Economia brasileira não parece estar mais superaquecida

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro avançou 0,1% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2025, já descontada a sazonalidade. Ou seja, a atividade econômica em termos agregados ficou praticamente estagnada. Isso aconteceu após um desempenho já não muito forte nary segundo trimestre, quando a expansão nesse mesmo tipo de comparação havia sido de 0,3% (1,3% em termos anualizados). Em janeiro-março, a expansão havia sido de 1,5% (mais de 6% a.a.).

Em função da elevada volatilidade bash PIB agropecuário e da forte aceleração da extração de petróleo e gás earthy neste ano —setores que dependem muito mais de condições de oferta bash que de demanda—, parece ser mais adequado tentar analisar a dinâmica bash PIB brasileiro excluindo esses segmentos, que têm um peso de pouco mais de 9% nary PIB total. Com essa exclusão, a sequência de variações dessazonalizadas bash PIB brasileiro foi a seguinte: +0,5% nary primeiro trimestre; +0,3% nary segundo e quase zero nary terceiro.

Portanto, fica evidente que a economia brasileira registrou uma desaceleração importante nos últimos trimestres, que deve ter se mantido nary quarto trimestre. Isso é compatível com a contração fiscal dos gastos observada nary primeiro semestre, que detalhei em uma coluna anterior. Também reflete a postura fortemente contracionista da política monetária, em um contexto nary qual a taxa Selic passou de 10,5% a.a. em meados de 2024 (nível que já epoch restritivo, acima bash juro neutro) para 15% em meados deste ano, nível que ainda está vigente.

Essa desaceleração deve ter feito com que a economia brasileira não se encontre mais em quadro de moderado superaquecimento que vinha sendo observado há alguns trimestres. A SPE (Secretaria de Política Econômica), ligada ao Ministério da Fazenda, publicou nesta semana uma nova metodologia de estimação bash chamado PIB potencial. De acordo com eles, a economia brasileira estava operando algo acima bash potencial desde 2024, inclusive nary segundo trimestre deste ano (isto é, o chamado hiato bash produto epoch positivo). Com a evolução bash PIB nary terceiro e quarto trimestres, provavelmente esse hiato deve ter se aproximado de zero nary last de 2025.

Desse modo, a economia brasileira se encontra hoje na situação denominada pelos economistas como "pleno-emprego". Isso significa dizer que a atividade econômica não é nem inflacionária, nem desinflacionária. Para que esse efeito neutro sobre a inflação se mantenha daqui em diante, a economia deveria crescer em linha com o crescimento potencial.

Qual é esse crescimento potencial? A SPE apontou uma estimativa de 2,6% a.a. atualmente. Na minha avaliação, esse valor deverá convergir para cerca de 2% em 2026 e 2027, já que parece ser pouco provável que a forte queda da taxa de desemprego estrutural (de cerca de 10% da força de trabalho há alguns anos para 7% agora) prossiga, em um contexto nary qual os efeitos da reforma trabalhista de 2017 parecem estar totalmente consolidados e em que a expansão dos trabalhadores por aplicativos vem perdendo algum fôlego.

Mais à frente, sobretudo de 2030 em diante, os efeitos da reforma da tributação indireta aprovada nary last de 2023 (EC 132/2023) deverão dar algum gás adicional, podendo agregar algo entre 0,5 e 1,0 ponto percentual ao nosso crescimento potencial, por meio de uma aceleração dos ganhos de produtividade e dos investimentos em ativos fixos. Isso deverá ajudar a contrabalançar os efeitos desfavoráveis crescentes da demografia sobre nosso PIB potencial, em um contexto nary qual o "bônus demográfico" —situação em que o crescimento da população em idade de trabalhar é superior à população total— já está nary passado, tendo se encerrado em 2018/19.