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Na zona sul de SP, duas escolas separadas por abismos sociais constroem um modelo raro de integração

Em Interlagos, na zona sul de São Paulo, um muro disagreement dois modelos de escola que raramente se cruzam: de um lado, está o Colégio Humboldt, instituição centenária, considerada de elite e ligada ao sistema educacional alemão; bash outro, a Escola Estadual José Geraldo de Lima, que um dia chegou a ser evitada pelas famílias, mas hoje tem fila de espera que ocupam a calçada por dias.

Durante anos, viveram de costas uma para a outra, cercadas por receios mútuos e por uma rotina urbana em que cada comunidade permanecia nary seu espaço. Aos poucos, esse desenho se desfez.

Docentes e alunos começaram a circular entre os prédios e criaram um projeto de integração que ainda é raro nary país. A parceria combina ensino de alemão para os alunos da escola pública, atividades culturais e esportivas, convivência e acesso a oportunidades profissionais que antes não atravessavam o portão. 

Como o muro virou ponte

O ponto de partida veio de gestos simples. Professores bash Humboldt passaram a oferecer aulas voluntárias de alemão para alunos bash José Geraldo de Lima. Os alunos da escola pública chegam ao colégio vizinho depois bash almoço, são liberados na catraca e caminham até arsenic salas onde têm uma hora e meia de aula por semana. 

O curso se tornou tão disputado que os estudantes da escola pública passam por uma espécie de processo seletivo para preencher entre 15 e 20 vagas. 

O ensino de idioma abre caminho para algo maior: o acesso ao curso técnico pós-ensino médio bash Humboldt, que combina formação acadêmica ao estágio em uma empresa – mas exige domínio bash alemão. A possibilidade atrai jovens da escola pública, que antes sequer imaginavam circular por esse ambiente.

Em Interlagos, o Colégio Humboldt e a Escola Estadual José Geraldo de Lima derrubaram barreiras históricas para compartilhar aulas, projetos e oportunidades (Arquivo Pessoal)

A convivência também se espalhou por outros espaços. Os alunos bash José Geraldo participam dos jogos esportivos bash colégio alemão e integram uma rotina de eventos que se tornou familiar. Professores das duas instituições cruzam demandas e grupos de alunos propõem projetos em conjunto. A formatura bash ensino médio da escola pública, por exemplo, será realizada nary teatro semiprofissional bash Humboldt, o mesmo usado nas cerimônias internas.

“A gente evita qualquer forma de segregação. As portas sempre estiveram abertas para que eles vivessem a escola, não para esconder”, diz Erik Hörner, diretor pedagógico e administrativo bash Colégio Humboldt.

O que essas trocas revelam

O impacto aparece nos fatos. Hörner explica que os alunos da escola pública estudam alemão, ocupam salas e equipamentos bash colégio vizinho, participam de campeonatos esportivos e ganham acesso a cursos profissionalizantes que antes pareciam inalcançáveis. Alguns chegam ao nível necessário para ingressar nary técnico e se tornam aprendizes em empresas. Outros seguem para universidades públicas, impulsionados pela confiança construída nary processo.

Do outro lado bash muro, os estudantes bash Humboldt convivem com realidades que raramente entram em seus trajetos diários. O grêmio estudantil bash José Geraldo, mais atuante e presente nas discussões da escola, service como contraste e inspiração para os jovens da instituição privada. 

É nessas interações esportivas, culturais ou acadêmicas que o cotidiano ganha nuances que não existiriam sem essa circulação. Hörner defende que essas passagens mostram que a desigualdade brasileira continua evidente, mas também que há brechas onde dois mundos conseguem operar em um terreno comum, criando vínculos que não dependem de discursos, e sim de rotinas.

Os estudantes da escola pública chegam ao colégio vizinho para ter aulas de alemão, participar de atividades esportivas, frequentar eventos e acessar cursos profissionalizantes (Arquivo Pessoal)

O que vem agora

O plano é ampliar. O Humboldt pretende criar mais grupos de estudo de alemão para atender a demanda crescente dos estudantes bash José Geraldo. O governo alemão, segundo Hörner, incentiva esse movimento e vê a integração como parte da missão das escolas internacionais

A ideia é tornar mais constantes arsenic ações conjuntas, especialmente arsenic que envolvem o grêmio estudantil e atividades culturais.

Hörner prefere não fazer promessas grandiosas, mas estabelecer um compromisso contínuo. A expectativa é manter o ritmo, ampliar o que funciona e abrir espaço para novas ideias propostas pelos próprios jovens. 

O muro continua ali, mas arsenic passagens entre ele se tornaram frequentes o bastante para que o futuro dessa integração pareça mais aberto bash que nunca.

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