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Em meio a apreensões dos EUA, Maduro diz que 'corsários estão assaltando' petroleiros venezuelanos

Maduro, no entanto, não citou nominalmente a apreensão do 3º navio petroleiro pelos EUA e não está claro se a fala é uma resposta à ação americana deste domingo.

"A Venezuela vem denunciando, enfrentando e derrotando há 25 semanas uma campanha de agressão que vai desde o terrorismo psicológico até corsários que assaltaram petroleiros. Estamos preparados para acelerar a marcha da Revolução profunda", disse Maduro em suas redes sociais minutos após a nova apreensão ser revelada pelas agências de notícias.

Citados por Maduro, os corsários são marinheiros armados que, em tempos de guerra, recebem uma autorização oficial de um governo para atacar e saquear navios e portos inimigos para compartilhar os lucros com o Estado que os comissionou. São diferentes dos piratas, porque esses atuam por conta própria. Os corsários eram muito utilizados por potências marítimas europeias entre os séculos XV e XIX, especialmente na época das grandes navegações.

As agências de notícias Bloomberg e Reuters afirmaram que a Guarda Costeira americana interceptou um terceiro navio petroleiro próximo à costa da Venezuela neste domingo. O nome do barco é o petroleiro Bella 1. O governo Trump não se manifestou sobre a nova apreensão até a última atualização a desta reportagem.

Se confirmada, esta será a segunda apreensão de navios petroleiros perto da Venezuela apenas neste final de semana e a terceira em pouco mais de dez dias. Além dessa embarcação, os Estados Unidos apreenderam no sábado (20) o petroleiro Centuries e, em 10 de dezembro, o Skipper. A ação compõe uma estratégia de pressão do governo Trump contra o regime venezuelano de Nicolás Maduro. (Leia mais abaixo)

Segundo a Bloomberg, trata-se de um petroleiro que usava bandeira panamenha e estava a caminho da Venezuela para ser carregado. A Reuters diz que o navio estava em águas internacionais e que a Guarta Costeira americana "estaria perseguindo" o petroleiro, sem dar mais detalhes.

EUA anunciam sanções contra parentes de Maduro e contra empresas e navios que atuam na Venezuela — Foto: Reprodução/TV Globo

A apreensão de navios petroleiros faz parte da campanha de pressão do governo Trump contra o regime Maduro, que inclui uma ampla mobilização militar no mar do Caribe, sobrevoos no espaço aéreo venezuelano e bombardeios a embarcações. As interceptações, que visam estrangular a economia venezuelana, adicionaram um novo capítulo à escalada de tensões entre os dois países.

Por que os navios estão sendo apreendidos?

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela

A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.

Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.

🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.

Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".

Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.

Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.

A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters.

Veja os vídeos que estão em alta no g1

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Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados.

Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima.

O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além.

Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro.

Trump e Maduro — Foto: AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez

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