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"Mas não é verdade. Essa agressão [a uma criança], por exemplo, mostra que, se o discurso na internet não tem consequências aparentemente tão evidenciadas, quando entramos no laço social, na relação com os outros, que é o que precisamos para viver, trocar e existir no mundo, há consequências, sim", argumenta.
Sobre o fenômeno do bebê reborn ter tomado tantas proporções, Demaria aponta para a forma com que o assunto levanta questões como a percepção de que a mulher deve assumir o papel de mãe, além de objetificar a própria criança que, no caso das réplicas, é um "bebê ideal", ou seja, "não chora, não dá trabalho". "Os homens já jogavam RPG, os live action com bonecos - e não se fazia alvoroço", lembra a psicóloga.
Impulsividade e extremismo
Os dados sobre a popularização dos bebês reborn no Brasil ainda são escassos, mas, de acordo com o Google Trends, o país é o líder nas buscas pelo termo na internet. No entanto, depois de um pico no interesse dos usuários entre 18 e 24 de maio, o interesse arrefeceu - e voltou a níveis próximos do que havia antes. Por aqui, bonecos hiper-realistas existem desde os anos 1990.
Mundialmente, segundo um relatório da Market Report Analytics, de 840 mil posts no TikTok com a tag #rebornbaby, apenas 2% são feitos por "pais" das réplicas. A consultoria aponta que o mercado dos reborns vem crescendo 8% ao ano, mas representa, com 200 mil dólares em vendas anuais, uma pequena parcela do setor de bonecas, que chega a 24 bilhões de dólares.
Ainda segundo o relatório, 60% dos clientes dos reborn são adultos, entre eles adultos e idosos com doenças como Alzheimer - para os quais os bonecos hiper-realistas têm sido usados como terapia.
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