DeepSeek x Gemini: testamos 5 tarefas nas IAs rivais; veja qual é melhor

Para testar a criação de conteúdo de texto, pedimos às ferramentas que gerassem um parágrafo introdutório sobre inteligência artificial generativa. O DeepSeek enfatizou a inovação e a versatilidade da nova tecnologia, destacando seu impacto em diversas áreas, como arte, entretenimento, medicina e engenharia. A explicação foi mais técnica, focando na forma como as redes neurais e os modelos de linguagem permitem criar conteúdos originais.

Já o Gemini, adotou um tom mais amplo e crítico, abordando não só o avanço tecnológico das IAs em diferentes setores, mas também os desafios éticos e legais do uso dessas ferramentas. Ambos os textos eram fluídos e bem estruturados, mas tendiam a exagerar nos adjetivos, utilizando expressões como "uma das áreas mais fascinantes" e "salto inovador". A escolha entre os dois chatbots vai depender do perfil do usuário ou da tarefa que deseja realizar. Nesse caso, o DeepSeek demonstrou privilegiar a precisão técnica, enquanto o Gemini se destacou por uma abordagem mais contextual e reflexiva.

Para testar a capacidade de detecção e correção de erros gramaticais, pedimos às duas IAs que revisassem um parágrafo com erros propositais. As ferramentas adotaram abordagens bem diferentes. O DeepSeek focou na correção dos erros ortográficos, gramaticais e de concordância, mantendo a estrutura original do texto. A IA fez ajustes precisos, como corrigir "se tornandu" para "se tornando" e "conteudos original" para "conteúdos originais", garantindo um texto correto sem alterar o tom ou o estilo da escrita. Essa abordagem é útil para quem busca apenas uma revisão objetiva, sem mudanças na estrutura do conteúdo.

O Gemini foi além do comando que enviamos e reescrevendo o texto, adicionando um título, expandindo o conteúdo com novas seções e sugerindo tópicos adicionais. Além disso, a ferramenta inseriu caracteres indevidos em uma das frases criadas ("apesar de sua crescente普及, muitas pessoas ainda desconhecem o funcionamento dessa tecnologia"), possivelmente devido a um erro de codificação ou bug na geração do texto. Embora tenha corrigido os erros da versão original, a IA do Google reorganizou as frases e incluiu um bloco com informações extras, mesmo sem essa solicitação. Apesar de entregar uma resposta mais elaborada, essa abordagem pode ser excessiva para quem busca apenas revisar um texto sem fazer grandes alterações na forma e no conteúdo.

Para testar a capacidade das IAs de buscar informações atualizadas, pedimos que respondessem à pergunta: "Quais foram os indicados ao Grammy 2025 na categoria de Melhor Álbum? Quem venceu?". Nesse teste, ambas as ferramentas tiveram desempenhos insuficientes. O DeepSeek não conseguiu fornecer a informação, já que sua base de dados está limitada a outubro de 2023 e a plataforma não conta com atualizações em tempo real. A ferramenta alegou que o evento ainda não havia ocorrido, sugerindo que os dados estariam disponíveis apenas nos canais oficiais futuramente.

Já o Gemini buscou apresentar uma resposta completa e detalhada, listando o real vencedor da categoria — Beyoncé, com o álbum "Cowboy Carter" —, outros indicados e até mesmo os ganhadores de outras categorias. A IA do Google também citou fontes, como o Los Angeles Times, reforçando a tentativa de garantir a legitimidade da informação. No entanto, a listagem de indicados feita pelo Gemini refere-se ao Grammy 2024 e não à edição de 2025. Isso mostra que, apesar de ter acesso a notícias em tempo real, o modelo pode cometer erros na interpretação dos dados.

Também avaliamos a capacidade das IAs de sugerir títulos criativos para um artigo, utilizando como exemplo o texto de uma matéria do TechTudo (ChatGPT: como usar a IA para planejar o seu 2025). Os títulos do DeepSeek são diretos e focam na utilidade do conteúdo. O tom da resposta foi prático e funcional, enfatizando a produtividade e o uso da IA e priorizando palavras-chave relevantes, como "planejamento", "metas", "produtividade" e "2025". No entanto, todas as alternativas seguiram um padrão semelhante, sem explorar abordagens mais criativas ou chamativas.

Os títulos do Gemini são mais variados e exploram diferentes aspectos do tema do artigo, como inovação, personalização e produtividade, por exemplo. Além disso, a ferramenta traz a explicação sobre cada uma de suas sugestões, evidenciando o foco de cada sugestão e indicando o público que pode se interessar por cada um dos títulos. A plataforma ainda sugeriu subtítulos, que permitem compreender melhor do que se trata o texto. Por outro lado, as propostas da IA do Google podem ser muito longas ou soar genéricas demais.

Pedimos às duas IAs que recomendassem um smartphone de até R$ 3 mil com boa câmera e bateria de longa duração. As respostas mostraram diferenças importantes, tanto na abordagem quanto na atualização das informações. O DeepSeek entregou uma resposta objetiva, mas desatualizada, enquanto o Gemini foi mais abrangente e contextualizou melhor a sugestão, apesar de apresentar falhas na curadoria dos modelos.

O DeepSeek indicou os modelos Xiaomi Redmi Note 12 e Samsung Galaxy A34. A IA destacou características como resolução de câmera, estabilização óptica, capacidade da bateria e velocidade de carregamento, apontando o Redmi Note 12 como a melhor opção em custo-benefício. No entanto, um problema significativo é que a base de dados está limitada até outubro de 2023, o que significa que a plataforma não considerou lançamentos de 2024 e 2025. A resposta foi objetiva e bem organizada, mas não reflete as opções mais atuais do mercado.

O Gemini trouxe uma lista mais extensa, incluindo aparelhos como POCO X5 Pro 5G, Samsung Galaxy A54 5G, Motorola Edge 30, Realme GT Master Edition e iPhone SE (2022). Além de descrever as especificações técnicas de cada um, a IA do Google organizou as recomendações de acordo com diferentes perfis de usuário. A resposta foi mais detalhada e variada, mas não escapou de algumas imprecisões, como a inclusão do iPhone SE, que não é uma escolha adequada para quem precisa de longa duração de bateria, por exemplo. No geral, para quem busca uma comparação atualizada de produtos, a IA do Google pode ser mais útil, mas ainda assim é importante checar fontes confiáveis antes de realizar a compra.