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Testamos 3 IAs que organizam seus gastos: vale a pena trocar a planilha?

Com o aumento das buscas por “planilha de gastos”, resolvemos testar se as inteligências artificiais já conseguem substituir — ou ao menos complementar — o controle financeiro manual. Para isso, usamos três das ferramentas mais populares do mercado: ChatGPT, Microsoft Copilot e Gemini Google. Todas receberam o mesmo conjunto de dados fictícios, contendo cinco categorias básicas do orçamento mensal: aluguel, mercado, cartão, lazer e assinaturas. O objetivo era descobrir qual IA entrega a melhor combinação entre clareza, agilidade e utilidade prática e, claro, se já dá para aposentar a planilha ou se ela continua sendo indispensável. A seguir, saiba qual ferramenta se saiu melhor e acompanhe os testes a seguir realizados pelo TechTudo.

 vale a pena trocar a planilha? — Foto: Reprodução/Pixabay Testamos 3 IAs que organizam seus gastos: vale a pena trocar a planilha? — Foto: Reprodução/Pixabay

O teste seguiu um padrão simples. Primeiro, pedimos que cada IA analisasse os dados fornecidos, montando um diagnóstico financeiro inicial. Em seguida, solicitamos uma projeção dos gastos e do saldo acumulado para os próximos seis meses, simulando um cenário real de planejamento. A ideia era entender não apenas o que cada ferramenta faz com os números, mas como elas lidam com solicitações comuns do dia a dia. Para comparar os resultados, usamos três critérios: velocidade da resposta, profundidade e complexidade das análises entregues e, por fim, o quão amigáveis essas ferramentas são para iniciantes.

Valores utilizados nos testes

Descrição Valor
(Entrada) Trabalho 3500
(Entrada) Freelance 500
Aluguel: 1500
Mercado: 560
Cartão: 1100
Lazer: 140
Assinaturas: 99

Organizando finanças com o ChatGPT

Começando pelo ChatGPT, a ferramenta apresentou uma abordagem mais “pé no chão” logo no primeiro teste, entregando um resumo claro de quanto foi gasto nas categorias informadas e qual valor sobrou ao final do mês. Além de organizar os números, o modelo transformou tudo em porcentagens, facilitando a visualização do peso de cada despesa no orçamento. A ferramenta ainda avaliou minha saúde financeira, considerada saudável e, como é característico do ChatGPT, ofereceu opções extras para trabalhar esses dados, como gerar gráficos ou montar uma planilha mais estruturada.

 Reprodução/Gabriel Pereira Resumo financeiro fornecido pelo ChatGPT — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Ao solicitar uma projeção financeira, tive alguma dificuldade inicial, possivelmente por limitações do plano gratuito. Entretanto, ao insistir para que a ferramenta continuasse, ela produziu uma simulação simples, baseada no saldo restante do mês, para prever um possível crescimento ao longo do tempo. A projeção não foi tão detalhada, mas mostrou um caminho plausível para quem busca entender como a economia mensal pode se acumular.

 Reprodução/Gabriel Pereira O ChatGPT possui limitações na versão gratuita que impedem uma projeção mais aprofundada — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Além da previsão, o ChatGPT também trouxe sugestões práticas para melhorar o orçamento, como identificar gastos reduzíveis para aumentar a poupança. Essa orientação direta contribui para quem deseja implementar mudanças rápidas e compreender o impacto delas no futuro financeiro.

No geral, o ChatGPT oferece clareza, versatilidade e uma gama de ações complementares que enriquecem a experiência. Mesmo com limitações na versão gratuita, a ferramenta se mostra útil para análises rápidas, organização inicial e geração de materiais adicionais, funcionando como uma boa aliada para quem quer entender finanças sem complicação.

Organizando finanças com o Gemini Google

O Gemini se destacou pela agilidade e pela forma direta como interpretou meus gastos. Assim que inseri as categorias — aluguel, mercado, cartão, lazer e assinaturas — a ferramenta organizou tudo em poucos segundos e entregou um diagnóstico claro, acompanhado de sugestões práticas do que fazer com o saldo restante. Logo na primeira interação, o modelo recomendou detalhar os gastos do cartão de crédito para ter uma visão mais precisa, algo que muitos usuários esquecem ao analisar o próprio orçamento.

 Reprodução/Gabriel Pereira Resumo financeiro fornecido pelo Gemini — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Quando pedi uma previsão para o próximo semestre, o Gemini mostrou um dos recursos mais interessantes do teste: a criação de cenários. Ele apresentou um panorama positivo, em que nada foge do controle e é possível poupar todo o valor planejado, e um aspecto negativo, considerando uma emergência que obrigaria a usar parte do saldo acumulado. Além disso, sugeriu ações realistas para cada situação e ofereceu orientação para quem deseja se preparar melhor para o futuro.

No uso cotidiano, o Gemini se mostrou bastante amigável, especialmente para quem está começando a organizar as finanças. Suas respostas são simples, objetivas e trazem um tom de “lista de próximos passos”, o que deixa claro por onde iniciar e como manter a rotina financeira funcionando. Essa clareza ajuda até quem nunca mexeu com planilhas.

 Reprodução/Gabriel Pereira Tabela e projeção fornecida pelo Gemini — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

De forma geral, a ferramenta cumpre muito bem a proposta de transformar dados brutos em um plano financeiro compreensível. O Gemini facilita a vida do usuário com análises rápidas, previsões bem estruturadas e sugestões acionáveis — um combo valioso para quem deseja abandonar o controle manual e migrar para algo mais inteligente e intuitivo.

Organizando finanças com o Microsoft Copilot

O Microsoft Copilot manteve o padrão de agilidade observado nas demais ferramentas e entregou uma análise rápida assim que inseri meu orçamento mensal. A IA organizou minhas entradas e saídas com clareza, separando os gastos por grupos e destacando o peso de cada categoria no orçamento. Logo na primeira resposta, o Copilot chamou atenção para pontos importantes, como a porcentagem consumida pelo aluguel e um alerta específico sobre o cartão de crédito — itens que, na vida real, costumam desequilibrar o planejamento de muita gente.

 Reprodução/Gabriel Pereira O Microsoft Copilot organiza a visualização das movimentações financeiras — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

Além do diagnóstico inicial, a ferramenta trouxe observações sobre minha saúde financeira e apresentou recomendações simples para melhorar o controle do mês. A conclusão do Copilot é estruturada de forma parecida com um checklist, indicando ajustes que podem ajudar quem está começando a organizar as contas e ainda não sabe exatamente onde mexer.

Quando pedi a projeção para o próximo semestre, o Copilot fez o cálculo básico do total acumulado, assim como as outras IAs testadas. Porém, foi além ao oferecer uma análise mais estratégica. A ferramenta sugeriu o valor ideal para manter uma reserva de emergência, indicou a necessidade de reduzir os gastos do cartão para alcançar um orçamento mais equilibrado e recomendou usar o saldo disponível para investir em renda fixa. Além disso, a IA incentivou diversificação — algo raro em análises financeiras geradas por IA.

 Reprodução/Gabriel Pereira Análise estratégica gerada pelo Microsoft Copilot — Foto: Reprodução/Gabriel Pereira

No geral, o Microsoft Copilot se destacou pela combinação de organização rápida, alerta úteis e uma visão estratégica que vai além do básico. Para quem deseja mais do que apenas categorizar gastos e quer receber orientações mais amplas sobre o futuro financeiro, o Copilot se mostra uma ferramenta bem completa.

Vale a pena trocar a planilha por IA?

As inteligências artificiais se tornou aliadas poderosas para quem quer organizar melhor as finanças — especialmente para usuários que buscam automatizar processos e obter análises mais rápidas do que fariam manualmente em uma planilha. Ferramentas como ChatGPT, Gemini Google e Microsoft Copilot ajudam a transformar listas de gastos em diagnósticos claros, projeções e até sugestões de melhorias. Apesar de úteis, elas ainda não são perfeitas quando o assunto é precisão matemática.

 Reprodução/Canva A IA pode ser um grande aliado na organização financeira — Foto: Reprodução/Canva

Durante testes anteriores, foi possível perceber que algumas IAs, como o ChatGPT, podem cometer erros com grandes volumes de dados ou se confundir ao resgatar informações fornecidas anteriormente. Isso pode resultar em cálculos incorretos ou projeções distorcidas porque o modelo perdeu algum valor no processo. Para finanças pessoais — onde cada centavo pode fazer diferença — essa limitação é importante.

Por isso, não é recomendado abandonar completamente a planilha tradicional. Ela continua sendo um recurso visual, estável e extremamente seguro para acompanhar entradas, saídas e totais com precisão. Além disso, a organização manual reduz o risco de erros inesperados e dá ao usuário uma visão mais concreta e tangível do próprio orçamento.

O melhor cenário é combinar os dois mundos. Use a planilha como base oficial dos seus gastos mensais e deixe que as IAs façam o papel de analistas: gerar relatórios, criar previsões, apontar tendências e sugerir cortes. Dessa forma, você mantém o controle dos números sem abdicar do poder analítico e da praticidade que as ferramentas de IA oferecem.

Qual a melhor IA para organizar finanças?

As três ferramentas testadas oferecem recursos valiosos, cada uma com um perfil distinto. O ChatGPT se destaca como a opção mais analítica: organiza os dados com clareza e oferece uma variedade de caminhos extras — criar planilhas, gerar gráficos ou expandir o diagnóstico. É ideal para quem gosta de explorar diferentes formatos e visualizar o orçamento de maneiras variadas.

 Reprodução/Nord Ivestimentos O Gemini se destacou durante os testes em comparação ao ChatGPT e ao Microsoft Copilot — Foto: Reprodução/Nord Ivestimentos

Por outro lado, o Microsoft Copilot demonstra um foco mais estratégico. Além de organizar as despesas, entrega uma análise mais madura do futuro financeiro, sugerindo reserva de emergência, ajustes no cartão de crédito e até possibilidades de investimento. É a escolha indicada para quem quer transformar números em um plano de ação.

Porém, considerando todos os critérios — velocidade, clareza, sugestões práticas e experiência para iniciantes e usuários mais avançados — o destaque geral ficou com o Gemini Google. A ferramenta combina objetividade com uma experiência extremamente amigável. Suas análises são rápidas, suas previsões são intuitivas e suas recomendações são diretas, facilitando tanto a compreensão quanto a tomada de decisão. No conjunto, o Gemini se mostrou o mais equilibrado e consistente, tornando-se a melhor opção para quem deseja usar inteligência artificial para organizar as finanças com simplicidade e eficiência.

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