Galípolo diz que diversidade precisa se tornar vantagem competitiva do país

Primeiro diretor negro do Banco Central foi nomeado em 2023. Ailton de Aquino Santos, servidor de carreira, assumiu a diretoria de fiscalização. No último concurso do Banco Central, em 2024, o processo definiu que 20% das vagas ficariam para candidatos que se autodeclarassem pretos ou pardos. E, em 2025, o BC constitui o grupo de trabalho interdepartamental GTI Diversidade, com a finalidade de conduzir estudos técnicos, elaborar proposta de política institucional e estruturar plano de ação voltado à promoção da diversidade, equidade e inclusão no âmbito do Banco Central do Brasil.

Diversidade é resultado da formação do Brasil. Citando autores clássicos das Ciências Sociais, como Caio Prado Jr e Celso Furtado, Galípolo disse que o sentido de colonização do país, que surgiu como apêndice de modelo econômico externo, não cuidou historicamente para atender às necessidades de seu próprio povo. E que, na construção da nação, no princípio, o país respondeu por 35% a 40% de seres humanos que foram tirados e escravizados da África, que "eram vistos como meio de produção, e não como gente".

Ponto de partida que não determina destino, mas trajetória. Segundo Galípolo, essas origens históricas econômicas do Brasil são ainda obstáculos ao desenvolvimento econômico do país até nos dias atuais. "E esse é um caminho que a gente vem tentando superar", disse.

Brasil deve aproveitar sua diversidade como vantagem competitiva. Isto (a diversidade) é um bônus que a sociedade brasileira tem. Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central