13 horas atrás 3

Campo vive expectativa e apreensão às vésperas do Plano Safra 2025/2026

ANUNCIE AQUI!

A poucos dias do anúncio oficial do Plano Safra 2025/2026 – previsto para os dias 30 de junho (agricultura familiar) e 1º de julho (produtores empresariais) –, cresce a atenção do setor agropecuário em torno das definições que devem guiar o financiamento da próxima safra. Com o cenário internacional instável, os custos de produção elevados e as restrições fiscais do governo federal, as entidades representativas demonstram preocupação com o volume de recursos e, principalmente, com sua efetiva execução ao longo do ciclo produtivo.A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou um documento com sugestões para o novo plano, alertando para os efeitos acumulados das últimas safras – marcadas por perdas climáticas, volatilidade cambial e aumento dos insumos. O texto defende a necessidade de um Plano Safra robusto e propõe um total de R$ 594 bilhões, distribuídos entre R$ 390 bilhões para custeio e comercialização, R$ 101 bilhões para investimentos e R$ 103 bilhões destinados à agricultura familiar. Também solicita R$ 25 bilhões para equalização de juros e R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR).

Continue sua leitura, escolha seu plano agora!

A poucos dias do anúncio oficial do Plano Safra 2025/2026 – previsto para os dias 30 de junho (agricultura familiar) e 1º de julho (produtores empresariais) –, cresce a atenção do setor agropecuário em torno das definições que devem guiar o financiamento da próxima safra. Com o cenário internacional instável, os custos de produção elevados e as restrições fiscais do governo federal, as entidades representativas demonstram preocupação com o volume de recursos e, principalmente, com sua efetiva execução ao longo do ciclo produtivo.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou um documento com sugestões para o novo plano, alertando para os efeitos acumulados das últimas safras – marcadas por perdas climáticas, volatilidade cambial e aumento dos insumos. O texto defende a necessidade de um Plano Safra robusto e propõe um total de R$ 594 bilhões, distribuídos entre R$ 390 bilhões para custeio e comercialização, R$ 101 bilhões para investimentos e R$ 103 bilhões destinados à agricultura familiar. Também solicita R$ 25 bilhões para equalização de juros e R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR).

O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, observa que a preocupação central não está no valor a ser anunciado, mas no que será efetivamente executado.

Estamos com uma queda de 15% nos recursos realmente emprestados aos produtores em relação ao ano passado. Mesmo que o governo anuncie valores elevados, o que conta é o dinheiro que de fato chega ao produtor”, alerta.

Ele também menciona a baixa execução do seguro rural até o momento (apenas 6,5%) e o contingenciamento de R$ 445 milhões como sinais de alerta sobre a eficiência dos programas de apoio.

No segmento da agricultura familiar, as apreensões são semelhantes. O presidente da Federação os Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, destaca que o orçamento da União manteve os mesmos R$ 8 bilhões para subvenção de juros já previstos no ano anterior.

O problema é que os custos para equalizar aumentaram cerca de 50%. Se o governo não suplementar esse valor, o dinheiro pode acabar antes do fim do ciclo ou os juros devem subir”, explica.

A preocupação com a elevação das taxas também alcança as principais cadeias produtivas da agricultura familiar. De acordo com o dirigente, culturas como soja, algodão e cana-de-açúcar correm o risco de operar com juros próximos de 10% ao ano. Já para arroz, feijão, leite, hortigranjeiros e produtos agroecológicos, a expectativa é de manutenção dos patamares atuais. Ele afirma que as entidades vêm pressionando para que os aumentos não se concretizem e que, ao menos nas cadeias alimentares mais sensíveis, os juros não subam.

As tratativas em Brasília, que envolvem a Fetag, a Contag e representantes do Legislativo, buscam garantir não apenas o volume financeiro, mas também melhores condições de acesso. Para os pequenos produtores, o gargalo passa por exigências burocráticas, atraso na liberação dos recursos e limitações nas linhas de crédito. A revisão dos limites de renda para o enquadramento no Pronaf e no Pronamp também faz parte das propostas levadas pelo setor.

A indefinição sobre o montante final e as taxas praticadas contribuiu para o adiamento do anúncio oficial, inicialmente previsto para o dia 25 de junho. A nova agenda reflete o esforço do governo para ajustar as contas e dar uma resposta ao campo. No entanto, lideranças do setor já alertam que a simples manutenção de valores nominais pode ser insuficiente frente ao cenário atual, que combina inflação setorial, custos crescentes e maior exposição a riscos climáticos e geopolíticos.

Com menos de uma semana até os anúncios, o clima predominante é de cautela. Embora o Plano Safra continue sendo o principal instrumento de fomento à produção agropecuária, há dúvidas quanto à sua capacidade de, nas condições atuais, atender de forma efetiva e equilibrada tanto o agronegócio empresarial quanto a agricultura familiar.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro