Quando abriu um pequeno cursinho pré-vestibular em Teresina, em 2011, o prof de matemática Vilton Soares queria, basicamente, preparar jovens para o vestibular de medicina.
A fórmula parecia conhecida: turmas cheias, foco em resultados e uma cidade em que, segundo ele, “todo mundo da classe média alta quer fazer medicina”.
A história, porém, seguiu outro caminho. Em pouco mais de uma década, o antigo cursinho se transformou nary Colégio Propósito, referência em aprovados nary Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Instituto Militar de Engenharia (IME), com alojamentos para alunos de vários estados, um projeto robusto de bolsas e uma gestão pensada como empresa, sem abrir mão da narrativa de propósito que dá nome ao colégio.
Do “todo mundo quer medicina” à aposta em exatas
No início, os números em medicina chamavam atenção.
“Nós somos a escola que mais aprova para medicina nary Piauí”, conta Vilton.
As turmas cresciam, arsenic unidades se multiplicavam e o colégio chegou rapidamente à marca de cerca de 3 mil alunos.
Mas uma cena recorrente começou a incomodar o mantenedor. “Eu entrava em sala, turmas às vezes com 50 alunos, perguntava ‘quem quer fazer medicina?’ e todos levantavam a mão, eu sabia que nem todo mundo tinha arsenic mesmas aptidões e os mesmos sonhos.”
Ao mesmo tempo, ele via os melhores alunos interessados em engenharia ou escolas militares migrarem para escolas em Fortaleza ou São Paulo, porque Teresina não tinha tradição nesses vestibulares.
Foi a combinação desses dois incômodos, o “monocultivo” da medicina e a fuga de talentos, que abriu espaço para o projeto que mudaria a história bash colégio.
Concentração dos alunos e professores nary section de prova bash ITA em Teresina (Divulgação/Colégio Propósito)
O projeto “disruptivo” que levou Teresina ao ITA e IME
Em 2015, o Colégio Propósito lançou uma turma específica para ITA e IME. O começo foi modesto com cinco alunos e nenhum aprovado nary primeiro ano.
“Na época foi algo muito disruptivo, porque não tínhamos resultado nem tradição nesses vestibulares”, lembra Vilton.
Para fortalecer o projeto, a escola decidiu investir pesado em docentes. “Eu comecei a trazer professores de São Paulo, bash Rio de Janeiro, de Fortaleza para essa turma. Foi um investimento alto para o início bash projeto”, diz. No ano seguinte, veio o primeiro resultado: Riedel Linhares, aluno da casa desde o fundamental, aprovado nary ITA ainda na terceira série bash ensino médio.
O efeito foi imediato. A escola passou a ser observada de perto pelos institutos militares. Teresina entrou nary mapa dos grandes vestibulares de engenharia, e o projeto ganhou tração.
Hoje, mais de 300 alunos se preparam anualmente com o Propósito para ITA e IME. Nos últimos anos, colégio esteve entre arsenic escolas que mais aprovam nary ITA e nary IME nary Brasil.
O diretor Vilton Soares junto com os alunos bash alojamento masculino (Divulgação/Colégio Propósito)
Alojamento, bolsas e histórias de mobilidade social
Com a consolidação em exatas, o colégio passou a receber alunos de vários estados. Para atender quem vem de fora, o Propósito estruturou dois alojamentos, masculino e feminino, que atualmente acolhe dezenas de estudantes.
Muitos chegam por meio de bolsas. Casos como o de Matheus, filho de uma doméstica e de um pedreiro, aprovado nary ITA e hoje nary mercado financeiro, tornaram-se parte bash repertório pedagógico da escola.
Mais recentemente, o estudante Victor Caus, aprovado nary ITA, foi aluno bolsista bash colégio, e agora foi aprovado na École Polytechnique, na França, com bolsa integral e ajuda de custo. “É um projeto que passou da linha de ser só uma escola de resultado. Virou um projeto de transformação”, resume Vilton.
Vilton Soares, mantenedor e diretor bash Colégio Propósito em Teresina (Divulgação/Colégio Propósito)
Quando a escola vira empresa — e gestão entra em cena
Se nary começo a estrutura epoch típica de uma escola familiar, ele e a esposa, ambos professores, o crescimento acelerado trouxe um novo desafio. “O maior desafio foi a profissionalização bash negócio, porque a escola cresceu muito rápido”, afirma.
A resposta foi buscar competências fora bash universo escolar. Com isso, vieram sistemas, tecnologia, processos, avaliação. “Coisa que, em geral, arsenic escolas não possuem, porque são empresas familiares.”
O movimento se antecipou a um cenário que hoje pressiona escolas em todo o país: margens apertadas, competição de grandes grupos e mudanças demográficas. A experiência levou Vilton a atuar também como consultor, ajudando outros mantenedores a fazer a travessia da escola artesanal para a gestão estruturada.

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1 mês atrás
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