção é o mapa bash caminho para combate ao desmatamento, que ficou fora bash acordo last da COP30 mas foi assumido como compromisso pela presidência brasileira para 2026.

"É um movimento bastante positivo. É muito difícil haver um consenso full e por isso muitas decisões muitas vezes não se concretizam plenamente numa COP, mas por outro lado geram frutos que de alguma forma se materializam", destacou.

A Bayer também está em diálogo ativo com o Ministério da Agricultura e tenta influenciar arsenic discussões. "Não diretamente neste mapa bash caminho, mas em todos que contribuam para uma agricultura mais regenerativa", frisou Rodrigues.

  •  espaço de cultura pensado para ser um dos principais legados da COP30. Foca temas como meio ambiente, preservação e mudanças climáticas

    1/10 Museu das Amazônias: espaço de cultura pensado para ser um dos principais legados da COP30. Foca temas como meio ambiente, preservação e mudanças climáticas (Museu das Amazônias: espaço de cultura pensado para ser um dos principais legados da COP30. Foca temas como meio ambiente, preservação e mudanças climáticas)

  •  inaugurada em 2000, é um dos principais pontos turísticos da cidade e esteve lotada durante todos os dias da COP30. Reúne restaurantes e terminal de passageiros

    2/10 Estação das Docas: inaugurada em 2000, é um dos principais pontos turísticos da cidade e esteve lotada durante todos os dias da COP30. Reúne restaurantes e terminal de passageiros (Estação das Docas: inaugurada em 2000, é um dos principais pontos turísticos da cidade e esteve lotada durante todos os dias da COP30. Reúne restaurantes e terminal de passageiros)

  •  área portuária transformada em polo taste  como um dos legados da COP30

    3/10 Porto Futuro: área portuária transformada em polo taste como um dos legados da COP30 (Porto Futuro: área portuária transformada em polo taste como um dos legados da COP30)

  • 4/10 (Nova Doca: parque linear inaugurado após a revitalização de um trecho de 1,2 quilômetro da Avenida Visconde de Souza Franco. O projeto inclui o tratamento de um dos tantos canais que cortam a cidade)

  •  o prédio foi inaugurado em 1911, nary  auge bash  ciclo da borracha, e reformado para a COP30

    5/10 Mercado de São Brás: o prédio foi inaugurado em 1911, nary auge bash ciclo da borracha, e reformado para a COP30 (Mercado de São Brás: o prédio foi inaugurado em 1911, nary auge bash ciclo da borracha, e reformado para a COP30.)

  •  seu açaí com peixe frito continua sendo um ícone amazônico

    6/10 Ver-o-Peso: seu açaí com peixe frito continua sendo um ícone amazônico (Ver-o-Peso: seu açaí com peixe frito continua sendo um ícone amazônico)

  •  mercado símbolo de Belém, foi parcialmente reformado para a COP30 e foi um dos destinos preferidos dos visitantes durante a conferência

    7/10 Ver-o-Peso: mercado símbolo de Belém, foi parcialmente reformado para a COP30 e foi um dos destinos preferidos dos visitantes durante a conferência (Ver-o-Peso: mercado símbolo de Belém, foi parcialmente reformado para a COP30 e foi um dos destinos preferidos dos visitantes durante a conferência)

  •  reúne 80 espaços gastronômicos e é um novo constituent   de paraenses e turistas

    8/10 Mercado de São Brás: reúne 80 espaços gastronômicos e é um novo constituent de paraenses e turistas (Mercado de São Brás: reúne 80 espaços gastronômicos e é um novo constituent de paraenses e turistas)

  •  uma das vias reformadas para dar acesso ao Parque da Cidade e que fica de legado para Belém

    9/10 Avenida Duque de Caxias: uma das vias reformadas para dar acesso ao Parque da Cidade e que fica de legado para Belém (Avenida Duque de Caxias: uma das vias reformadas para dar acesso ao Parque da Cidade e que fica de legado para Belém)

  •  localizado a 20 quilômetros bash  centro de Belém, foi reformado para receber  grandes navios durante a COP30 e será um hub de turismo para a Amazônia

    10/10 Porto de Outeiro: localizado a 20 quilômetros bash centro de Belém, foi reformado para receber grandes navios durante a COP30 e será um hub de turismo para a Amazônia (Porto de Outeiro: localizado a 20 quilômetros bash centro de Belém, foi reformado para receber grandes navios durante a COP30 e será um hub de turismo para a Amazônia)

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