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Mistério da Estrela de Belém intriga cientistas: o que, afinal, guiou os reis magos até Jesus?

Mistério para a ciência

Por décadas, astrônomos e historiadores têm tentado encontrar uma explicação científica para o fenômeno descrito no Evangelho de Mateus.

Embora na Bíblia seja apresentado como uma estrela, devido à sua tradução do grego "astera", a hipótese mais aceita pelos cientistas sustenta que poderia ter sido uma conjunção planetária entre Júpiter e Saturno.

Segundo diversas fontes, como apontado pela publicação científica IFLScience, o Evangelho de Mateus —o único que menciona a estrela— foi escrito décadas após a vida de Jesus, por volta de 85 d.C.

Em 1305, o artista italiano Giotto di Bondone pintou o afresco A Adoração dos Magos, inspirado pela passagem do cometa Halley em 1301, retratando a "Estrela de Belém" com a forma nítida de um cometa.

Nova teoria sobre origem do cometa

Agora, uma nova pesquisa de Mark Matney, cientista planetário da Nasa, sugere que a estrela bíblica pode, na verdade, ter sido um cometa da Nuvem de Oort, região nas fronteiras do Sistema Solar.

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Este é o primeiro candidato astronômico para a estrela já identificado, que poderia ter tido um movimento aparente correspondente à descrição de Mateus, onde a estrela 'guiou' os Magos em sua jornada para Belém até 'parar' sobre o local onde estava o Menino Jesus. Mark Matney, cientista planetário da Nasa

Como se explica aparente imobilidade?

Imobilidade do astro pode ter sido apenas uma impressão
Imobilidade do astro pode ter sido apenas uma impressão Imagem: Rawpixel/Getty Images/iStockphoto

Em um artigo publicado em 3 de dezembro no Journal of the British Astronomical Association, Matney citou documentos chineses que descrevem o avistamento de um cometa em 5 a.C.

O cientista sugere que, se o cometa tivesse passado tão perto da Terra quanto a distância até a Lua, ele poderia ter dado a impressão de estar estacionário, o que estaria de acordo com o relato bíblico.

"Se um objeto interplanetário passasse perto da Terra na velocidade, direção, distância, posição e momento certos, seria possível que seu movimento coincidisse temporariamente com a velocidade de rotação da Terra e a contrabalançasse", sugere Matney.

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"Tal objeto poderia parecer 'parar' temporariamente exatamente sobre uma localização geográfica específica por várias horas", acrescenta.

Teoria gera dúvidas

No entanto, os registros chineses mencionados indicam que o cometa permaneceu na mesma constelação por cerca de 70 dias, um comportamento difícil de explicar para um cometa típico.

Em declarações compiladas pela Scientific American, Ralph Neuhäuser, astrofísico da Universidade Friedrich Schiller de Jena, na Alemanha, alerta que esse tipo de documento histórico é impreciso: "Em geral, quanto mais antigo o registro, menos informações são preservadas".

Matney reconhece essas limitações e admite que mais fontes seriam necessárias para fortalecer a hipótese. Mesmo assim, seu trabalho reabriu o debate científico sobre a origem da Estrela de Belém. "Tenho certeza de que este artigo não será a palavra final sobre a Estrela de Belém, mas parece ser uma contribuição valiosa para a astronomia forense", disse Frederick Walter, astrônomo da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, à mesma publicação.

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