Uma mulher palestina carrega pertences enquanto caminha em meio aos escombros de uma escola das Nações Unidas, atingida por ataques israelenses no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, em 1º de outubro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Plano de paz de 20 pontos é a mais recente tentativa de pôr fim ao conflito em Gaza
    • Author, Kathryn Armstrong
    • Role, BBC News
  • Há 1 minuto

Trump escreveu em sua rede social Truth Social nesta sexta-feira (3/10) que um acordo deve ser alcançado até as 18h de domingo, pelo horário de Washington (19h em Brasília).

O plano propõe o fim imediato dos combates e a libertação, em até 72 horas, de 20 reféns israelenses mantidos vivos pelo Hamas – bem como dos restos mortais de reféns que se acredita estarem mortos – em troca de centenas de moradores de Gaza detidos por Israel.

Mediadores árabes e turcos estariam pressionando o Hamas por uma resposta positiva à proposta, mas uma figura importante do Hamas afirmou que o grupo armado provavelmente a rejeitará.

"Se este acordo de ÚLTIMA CHANCE não for alcançado, um INFERNO como nunca visto antes se instalará contra o Hamas. HAVERÁ PAZ NO ORIENTE MÉDIO DE UMA FORMA OU DE OUTRA", escreveu Trump na postagem na rede Truth Social.

Mediadores entraram em contato com o chefe da ala militar do Hamas em Gaza, que indicou não concordar com o novo plano de cessar-fogo dos EUA, segundo apurou a BBC.

Acredita-se que alguns líderes políticos do Hamas no Catar estejam abertos a aceitar o plano com ajustes, mas essas pessoas têm influência limitada, pois não têm controle sobre os reféns mantidos pelo grupo.

Outro obstáculo para alguns no Hamas é que o plano exige que eles entreguem todos os reféns nas primeiras 72 horas do cessar-fogo, abrindo mão de sua única moeda de troca.

Acredita-se que 48 reféns ainda estejam detidos em território palestino pelo grupo armado, dos quais apenas 20 estariam vivos.

O plano de 20 pontos, acordado por Trump e pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e anunciado por ambos na Casa Branca na segunda-feira (19/9), também prevê que o Hamas não terá nenhum papel na governança de Gaza e deixa a porta aberta para um eventual Estado palestino.

No entanto, Netanyahu posteriormente reafirmou sua oposição de longa data a um Estado palestino.

"Não está escrito no acordo. Dissemos que nos oporíamos fortemente a um Estado palestino", afirmou em uma declaração em vídeo logo após o anúncio.

Trump disse que Israel teria o apoio dos EUA para "terminar o trabalho de destruir a ameaça do Hamas" se o grupo não concordasse com o plano.

Netanyahu também afirmou que Israel "terminará o trabalho" se o Hamas rejeitar o plano ou não o levar adiante.