O Laboratório de Física Atmosférica (LFA) do Instituto de Física (IF) da USP passou a contribuir, em setembro, com a speciesLink, plataforma para consulta de dados sobre biodiversidade no Brasil e em outros países da América do Sul. A iniciativa reúne mais de 16 milhões de informações sobre espécies da fauna, flora e microbiota, sendo mais de 60% provenientes do Brasil. A contribuição do Laboratório de Física Atmosférica pode facilitar a análise dos impactos do clima na sobrevivência de ecossistemas.
Em relato ao Jornal da USP, Paulo Artaxo, professor do IF e membro do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), disse que a integração marca uma importante conexão entre monitoramento de dados climáticos e preservação de espécies: “Até agora, esses dois temas foram tratados em convenções internacionais diferentes, sem nenhuma conexão entre uma questão e outra; a ideia do projeto foi quebrar essa dicotomia".
speciesLink se une ao Laboratório de Física Ambiental da USP para fortalecer monitoramento de biodiversidade — Foto: Foto: Pok Rie/Pexels Por que a integração de dados climáticos é importante?
A speciesLink foi criada em 2002 pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA), organização civil sem fins lucrativos, que também é responsável pela manutenção da rede e parcerias com instituições de pesquisa e coleções científicas. Atualmente, a rede colaborativa contém dados de mais de 200 instituições, sendo mais de 30 internacionais. O objetivo do projeto, de acesso livre e gratuito, é fomentar pesquisa, educação e políticas na área socioambiental, visando a preservação da biodiversidade.
A parceria com o Laboratório de Física Atmosférica da USP permite que pesquisadores possam analisar dados climáticos enquanto fatores relevantes para a conservação e existência de espécies. Em entrevista ao Jornal da USP, a professora Luciana Rizzo, que supervisionou a colaboração entre o speciesLink e o laboratório, explica que "[na plataforma], pesquisadores podem acessar o nome de uma espécie, a data e o local onde ela foi avistada e sua caracterização. Mas havia uma demanda científica por cruzamento com dados climáticos."
Anteriormente, cientistas basearam pesquisas em informações da WorldClim, base internacional sobre clima, sem especificidades sul-americanas. Agora, o laboratório se alia ao MapBiomas, parceiro da rede colaborativa desde 2022, para a criação do MapBiomas Atmosfera. Baseando-se em dados do Inpe (Instituto Nacional de Meteorologia) e dividindo o território da América do Sul em áreas de 10km², pesquisadores estabeleceram 19 indicadores climáticos relevantes para compreender a distribuição de espécies.
Entre os indicadores, dois ajudam a identificar padrões de elevação de temperatura na parte sul do continente durante as últimas décadas. De acordo com a professora Luciana Rizzo, as mudanças climáticas não se distribuem da mesma forma pelo território: “As temperaturas no Centro-Oeste brasileiro, por exemplo, já aumentaram muito mais devido ao aquecimento global do que as cidades no litoral.”
Como signatário da Convenção de Kyoto e da Convenção Climática, além de sede da COP30, pesquisadores brasileiros ocupam posição importante no desenvolvimento de políticas públicas de conservação do meio ambiente. Conforme exemplifica Luciana Rizzo: “Esse projeto pode identificar regiões da América do Sul ou do Brasil que estão passando por uma mudança mais acentuada, tanto de uso da terra quanto de clima”.
A iniciativa speciesLink é patrocinada por órgãos públicos de fomento à pesquisa, como a FAPESP, o CNPq e a FINEP, além do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. Internacionalmente, é apoiada pela Global Biodiversity Information Facility. O setor privado também financia o projeto através do J.R.S. Biodiversity Foundation. Para Paulo Artaxo, demanda por ferramentas de monitoramento ambiental só cresce e é dever da ciência prestar informações para a sociedade civil.
Essa matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Conheça o projeto aqui 👈
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