O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, pediu desculpas por ter decretado a lei marcial, que restringe direitos civis, durante um pronunciamento à nação, na noite desta sexta-feira (6), pelo horário de Brasília — manhã de sábado (7), no horário local —, informou a Agência France-Presse (AFP).
Yoon afirmou que não tentaria evitar responsabilidades legais e políticas pela sua decisão, que, segundo ele, foi tomada por desespero.
O discurso foi a primeira aparição pública do líder embaraçado desde que ele revogou a ordem de lei marcial na manhã de quarta-feira, apenas seis horas depois de ela ter sido declarada, e após o parlamento desafiar os cordões militares e policiais para votar contra o decreto.
Acusado de insurreição pela oposição e descrito como um "grande perigo" pelo líder de seu próprio partido após a declaração da lei marcial, Yoon vai enfrentar neste sábado a votação da moção de impeachment na Assembleia Nacional.
Seis horas após o anúncio, o chefe de Estado recuou, sob pressão da Assembleia Nacional, onde a oposição tem maioria, e das ruas.
Uma pessoa assiste à transmissão do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol fazendo um pronunciamento à nação, em uma estação ferroviária em Seul, Coreia do Sul — Foto: Kim Soo-hyeon/Reuters
O líder do partido governista da Coreia do Sul, Han Dong-hoon, disse neste sábado, pelo horário local, que uma renúncia antecipada do presidente seria inevitável, já que ele não está mais em posição de cumprir o dever público, segundo um comentário televisionado.
Já o principal líder da oposição da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, afirmou que trabalhará arduamente para encerrar o mandato do presidente Yoon Suk Yeol, pois sua existência política é "perigosa" para o país.
Alguns membros do PPP pediram para Yoon renunciar antes da votação, dizendo que não queriam uma repetição do impeachment de 2016 da então presidente Park Geun-hye, que deixou o cargo após meses de protestos com velas contra um escândalo de tráfico de influências. Sua queda provocou a implosão do partido e a vitória dos liberais nas eleições presidenciais.
Milhares de manifestantes segurando velas se reuniram fora do parlamento na noite de sexta-feira, pelo horário local, exigindo o impeachment de Yoon. Mais manifestações são esperadas neste sábado antes da votação.
Pessoas assistem ao pronunciamento do presidente da Coreia do Sul — Foto: Ahn Young-joon/AP
O caso está sendo investigado por uma equipe de 120 policiais, que examinam a denúncia de insurreição apresentada pela oposição contra Yoon e outros funcionários de alto escalão.
"Se surgirem evidências durante a investigação sobre os preparativos para uma segunda lei marcial, nós vamos perseguir", disse Kim San-ho, que supervisiona a investigação, à AFP.
A denúncia também envolve o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, que renunciou ao cargo na quinta-feira e está proibido de deixar o país.
Esta foi a primeira declaração de lei marcial na Coreia do Sul em mais de 40 anos e provocou recordações dolorosas da ditadura que governou o país até 1987.
O presidente, que enfrenta uma dura oposição parlamentar devido aos orçamentos do próximo ano, justificou a medida pelas "ameaças que representam as forças comunistas da Coreia do Norte" e devido aos "elementos antiestatais que roubam a liberdade e a felicidade do povo".
A oposição diz que Yoon queria "evitar investigações iminentes sobre supostos atos ilegais que envolvem ele e sua família".
Os eventos surpreenderam e provocaram preocupação no principal aliado do país, os Estados Unidos, que mantêm quase 30 mil soldados no país.
Em uma ligação para o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, celebrou a suspensão da lei marcial e "expressou confiança na resistência democrática do país", informou seu porta-voz Matthew Miller.

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1 ano atrás
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