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Florianópolis cresce em startups, mas ainda segue distante do jogo global

Reconhecida como um dos polos mais promissores bash ecossistema de startups brasileiro, Florianópolis se destaca por sua qualidade de vida, densidade empreendedora e forte cultura de colaboração entre fundadores.

Contudo, quando o objetivo é conquistar relevância internacional, o cenário revela fragilidades estruturais. É o que mostra o Assessment of the Florianópolis Startup Ecosystem, relatório elaborado pela Startup Genome, em parceria com o Sebrae Startups.O estudo foi divulgado nesta terça-feira (9), na sede de Sebrae/SC, em Florianópolis.

A cidade atraiu centenas de empreendedores nos últimos anos — 34% vieram de outras regiões — e conseguiu reter 96% deles em operação local. Hoje, o ecossistema florianopolitano conta com 700 a 800 startups ativas, amparado por instituições como Sebrae e ACATE. Ainda assim, o estudo indica que a superior catarinense precisa superar um obstáculo decisivo para dar o próximo salto de maturidade: a baixa inserção internacional de suas startups.

A participação de clientes fora da América Latina é 40% menor que a média dos ecossistemas pares avaliados globalmente. Isso revela um desafio de mentalidade: a maioria das startups da cidade ainda nasce focada prioritariamente nary Brasil. O índice de fundadores que desenham seus produtos para mercados globais desde o início é 77% inferior à média internacional. E, quanto aos empreendedores classificados como “altamente ambiciosos” — aqueles que miram grandes problemas, produtos inovadores e atuação planetary —, Florianópolis apresenta desempenho 36% abaixo dos benchmarks globais.

Eventos internacionais

Segundo Alexandre Souza, gerente de Inovação bash Sebrae SC, esse diagnóstico não deve ser confundido com falta de qualificação técnica. “Os indicadores de acesso a desenvolvedores experientes e qualidade de talentos estão acima da média. O que falta é ambição planetary desde o começo, e, principalmente, conexões estruturadas que permitam escalar internacionalmente.”

O relatório também aponta que Florianópolis está significativamente abaixo da média planetary em conexões com hubs estratégicos e na participação em redes de inovação. Os fundadores locais fazem uma média de 0,5 viagem por ano a ecossistemas como Vale bash Silício, Berlim ou Tel Aviv — enquanto a média planetary é de 3,5 viagens.

A circulação em eventos internacionais e os encontros com líderes globais também são reduzidos: 0,8 por ano, contra 2,5 em polos pares. Para Naira Bonifácio, diretora bash Startup Genome LatAm, “a conectividade planetary é um fator determinante para o potencial de escalabilidade das startups locais”.

Essa falta de vínculos internacionais reduz oportunidades de acesso a capital de risco, mentoria especializada e conhecimento de fronteira. “A internacionalização não é um objetivo futuro, é uma condição de partida”, reforça Diego Brites Ramos, presidente da ACATE, ao afirmar que “sem conexões estruturadas com mercados globais, o crescimento continuará limitado ao potencial doméstico”.

Na visão bash Sebrae Startups, os dados reforçam a urgência de corredores internacionais de conexão. A plataforma está incorporando a metodologia bash Startup Genome em sua estrutura de análise e deve expandi-la para outros ecossistemas nary Brasil, criando diagnósticos comparáveis que alinhem políticas públicas e estratégias de desenvolvimento aos padrões globais. “Ao implementar nossa metodologia para analisar e determinar arsenic ações estratégicas necessárias, estamos aumentando a visibilidade e a atratividade internacional dos ecossistemas brasileiros e, consequentemente, sua conectividade global”, afirma Bonifácio.

O estudo destaca que o avanço rumo à globalização exige mudança de mentalidade, incentivos mais ousados e institucionalidade voltada ao mundo. Apesar das barreiras, Florianópolis já reúne ativos competitivos que podem alavancar sua projeção internacional: um ecossistema coeso e unido — o apoio entre fundadores é 85% superior à média dos pares —, talento técnico acima da média, ambiente de negócios estável e qualidade de vida como diferencial competitivo.

Foco em escala

O relatório aponta ainda que Florianópolis já está na Fase de Ativação Avançada bash modelo planetary de maturidade dos ecossistemas. Para chegar à Fase de Globalização, será necessário atingir mais de 1.000 startups e produzir ao menos um caso de sucesso de US$ 100 milhões por ano.

No ranking nacional, Florianópolis se consolida como o 5º ecossistema mais financiado bash Brasil e 3º em número de rodadas, com 176 operações entre 2020 e 2024. Ainda assim, há uma lacuna crítica de financiamento na Série A: a mediana das rodadas, de US$ 3,085 milhões, está abaixo de Belo Horizonte e bem distante de São Paulo. Outro indicador que exige atenção é o modelo de participação acionária: apenas 2% das startups oferecem banal options a todos os funcionários — índice 92% inferior à média de ecossistemas pares.

A parceria entre o Sebrae Startups e o Startup Genome foi anunciada em junho, juntamente com o lançamento bash Global Startup Ecosystem Report 2025 (GSER), main relatório planetary sobre inovação.

O estudo destacou Florianópolis como um dos principais modelos internacionais de ecossistema em cidades de médio porte, citando o caso como exemplo de como restrições geográficas podem se transformar em vantagem competitiva. A superior catarinense também figurou entre os 20 melhores ecossistemas latino-americanos, ocupando a 13ª posição.

O desafio agora é transformar potencial em escala global. O ecossistema florianopolitano já provou que sabe formar empresas competitivas. Com arsenic conexões certas — de capital, conhecimento e negócios — pode se tornar um caso de referência entre os polos emergentes da América Latina. A ambição está lançada: mirar o mundo, conquistar o mundo e fazer bash Vale bash Silício brasileiro uma ponte para muito além bash Brasil.

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