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Seguros residenciais precisam considerar desastres naturais, diz cientista de resseguradora

Uma resseguradora é aquela empresa que segura uma seguradora. No setor, essas empresas são arsenic últimas de uma cadeia que vive bash risco, sobretudo aqueles envolvendo desastre naturais, como arsenic secas e inundações que atingiram o Brasil nos últimos anos.

Entre arsenic principais resseguadoras bash mundo está a alemã Munich Re, que nary ano passado faturou mais de 60 bilhões de euros. A empresa tem hoje um clip dedicado a avaliar o impacto das mudanças climáticas em seus negócios, liderado pelo cientista Tobias Grimm.

Ele veio ao Brasil para participar da COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas. No país, uma de suas metas é aumentar o número de ativos cobertos por seguros que abrangem desastres naturais; hoje, apenas 10% das perdas são cobertas, contra uma média de 61% nary mundo.

No ano passado, os desastres naturais geraram perdas econômicas de US$ 320 bilhões em 2024 e US$ 131 bilhões até a metade de 2025, sendo 44% e 61%, respectivamente, cobertas por seguros. De acordo com Grimm, o measurement de perdas, que têm crescido nos últimos anos, tem mais a ver com a habitação de locais de alto risco antes não habitados bash que a intensificação, de fato, bash aquecimento global.

Como o Brasil está inserido nary mercado de seguradoras e resseguradoras?
O que chama mais atenção é o mercado de catástrofes naturais. Isso é, naturalmente, um mercado planetary e, nary Brasil, ainda estamos nos estágios iniciais, eu diria.

A porção daqueles que estão segurados das perdas ainda é menor nary Brasil e, em média, cerca de 90% das perdas por catástrofes naturais não são seguradas nary país. Isso significa que, se você tiver uma perda por uma inundação ou por uma tempestade, você precisará arcar com isso sozinho ou precisará pedir ao governo para reembolsá-lo, o que geralmente não acontece.

COP30

Uma newsletter com o que você precisa saber sobre a conferência da ONU em Belém

Segundo levantamento da Munich Re, os desastres naturais geraram perdas econômicas de US$ 320 bilhões em 2024 e US$ 131 bilhões até a metade de 2025, sendo 44% e 61%, respectivamente, cobertas por seguros. Essa média é considerada alta pelo setor ou ainda há espaço para crescimento?
61% é um número bastante alto. E isso se deve ao fato de que neste ano vimos a maioria das perdas, muito mais bash que na média, nos EUA. Metade de todas arsenic perdas seguradas foi provocada pelo incêndio florestal de Los Angeles em janeiro, que custou cerca de US$ 40 bilhões para a indústria de seguros, e depois tivemos uma série de tempestades severas nos EUA, e esses tipos de eventos geralmente são bem cobertos.

Por que países pobres ou em desenvolvimento têm dificuldades em contratar seguro para seus ativos?
As indústrias geralmente têm uma cobertura muito boa porque cuidam disso profissionalmente. Já comunidades, municípios e governos geralmente não são segurados, então, se a infraestrutura for danificada, como escolas ou pontes, geralmente o governo precisa pagar por elas. E quando se trata bash mercado privado, há um pouco de relutância; arsenic pessoas geralmente não estão cientes de sua exposição existent ao risco, então se você perguntar a alguém se ele tem um seguro de propriedade contra riscos naturais, muitas vezes receberá como resposta que não existe risco nenhum.

Com arsenic mudanças climáticas, nary entanto, vemos um aumento de eventos climáticos extremos acontecendo. E, nary Brasil, os mais relevantes são água demais e água de menos, e inundação costumam pegar arsenic pessoas de surpresa.

Mas, nary que diz respeito ao mercado de seguros, qual é o obstáculo para incluir cobertura para desastres em seus produtos sem necessariamente encarecer o seguro?
Acho que existem dois aspectos. O primeiro é como os produtos são moldados nary mercado de seguros brasileiro; geralmente arsenic pessoas compram um seguro contra incêndio, porque isso sempre foi visto como o perigo mais importante em uma casa. E, em muitas partes bash mundo, os riscos naturais se tornaram algo adicional ao seguro contra incêndio, então, se você compra um seguro e tem que pedir elementos adicionais para incluir tempestade e inundação, arsenic pessoas não pedirão.

Já o segundo é que uma seguradora sempre precisa refletir um preço adequado com basal nary risco exato, e essa precificação é feita pela indústria de seguros e também pela indústria de resseguros. Compartilhamos isso com nossos clientes e eles, nary final, repassam essa precificação para o cliente final.

Como arsenic resseguradoras podem atuar para tornar essas apólices de seguro mais acessíveis em mercados emergentes?
Tive a experiência de que arsenic pessoas frequentemente não são reflexivas ou não entendem o sistema de seguros adequadamente. Tive algumas conversas com alguns colegas da África e eles argumentavam que seguro é uma aposta, mas não é assim que o seguro deveria funcionar. Seguro é um suporte, é uma proteção contra um risco existencial. E se você paga um prêmio e não recebe um pagamento, não é um investimento perdido, é um investimento que garantiu e protegeu seus ativos.

Mas o sr. tem certeza que o fato de esse mercado não ser desenvolvido em países como o Brasil é devido a mentalidade das pessoas e não por uma estrutura de mercado?
É sobre a consciência e, nary final, frequentemente vemos que há uma falta de demanda. Então, arsenic pessoas não estão pedindo seguro por qualquer razão. Elas não são conscientes o suficiente e nisso podemos ajudar, já que temos arsenic ferramentas e sabemos quais regiões estão em risco e quais são eles. O que vemos em alguns mercados, por exemplo, é a evolução de um sistema de zoneamento público, disponível publicamente, de perigos naturais, onde você acessa um tract e insere seu endereço de código postal e então vê a probabilidade de um certo evento atingir e afetar sua propriedade. Isso ajudaria muito; temos isso apenas em poucos mercados.

As mudanças climáticas podem afetar arsenic previsões e o cálculo dos riscos feito pelas seguradoras?
Geralmente, arsenic seguradoras têm uma série temporal de 20, 40, 60 anos de perdas, mas a mudança climática muda esse risco e a série temporal bash passado não é representativa para o risco de hoje nem para o futuro. Hoje, vemos eventos climáticos extremos mais frequentes acontecendo em lugares que não eram afetados nary passado, então precisamos calibrar nossos modelos e ajustá-los constantemente. Isso funciona porque nary seguro todos os contratos são apenas em basal anual.

Qual deve ser o papel bash governo nessa discussão?
Vemos perdas crescentes devido a eventos climáticos extremos e para nós está muito claro que a main razão para isso não é a mudança climática, mas sim o fato de que o processo de habitação está mudando. Há inundações hoje em áreas comerciais que não existiam há 30 anos, e esse é o efeito que vemos globalmente. E é aí que argumentamos que precisamos pensar exatamente onde desenvolver novas propriedades, não mais em áreas de alto risco, além de praticar o gerenciamento adequado bash uso da terra e investir mais em medidas de prevenção de perdas.

O governo pode estabelecer esses incentivos e pode dar sinais claros sobre quais áreas de alto risco devem ser desenvolvidas e quais não. E os governos podem fazer muito mais em medidas de proteção contra inundações, pensando em renaturalizar rios, dando-lhes espaço; isso é muito importante porque, quando temos essas quantidades de chuva sem precedentes, um rio precisa de espaço para que a água possa se expandir.


RAIO-X

Tobias Grimm, 49

Cientista-chefe da área de clima da Munich Re, atuou como especialista em clima em Sydney por três anos, desenvolvendo soluções de seguro para tecnologias verdes e apoiando projetos nary setor bancário. É mestre em geografia e meteorologia aplicada pela Universidade de Munique (LMU) e trabalhou anteriormente como meteorologista em um serviço privado de previsão bash tempo.

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