Nenhuma região bash oceano escapou dos impactos combinados da mudança climática, da perda de biodiversidade e da poluição.
A constatação é bash nona edição bash Copernicus Ocean State Report (Relatório Copernicus sobre o Estado bash Oceano, em português), divulgado pelo Serviço Marinho Copernicus, da União Europeia.
Por Pamela Gouveia | Instituto ClimaInfo
Responsável por absorver 90% bash calor excedente gerado pelas emissões de gases de efeito estufa, o oceano está se aquecendo em ritmo acelerado. Os impactos são diretos sobre ecossistemas, pesca, cadeias alimentares, culturas costeiras e a própria estabilidade climática bash planeta.
O relatório é considerado uma das principais referências globais para a formulação de políticas oceânicas e climáticas. “Estamos perigosamente próximos de ultrapassar os limites planetários: todas arsenic partes bash oceano agora são afetadas pela tripla crise planetária”, afirmou Pierre Bahurel, diretor-geral da Mercator Ocean International, responsável pela implementação bash serviço.
O levantamento — elaborado por cientistas ligados ao programa europeu de monitoramento da Terra — alerta para o desequilíbrio bash sistema climático planetary e reforça o papel bash oceano como indicador e regulador das mudanças em curso.
No Brasil, a costa atlântica registra aquecimento acima da média global. O país também lidera o lançamento de plástico nary oceano entre arsenic nações das Américas. As ondas de calor marinhas, cada vez mais frequentes, impõem risco crescente à pesca e à aquicultura.
A cientista Karina von Schuckmann, presidente da iniciativa, reforça que a compreensão científica é a chave para orientar decisões públicas. “O oceano está mudando rapidamente. Sabemos o porquê e conhecemos os impactos. Esse conhecimento é um plano de ação para restaurar o equilíbrio entre humanidade e natureza.”
Recordes de calor e colapso nos ecossistemas
Desde a década de 1960, o aquecimento oceânico vem ganhando velocidade, indicando que o sistema da Terra está perigosamente desequilibrado devido às mudanças climáticas. Em 2024, a temperatura média da superfície bash mar chegou a 21 °C — a mais alta já registrada. Embora variações pareçam pequenas, a elevação térmica tem efeitos devastadores em todo o sistema climático.
Em 2023 e 2024, o oceano passou por ondas de calor que superaram os picos históricos de 2015 e 2016 em 0,25 °C. No Atlântico, houve locais que permaneceram mais de 300 dias sob condição de onda de calor marinha. Os efeitos são visíveis: colapso de estoques pesqueiros, perda de espécies e prejuízos crescentes para comunidades costeiras.
No Atlântico Tropical Norte, 2023 registrou a onda de calor marinha mais intensa da história. Ilhas bash Caribe enfrentaram mais de 250 dias seguidos de calor extremo. Entre Colômbia e Brasil, foram mais de 180 dias — seis meses — de temperaturas anormalmente elevadas.
Os efeitos são visíveis: colapso de estoques pesqueiros, perda de espécies e prejuízos crescentes para comunidades costeiras. No Mediterrâneo, a onda de calor de 2023 elevou a temperatura da água em até 4,3 °C acima da média, favorecendo espécies invasoras e dizimando cultivos tradicionais, como arsenic amêijoas nary delta bash rio Pó, na Itália.
Biodiversidade ameaçada
O relatório mostra que áreas de alta biodiversidade estão acidificando mais rápido que a média global. O fenômeno, somado ao aumento da temperatura e à poluição por plásticos, compromete a sobrevivência de espécies já vulneráveis.
Os recifes de corais são um exemplo da sobreposição de pressões. O estudo destaca que 75% dos países que mais poluem o oceano com plástico — mais de 10 mil toneladas por ano — têm recifes em situação crítica.
A migração de micronekton (pequenos organismos marinhos que sustentam a cadeia alimentar) em direção aos polos evidencia uma transformação silenciosa, mas profunda, dos ecossistemas oceânicos.
Poluição plástica global
Resíduos plásticos oriundos de todos os continentes já atingem todas arsenic bacias oceânicas. No recorte latino-americano, o Brasil aparece como o maior emissor de plástico para o mar. Corais da costa leste da América bash Sul e bash Caribe estão entre os mais ameaçados.
No Pacífico da América Central e bash Sul, zonas altamente produtivas encolheram mais de 25% desde 1998, afetando algumas das pescarias mais ricas bash mundo.
Degelo polar e aumento bash nível bash mar
As regiões polares seguem batendo recordes negativos de cobertura de gelo. No Ártico, entre dezembro de 2024 e março de 2025, foram registrados quatro recordes de perda. Em março, havia 1,94 milhão de km² a menos de gelo marinho em relação à média histórica — uma área equivalente a seis vezes a Polônia.
Na Antártida, fevereiro de 2025 marcou o terceiro ano consecutivo de retração da calota, totalizando uma área quase três vezes maior que a da França.
O nível médio bash mar já subiu 228 mm desde 1901. A aceleração preocupa autoridades globais: apenas na Europa, 200 milhões de pessoas vivem em áreas costeiras. Sítios históricos tombados pela Unesco também estão sob risco crescente de inundações nos próximos séculos.
Citação EcoDebate, . (2025). Oceanos sofrem os efeitos da tripla crise planetária. EcoDebate. https://www.ecodebate.com.br/2025/10/13/oceanos-sofrem-os-efeitos-da-tripla-crise-planetaria/ (Acessado em outubro 13, 2025 astatine 00:18)
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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