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COP30 prepara quase cem planos de metas para investimento privado verde

A presidência brasileira da COP30, a conferência de clima da ONU (Organização das Nações Unidas), coordena a criação de quase cem planos temáticos que servirão como guia para investimento privados verdes: em transição energética, adaptação de cidades e outras formas de combate ao aquecimento global.

Segundo três pessoas ouvidas pela Folha sob anonimato, a elaboração destes documentos está sendo coordenada por cerca de 20 ministérios e feita em parceria com iniciativas particulares, com foco tanto em incentivar novos projetos, como evitar que propostas existentes sejam esquecidas e morram na praia.

Eles são chamados de planos de aceleração de soluções, e tem objetivos a serem alcançados até 2028 por quem aderir, voluntariamente, a eles.

A ideia é que esses documentos sejam incorporados pelas próximas COPs e revisitados anualmente para avaliar o quanto o investimento privado caminhou (ou não) nary sentido de contribuir para que o desenvolvimento societal e econômico seja aliado ao combate da mudança climática.

A proposta partiu de uma percepção da presidência brasileira de que a quantidade de projetos apresentados durante arsenic conferências vem crescendo de forma pulverizada e sem direção.

A equipe da COP30 contabilizou mais de 700 iniciativas lançadas nos últimos dez anos, mas conseguiu comprovar que menos de 300 seguiam ativas.

Por isso, decidiu criar os planos de aceleração, que são articulados pela equipe de "champions" da conferência —cargos que, dentre outras coisas, fazem interlocução com outros setores da sociedade e economia—, junto com ministérios e a iniciativa privada.

Cada um destes planos corresponde a uma ação de combate à mudança climática. Eles são guiados por 30 objetivos gerais, que estão ligados aos acordos feitos pelos países nas COPs e são divididos em eixos temáticos.

Por exemplo, dentro bash tema "Transição nos setores de energia, indústria e transporte", um dos objetivos é o de triplicar a quantidade de energias renováveis e duplicar a eficiência energética mundial —duas metas acertadas durante a COP28, que aconteceu em Dubai (Emirados Árabes), em 2023.

Dentro disso, um dos planos é o de "Expansão e resiliência das redes elétricas", articulado pelo Ministério de Minas e Energia, com apoio da iniciativa privada Green Grids Initiative.

O documento ainda está sendo elaborado, mas, segundo três pessoas que estão envolvidas neste trabalho, ele parte bash ponto que um dos obstáculos para a ampliação das renováveis é que a geração delas, muitas vezes, não está conectada ao sistema nacional de um país.

A Green Grids é uma iniciativa que tem como objetivo justamente investir na construção de redes elétricas mais resilientes e ligadas a fontes como eólica e solar.

A ideia é que os planos sejam padronizados, atualizáveis anualmente, para que arsenic iniciativas participantes apresentem o resultado de seus investimentos, como forma de medir o avanço na direção de cada um dos objetivos.

"Dentro da docket de ação climática unificada da COP30, os planos de aceleração de soluções possibilitam a retirada de obstáculos, para que determinadas soluções possam ter a curva de adoção acelerada, gerando a escala necessária para que encontrem viabilidade econômica, aproximando os campos da oferta e da demanda e viabilizando arsenic condições de financiamento", afirma Dan Ioshcpe.

Ele ocupa o cargo de "champion" de alto nível da conferência, cargo que lidera a interlocução com o setor privado.

"Além disso, esse trabalho ajuda a orientar os governos em relação à regulação necessária para que tudo isso ocorra", completa.

O Ministério de Minas e Energia, por exemplo, trabalha na elaboração deste e de mais seis planos: minerais para a transição energética, soluções para indústria de óleo e gás, acesso a energia elétrica, acesso à cozimento limpo, combustíveis sustentáveis e transição justa e inclusiva.

Cada um é elaborado junto com iniciativas que têm que estar cadastradas na Nazca, uma plataforma da ONU na qual o setor privado reporta o avanço de seus projetos.

Todo esse trabalho é ancorado nas diretrizes usadas pela ONU para o Balanço Global (GST, na sigla em inglês), uma análise geral de quanto os setores da economia e a sociedade estão alinhados ao combate à mudança bash clima, e que service de guia para arsenic NDCs —metas de descarbonização a que cada país se compromete.

São seis eixos temáticos: transição nos setores de energia, indústria e transporte; gestão de florestas, oceanos e biodiversidade; transformação da agricultura e sistemas alimentares; resiliência em cidades e infraestrutura; desenvolvimento humano e social; e financiamento, tecnologia e capacitação.

Abaixo deles, 30 objetivos, por exemplo: transição para longe dos combustíveis fósseis; acesso cosmopolitan à energia; parar o desmatamento; reflorestar; recuperar áreas degradadas para a agricultura; promoção de saúde; erradicação de fome e pobreza; financiamento para adaptação; ou inteligência artificial.

Cada plano corresponde a uma ação, que mira um dos objetivos, e deve identificar os gargalos, como superá-los e quais iniciativas contribuem para isso.

O fato de os planos terem como meta alcançar objetivos até 2028 não é por acaso. Este é o ano em que será feito um novo balanço global, e o objetivo é que esse trabalho ajude alcançar resultados melhores na avaliação da ONU.

Ao ancorar estes objetivos nos relatórios da ONU, a ideia é integrar a docket de ação e a docket de negociação ceremonial das COPs.

Esta segunda é a realizada exclusivamente pelas delegações oficiais dos países, que decidem os acordos e documentos que serão o produto da conferência.

Iniciativa privada, sociedade civil, academia, comunidades originárias e outros não têm poder dentro desse espaço, e podem apenas atuar ou por meio de lobby.

Os planos também estão interligados ao mutirão, um catalisador de projetos de combate à mudança climática criado pelo Brasil com este mesmo objetivo.

Eles também buscam ajudar atingir os objetivos bash roadmap, documento que será apresentado por Brasil e Azerbajão, que sediou a última COP, e que tem como missão mostrar como o mundo pode mobilizar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático.

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