Até você terminar de ler esta reportagem, um novo ciberataque será feito contra uma instituição financeira brasileira. Essa realidade, geralmente visível apenas para o time de segurança de grandes corporações, também atinge as pequenas e médias empresas (PMEs), que buscam alternativas para se proteger de prejuízos financeiros, legais e de reputação. Nesse cenário, o seguro cibernético surge como ferramenta essencial de mitigação de riscos ao combinar cobertura técnica e apoio jurídico que asseguram a continuidade das operações após um ataque.
"As PMEs são vistas como alvos preferenciais por terem menos recursos especializados, restrições orçamentárias e, muitas vezes, por não implementarem medidas básicas de segurança, como backups regulares e autenticação multifatorial", observa Eduardo Bezerra, superintendente de cibersegurança e seguros cibernéticos da Wiz Corporate, unidade da Wiz Co voltada a clientes corporativos, em entrevista ao Economia Real.
Um estudo da empresa de cibersegurança Check Point Software Technologies aponta cerca de 1,7 mil ataques cibernéticos por semana ao setor bancário, o equivalente a um ataque a cada seis minutos.
De acordo com Carol Ayub, diretora de Riscos Financeiros da Tokio Marine, o seguro cibernético é uma das formas mais eficazes de proteção: "A cobertura garante tranquilidade e segurança financeira, especialmente na gestão e no manuseio de dados pessoais, protegendo tanto a própria empresa quanto terceiros de eventuais danos".
Na prática, o seguro cibernético atua como um escudo financeiro e operacional contra ameaças digitais. "A cobertura costuma ser dividida em dois grupos principais: Resposta a Incidentes, que cobre prejuízos do próprio segurado, e Responsabilidade Civil, que cobre danos a terceiros", detalha Bezerra.
Essas proteções incluem perícia forense digital, restauração de dados, pagamento de resgates, indenização por lucros cessantes, custos jurídicos, comunicação de crise e até multas previstas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Entre os principais riscos estão o vazamento ou perda de dados, invasões e acessos não autorizados, ataques de ransomware, phishing e engenharia social", reforça Carol.Na Tokio Marine, as coberturas também contemplam honorários jurídicos e danos a terceiros decorrentes da violação da LGPD, além da recuperação de softwares e bancos de dados comprometidos por incidentes cibernéticos.
O custo da apólice varia conforme o porte da empresa, sua maturidade digital e o tipo de dado manipulado. "O valor das apólices pode ir de R$ 5 mil a R$ 1 milhão, dependendo da personalização das coberturas. Empresas com sistemas de segurança mais robustos e políticas preventivas conseguem reduzir significativamente o custo", detalha o executivo da Wiz Co.
Além da indenização: resposta e prevenção
As seguradoras ouvidas peloEconomia Real ressaltam que o seguro de riscos cibernéticos vai muito além do reembolso financeiro. Na Tokio Marine, por exemplo, há uma estrutura dedicada ao atendimento emergencial.
"Em caso de ataque, o cliente pode acionar um canal exclusivo 0800, criado para auxiliar os segurados de forma imediata. Além disso, a implementação de fatores mínimos de segurança é exigida para a contratação da apólice", comenta Carol.
O seguro, contudo, não substitui ferramentas tradicionais de proteção digital. "Soluções como firewalls, antivírus e sistemas de autenticação são a primeira linha de defesa. O seguro entra como a principal forma de mitigar os danos quando o ataque é bem-sucedido", ressalta Bezerra.
Ele reforça que o mercado ainda está em amadurecimento, mas cresce rapidamente. "O aumento das ameaças e os custos de conformidade da LGPD tornam o seguro uma necessidade estratégica, e não um luxo, especialmente para as PMEs que dependem de dados sensíveis para operar".
Carol complementa: "Nosso objetivo é conscientizar empreendedores sobre a importância da segurança cibernética empresarial e ampliar o acesso a produtos que garantam a continuidade dos negócios, mesmo diante de ataques".
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