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Mas o que ele espera em troca? Na terça-feira (5), dia da eleição americana, ao fazer uma transmissão ao vivo direto de seu jatinho, a caminho da Flórida para participar da festa de apuração dada por Trump, Musk disse aos seguidores que a campanha presidencial de 2024 é apenas o começo de suas ambições políticas.
Doadores ricos há muito tempo usam os bolsos gordos para moldar o cenário político, mas estrategistas republicanos ressaltam que Musk tem poder e apelo únicos.
"Secretário de corte de custos"
Publicamente, Trump e Musk já haviam anunciado que, em caso de vitória nas urnas, o bilionário deve trabalhar em uma comissão do governo. Recentemente, em entrevista à rede de TV Fox News, o ex-presidente contou que o papel do aliado no governo seria o de "secretário de corte de custos".
Musk, inclusive, já começou a trabalhar com um copresidente da equipe de transição de Trump, Howard Lutnick, presidente-executivo da empresa de Wall Street Cantor Fitzgerald e um amigo de longa data de Trump.
Lutnick, que apresentou Musk no comício de domingo, é amplamente visto como um potencial secretário do Tesouro de Trump e ponte do republicano com a comunidade empresarial. No X, ele postou foto com o bilionário e já falou sobre a parceria deles na comissão.
Apesar das declarações públicas, não está claro como tal agência funcionaria e como seria financiada.
Um ex-funcionário do governo federal, que trabalhou com Trump durante seu primeiro mandato, afirma ao "The Washington Post" que não acredita que o republicano vá levar à frente esses planos de cortes tão grandes.
Segundo ele, o Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca lutou para fazer Trump aprovar cortes de gastos em agências federais durante seu mandato presidencial. No entanto, ele frequentemente concordava, mas mudava de ideia após ser influenciado por um aliado político, um programa de TV ou um líder do Congresso.
Outra questão complicada em relação à presença de Musk no governo Trump, apontam especialistas, é um enorme conflito de interesses, já que empresas dele - a SpaceX e a Tesla - são contratadas federais.
A grande influência dele sob o novo presidente, não só o fará ganhar milhões de dólares a mais, como pode permitir que ele sugira ações que afetam as agências que regulam suas empresas nas indústrias espacial e automobilística.
Elon Musk (à esquerda), bilionário e dono da rede social X, e Donald Trump, candidato republicano à presidência dos EUA. — Foto: David Swanson/Reuters/Alex Brandon/AP
Ainda de acordo com o "The New York Times", mesmo antes de Trump ser reeleito, o bilionário o procurou com um pedido para sua transição presidencial: que alguns funcionários da SpaceX fossem contratados como altos funcionários do governo, inclusive no Departamento de Defesa, um de seus maiores clientes.
O vínculo da SpaceX com o governo atualmente é tão grande que autoridades do Pentágono estão preocupadas de estar dependendo demais da empresa para lançamentos de foguetes, de acordo com o jornal.
Procurados, tanto pelo "The Washington Post" como pelo "The New York Times", o bilionário e executivos da SpaceX e da Tesla não responderam a pedidos de comentários.
Um porta-voz da equipe de transição de Trump também não.
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