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O que ajustar em você antes de virar o ano?

Ao longo da minha trajetória no McDonald's, na PepsiCo, na Espaçolaser, na ZAMP, tive momentos em que, mesmo entregando resultados, fechava o ano com aquela sensação: "Ok, entregamos. Mas faltava alguma coisa". Não estou falando de não gostar do que eu fazia. Eu amava o que fazia. Mas, em alguns momentos, eu estava mais reagindo do que escolhendo, mais apagando incêndios do que construindo com intenção. Até que aprendi a reconhecer esses sinais antes que o ano inteiro passasse assim.

Depois de mais de 30 anos liderando, aprendi que esse sentimento não é sobre falta de competência. É sobre falta de autoliderança. E aqui vale uma distinção fundamental: autoliderança não é o mesmo que autodisciplina. Autodisciplina é fazer o que precisa ser feito, mesmo sem vontade. É a força que te faz acordar cedo, cumprir a agenda, entregar o relatório.

Autoliderança é algo mais profundo. É a capacidade de se observar, de entender seus gatilhos emocionais e de alinhar suas ações com suas intenções. É o que te permite fazer uma pausa antes de reagir com irritação em uma reunião tensa. É o que te dá clareza para dizer "não" a um projeto que parece urgente, mas não é importante. É o que te faz perceber que você está repetindo um comportamento destrutivo antes que ele cause danos irreversíveis.

Um estudo da Harvard Business Review revelou algo assustador: embora a autoconsciência seja um dos maiores preditores de sucesso na liderança, menos de 15% dos líderes realmente a possuem. Não é por acaso. A pressão constante nos treina para o modo reativo. Urgência vira prioridade, cansaço vira impaciência, e a gente passa o ano apagando incêndios, muitas vezes sem conseguir olhar para o que está causando o fogo.

Lembro de uma vez no McDonald's em que eu estava tão imerso na operação, tão focado em resolver problemas, que perdi completamente a noção de como meu comportamento estava afetando as pessoas ao meu redor. Eu achava que estava sendo eficiente, mas na verdade estava sendo reativo. Foi quando comecei a criar rituais de pausa: bloqueios na agenda para pensar, conversas semanais com mentores, momentos de reflexão antes de decisões importantes. Não foi fácil, mas foi transformador. Aprendi que eficiência com autoconsciência constrói times. Reatividade sem reflexão destrói a confiança.

É por isso que, antes de fazer qualquer plano para o próximo ano, o ajuste mais importante não está na planilha. Está em você. Autoliderança começa com perguntas honestas, daquelas que a gente evita no dia a dia:

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