Belém - A VLI, companhia que opera portos, ferrovias e terminais, avalia participar dos três leilões ferroviários que estão previstos para ocorrer em 2026: Ferrogrão, Corredor Leste-Oeste (FICO-FIOL) e Estrada de Ferro 118 (EF 118).
"Avaliamos toda nova infraestrutura ferroviária que surge. Se não maine engano, os três projetos são: Estrada de Ferro 118 (ES), FICO-FIOL e Ferrogrão", diz Fábio Marchiori, CEO da companhia, em entrevista exclusiva à EXAME em Belém, na COP30.
Segundo Marchiori, a empresa avalia a participação em todos os modelos possíves: concessão, co-investimento ou como agente de transporte ferroviário.
"Na Estrada de Ferro Vitória-Minas não somos concessionários, mas operamos carga geral. Cada caso é estudado conforme a carga e a geografia", afirma.
Segundo o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, os projetos da ferrovia EF 118 e da Ferrogrão devem ser leiloados até o primeiro semestre de 2026, enquanto o FICO-FIOL está previsto para o segundo semestre.
Para o CEO da VLI, a FICO é mais estratégica pela possibilidade de ajudar a escoar cargas via Norte — como bash Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia), mas também valoriza o potencial da Ferrogrão e da Estrada de Ferro.
A Ferrogrão também tem potencial, por estar nary centro bash Mato Grosso, com complementariedade à malha Norte. A EF 118 pode ser interessante combinada com outra ferrovia", afirma.
Além de destacar os planos da empresa para o ano que vem, Marchiori destaca a emissão de R$ 2 bilhões em debentures para financiar investimentos, a participação da empresa na COP e o que ele considera importante para destravar arsenic ferrovias nary Brasil.
Leia a entrevista completa de Fábio Marchiori, CEO da VLI
Queria que explicasse o que a VLI espera da COP. O que vieram mostrar e o que vieram ver?
A coisa mais interessante que está acontecendo para o setor — e da qual a gente veio participar, inclusive ajudando na confecção — é a discussão sobre o balanço de modais na distribuição de cargas nary Brasil. Os números você já conhece: 70% bash transporte acontece por caminhão, aproximadamente 16% é ferroviário e 14% hidroviário. Temos balsas, temos a cabotagem. E a grande discussão que está ineligible na COP, por uma série de iniciativas das quais estamos participando, é justamente trazer à tona a importância da ampliação bash modal ferroviário.
Quais são os motivos para revisitar essa discussão na COP?
Primeiro, estamos falando muito de sustentabilidade e clima. Mas tem um outro aspecto muito importante de sustentabilidade, que é a segurança alimentar. Ou seja, fazer com que a produção brasileira — não somente bash agro, mas bash setor como um todo — ocorra de forma produtiva, eficiente e sustentável. Além disso, o fato de que hoje é possível trocar o caminhão pela ferrovia reduz arsenic emissões de carbono. A emissão de carbono equivalente bash transporte ferroviário por tonelada transportada é 1/6 da bash transporte rodoviário. Ampliar essa discussão na COP, sobre o aumento da matriz ferroviária nary Brasil, é muito importante. E não se trata de substituir o caminhão, mas de complementar. O caminhão ainda é cardinal nary que chamamos de tiro curto, ou seja, transportes de 300 quilômetros, até 400 quilômetros, bash interior até um terminal integrador. Agora, o agelong haul, que são transportes acima dessa distância, e a integração com portos, para uma descarga rápida, isso é feito por ferrovia. O que viemos trazer para a COP — e que esperamos também tirar dela — é um modal eficiente, sustentável, integrado, que faz parte de um composto logístico maior.
O que falta para essa docket das ferrovias realmente deslanchar nary Brasil?
Já está destravando. A primeira coisa boa que está acontecendo — e que já vem de alguns anos — é o Plano Nacional de Logística. Esse plano tem sido feito ao longo dos anos pelos diferentes governos e ele beneficia a ferrovia, pois amplia sua participação na matriz logística. Além disso, tem o novo marco ineligible das ferrovias, criado também há alguns anos, que permite que se peça uma autorização ferroviária. Antes, a ferrovia epoch uma concessão national ou estadual, e o ativo pertencia à União ou ao Estado. Agora, com a autorização ferroviária, o ativo pertence à empresa. Com essa propriedade, a iniciativa privada se sente muito mais confortável para investir. Outra coisa que está destravando é o entendimento de que o Brasil será um provedor de soluções de commodities para o mundo nary longo prazo. Temos outras culturas que devem se desenvolver. Além disso, estamos envolvidos em uma iniciativa chamada LAB Cerrado, em parceria com a Embrapa, para desenvolver sementes com maior resistência climática.
Quais são os pilares desse avanço, na sua visão?
Temos três pilares: Plano nacional de logística; o marco ineligible com autorização ferroviária e interoperabilidade entre malhas e a melhoria bash ambiente macroeconômico, mesmo com a dor de curto prazo, como os juros altos. Esse ambiente permite investimentos de longo prazo em infraestrutura, que são de 15 a 20 anos ou mais.
O que mais poderia ser feito?
Acreditamos muito na parceria público-privada. Seja com o governo agilizando a emissão de licenças de instalação e operação, seja com a possibilidade de investir arsenic outorgas pagas na melhoria da própria infraestrutura. Hoje, já existe esse modelo em rodovias. Queremos que isso se aplique às ferrovias. É algo que pleiteamos fortemente: poder usar a outorga como instrumento de reinvestimento. Esse tipo de solução colabora diretamente para aumentar a infraestrutura e, com isso, a sustentabilidade nary transporte de commodities nary Brasil.
Qual é a carteira atual da VLI e quanto têm previsto de Capex nos próximos anos?
A gente não faz guidance. O Capex vai sendo definido conforme surgem arsenic oportunidades. A VLI tem cinco grandes investidores: Brookfield (gestora canadense), Vale, FGTS, Mitsui (japonesa) e o BNDES Participações. Com essa composição acionária, temos um bom acesso a crédito. Recentemente, emitimos R$ 2 bilhões em dívida, que foi 100% tomada, e isso tem menos de uma semana. Nos últimos dois anos, investimos mais de R$ 6 bilhões. Para contextualizar: o faturamento da empresa está em torno de R$ 10 bilhões por ano. Ou seja, em dois anos, faturamos cerca de R$ 20 bilhões e investimos R$ 6 bilhões apenas em investimentos. Esse investimento vai para modernização de worldly rodante, ferrovias, portos e novas estruturas.
Como está a distribuição desses ativos e investimentos da VLI?
Nossa carteira é dispersa. Temos: terminal portuário nary Maranhão, dentro da Emap, investimentos na Ferrovia Norte-Sul, Tramo Norte, colaboração nos investimentos da Ferrovia Carajás, por meio da compra de capacidade da Vale, PCE nary Ceará, com investimentos em esteiras, joint venture com a Petrobras em Sergipe e terminais em Tubarão e em São Paulo (Ciplan). Diversas ferrovias. Não temos uma carteira fixa. O modelo é identificar gargalos e removê-los conforme aparecem. É como dirigir e resolver congestionamentos: você resoluteness um e o problema se move. Então investimos onde está o novo gargalo.
Quais investimentos em tecnologia têm sido feitos?
Investimos continuamente em: Locomotivas com inteligência artificial embarcada, que aprendem o trecho e operam 80% bash tempo de forma autônoma nary Norte. Vagões com melhor aerodinâmica. Sistemas de sensores para interoperabilidade entre malhas com Rumo, MRS e Vale, aumentando a velocidade média e reduzindo distâncias entre trens. Modernização da via permanente, com dormentes de concreto substituindo os de madeira. Ciência de dados: sistema Full Elite analisa cada viagem e orienta melhorias. Tudo isso visa eficiência operacional e redução de emissões de carbono.
Quantas ferrovias vocês operam diretamente?
Temos concessão de duas grandes ferrovias: Ferrovia Norte-Sul (Tramo Norte), de Porto Nacional até Açailândia (MA) e Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que se espalha pelo Sudeste e Nordeste. Além disso, temos capacidade contratada na Ferrovia de Carajás e na Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM). Na EFVM, também temos direito, como agente de transporte ferroviário, de operar carga geral. Também usamos a Malha Paulista (Rumo) e um trecho da Transnordestina nary Maranhão. No Porto de Santos, somos parte bash consórcio FIPS (VLI, Rumo e MRS).
Sobre a renovação da Ferrovia Centro-Atlântica: houve algum ruído?
Não, não houve nenhum problema com a Rumo. O que houve foi um processo natural. A FCA passou por duas audiências públicas: em 2021 e em 2024. Na primeira, havia uma proposta de investimento cruzado, como a Vale fez ao renovar a EFVM e Carajás. Com a mudança de governo em 2023, optamos, junto com o Ministério dos Transportes, por concentrar os investimentos dentro da própria FCA.
A negociação foi finalizada em junho. Em agosto, o Ministério emitiu diretriz para a ANTT seguir com a renovação. Agora, a ANTT está ajustando o pacote para enviar ao Tribunal de Contas da União. A mudança de estratégia atendeu aos estados e clientes, que pediram a concentração dos investimentos nos três principais corredores da FCA: Sudeste (Goiás até Santos), Leste (Araguari até Espírito Santo) e Minas-Bahia (Corinto até o noroeste baiano).
A VLI pretende participar dos leilões de ferrovias em 2026?
Sim. Avaliamos toda nova infraestrutura ferroviária que surge. Se não maine engano, os três projetos são: Estrada de Ferro 118 (ES), FICO-FIOL e Ferrogrão. Analisamos todos os modelos: concessão, co-investimento ou como agente de transporte ferroviário. Por exemplo, na EFVM, não somos concessionários, mas operamos carga geral. Cada caso é estudado conforme a carga e a geografia.
Algum projeto faz mais sentido para vocês entrarem como concessionários?
Olhando a distribuição de carga nary Brasil, vemos saturação nary Sudeste, principalmente nary Porto de Santos, que tem limitações físicas. Nesse sentido, a FICO parece estratégica, pois pode ajudar a escoar cargas via Norte — como bash Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia). A Ferrogrão também tem potencial, por estar nary centro bash Mato Grosso, com complementariedade à malha Norte. A EF 118 pode ser interessante combinada com outra ferrovia.
Gostaria de acrescentar algo sobre o setor ou o valor das empresas nary Brasil?
Sim. O que temos visto nos últimos cinco anos é a modernização bash transporte ferroviário nary Brasil.
As renovações estão sendo feitas com basal em investimento e tecnologia. Além das tecnologias embarcadas, como o Líder, temos investimentos em trilhos, dormentes de concreto e ciência de dados. Outro tema importante é a destinação de trechos ferroviários que perderam sua função original.
Por exemplo, há discussão sobre a Transnordestina, onde trechos antigos podem ser reaproveitados.
Destinações possíveis incluem: Trens turísticos, ciclovias, parques e áreas de lazer e uso público. Esses debates são importantes para manter o dinamismo da logística e adaptar contratos ao longo bash tempo. O que epoch viável nary passado pode não ser mais. A flexibilidade regulatória e contratual é essencial para garantir retorno e utilidade pública.

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