As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos para exportação, que entraram em vigor nesta quarta-feira (6), e afetam mais da metade dos produtos brasileiros vendidos aos norte-americanos, dominaram os debates no Tá na Mesa da Federasul. O encontro, realizado nesta quarta no Palácio do Comércio, abordou o tema "Exportações Comprometidas: Os impactos reais das sanções americanas no RS". No debate, os representantes ligados aos setores de calçado, tabaco, proteína animal, BRDE e da Câmara de Comércio Americana defenderam o diálogo comercial entre Estados Unidos e Brasil como forma de resolver a questão do tarifaço.
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As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos para exportação, que entraram em vigor nesta quarta-feira (6), e afetam mais da metade dos produtos brasileiros vendidos aos norte-americanos, dominaram os debates no Tá na Mesa da Federasul. O encontro, realizado nesta quarta no Palácio do Comércio, abordou o tema "Exportações Comprometidas: Os impactos reais das sanções americanas no RS". No debate, os representantes ligados aos setores de calçado, tabaco, proteína animal, BRDE e da Câmara de Comércio Americana defenderam o diálogo comercial entre Estados Unidos e Brasil como forma de resolver a questão do tarifaço.
Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, disse que a cadeia produtiva do tabaco é extremamente importante para o Sul do Brasil, principalmente para o Rio Grande do Sul, de onde é proveniente a maioria das exportações. "O Brasil exporta algo em torno de US$ 3 bilhões e volumes de 500 a 700 mil toneladas. Temos os Estados Unidos como o terceiro maior destino das exportações brasileiras - algo em torno de 9% do que produzimos, que gira na casa de US$ 250 milhões", comenta.
Segundo Thesing, o Brasil é o maior exportador de tabaco em nível mundial (20% a 30%). Ou seja, o tabaco comercializado no mundo sai do Brasil há mais de 30 anos. "O momento é de extremo desafio. São 40 mil toneladas que historicamente vão para os Estados Unidos. Realocar isso é possível porque o Brasil tem a liderança das exportações com 113 países que receberam o nosso tabaco no ano passado. Porém, não é uma tarefa fácil. Acreditamos em uma saída diplomática", acrescenta.
Priscila Linck, coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, destaca que a indústria calçadista percebeu a paralisação das negociações com o mercado norte-americano, o que, segundo ela, causa naturalmente uma queda no faturamento das indústrias. "Temos relatos de cancelamento de pedidos de calçado já produzidos", lamenta. Segundo Priscila, os Estados Unidos são o principal destino do calçado brasileiro e gaúcho. Cerca de 60% da exportação nacional de calçados sai do Rio Grande do Sul. "Fica difícil para o setor realocar essa demanda para outros mercados", admite.
O presidente do Conselho da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, acredita que haverá uma saída diplomática entre os países. "Temos que sair das narrativas e ir direto para as negociações. A discussão tem que acontecer no mundo dos negócios", destacou. Turra criticou a diplomacia brasileira, que segundo ele, tem tido uma atuação muito fraca desde o anúncio das medidas pelo governo Trump.
Sobre a decisão de aumentar a linha de crédito concedida à indústria gaúcha pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o presidente Ranolfo Vieira Júnior disse que o banco aguarda as medidas do governo federal, especialmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para definir se haverá ou não aumento na linha de crédito de R$ 100 milhões.
Até o momento, segundo Ranolfo, o banco recebeu pedidos de empresas ligadas aos segmentos de alimentos e bebidas, calçadista, madeireiro, metalmecânico e o maior percentual de pedidos, da indústria moveleira. O Rio Grande do Sul está entre os estados mais afetados pela medida protecionista anunciada por Donald Trump e, conforme estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), existe o risco de uma perda de R$ 1,92 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Para Ranolfo, o momento é de serenidade e a discussão deve ser despolitizada ao extremo.
Marcelo Rodrigues, diretor executivo da Câmara Americana de Comércio, destacou a parceria comercial de mais de 200 anos entre o Brasil e os EUA. "Defendo o diálogo comercial. Estamos monitorando os principais impactos para o Brasil das novas tarifas e da política comercial dos Estados Unidos", acrescenta. O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, destaca que o governo brasileiro precisa sentar na mesa e negociar com os norte-americanos.
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