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Por mês, aproximadamente 20 bilhões de ligações são disparadas no Brasil. A metade – 10 bilhões – é realizada por robôs que são programados para discar.
Especialistas destacam que as ligações podem ser usadas para fins de falsidade ideológica, fraude eletrônica, crimes contra as telecomunicações, associação criminosa e, dependendo do caso, até lavagem de dinheiro, como mostra uma investigação realizada pelo Fantástico.
Isso porque empresas de telemarketing adquirem listas de dados pessoais de forma ilegal. Elas são compradas de fornecedores, que vendem dados como nomes, endereços, profissões e, principalmente, números de telefone, sem o consentimento das pessoas.
As práticas ilegais incluem a alteração do DDD de uma ligação para enganar a vítima, além de criar números aleatórios que não existem, dificultando qualquer tentativa de bloqueio. A alteração do DDD, que pode fazer uma ligação de São Paulo aparecer como se fosse de Porto Alegre, também configura uma prática abusiva.
Ligações automáticas indesejadas, chamadas de "robocalls" — Foto: Fantástico
A fraude não fica restrita apenas ao setor de telemarketing. O crime organizado também tem se aproveitado das robocalls para aplicar golpes mais sofisticados.
Quadrilhas disparam mensagens fraudulentas, induzindo vítimas a confirmar dados pessoais ou até mesmo a aceitar ofertas falsas.
Além disso, as chamadas podem causar prejuízos para pessoas que, por medo de atender números desconhecidos, acabam perdendo oportunidades de trabalho ou até de cuidados médicos.
A funcionária pública Gabriela Scholl, por exemplo, não atendeu a uma dessas chamadas e perdeu um exame médico importante, que poderia ter adiantado seu tratamento.
A fraude eletrônica por robocalls é uma prática que prejudica tanto consumidores quanto empresas que tentam agir de maneira ética.
De acordo com Luã Cruz, coordenador do programa de telecomunicações do Idec, "as empresas que operacionalizam esses serviços deveriam ser responsabilizadas por violação ao Código de Defesa do Consumidor e à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais."
A Anatel diz que segue trabalhando para ampliar o combate às ligações abusivas:
"Desde junho de 2022 até março deste ano, nós já reduzimos 222 bilhões de chamadas circulando nas redes de telecomunicações", afirma Cristiana Camarate, superintendente de relações com consumidores da agência.
Ela acrescentou que uma nova medida, chamada “origem verificada”, também está sendo implementada.
"Quando o seu celular tocar, vai aparecer o nome e a logo da empresa e o motivo pelo qual ela está te ligando. Então, se o consumidor quiser atender naquele momento, ele pode atender com tranquilidade. Não será uma fraude", explica.
Em nota, a Associação Brasileira de Telesserviços informou que suas associadas trabalham com informações fornecidas pelos clientes, não compram listas de dados e atuam para evitar ligações mudas ou insistentes.
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