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Zema prioriza embates com Lula e cede protagonismo a vice na reta final para eleição de 2026

O governador Romeu Zema (Novo) encerra o que deve ser o último ano completo de seu mandato à frente de Minas Gerais. Em agosto, ele se declarou pré-candidato para a disputa presidencial de 2026 e terá que deixar o cargo se de fato for disputar o Palácio do Planalto.

Enquanto priorizou se tornar uma figura mais conhecida em âmbito nacional ao assumir papel de antagonista do presidente Lula (PT), em território mineiro o governador escalou o vice, Mateus Simões (PSD), para liderar as discussões sobre temas relevantes no estado.

A estratégia faz parte de uma tentativa de popularizar o nome do escolhido por Zema para concorrer à sua sucessão. Os dois compartilham o mesmo marqueteiro, o publicitário Renato Pereira.

Foi Simões, por exemplo, quem esteve à frente das negociações no âmbito do Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), pauta prioritária da gestão neste ano por renegociar as dívidas junto à União.

Opositores de Zema destacam como marcante o mês de maio, quando o vice-governador foi sabatinado por horas na Assembleia Legislativa sobre o Propag. Zema estava em El Salvador com uma comitiva por sua equipe de comunicação, em viagem que custou R$ 197 mil aos cofres do estado.

O roteiro no país do líder de ultradireita Nayib Bukele rendeu uma série de vídeos para as redes sociais do governador, que foram republicados em outubro, logo após a operação policial mais letal da história do país, no Rio de Janeiro.

Além da segurança pública, Zema também buscou antagonizar durante o ano com o governo Lula em temas econômicos. Foi o caso do tarifaço aplicado pelo presidente americano Donald Trump contra o Brasil, tendo Minas como um dos estados mais afetados.

O governador ainda colecionou outras polêmicas em 2025 com suas declarações nas redes e em entrevistas. Ele disse à Folha que a ditadura militar no país "é uma questão de interpretação".

Em um programa de rádio, comparou os moradores de rua a carros estacionados em locais proibidos que devem ser guinchados. Nas redes sociais, comeu uma banana com casca para criticar a inflação dos alimentos no país e soltou um foguete para comemorar uma vitória na Justiça contra o PT.

Já na política estadual, o governador encerra o ano com uma vitória importante na Assembleia Legislativa ao ver aprovado o processo de privatização da Copasa, estatal de saneamento.

A desestatização da empresa era uma promessa de campanha feita ainda na primeira eleição que disputou, em 2018.

O processo só avançou a partir das discussões do Propag e de uma melhor relação do governo com deputados da base, atribuída ao novo secretário Marcelo Aro, que lidera um grupo político no estado.

Apesar de avanços na Assembleia, o governo Zema viu outros planos serem frustrados neste ano por decisões do TCE-MG (Tribunal de Contas do Estado).

Entre eles, estão o projeto de concessão de trechos de rodovias na região metropolitana de Belo Horizonte, que incluía o trajeto da capital até o aeroporto, e o programa de escolas cívico-militares no estado.

Em 17 de dezembro, a corte de contas confirmou a liminar que suspendeu uma consulta do governo junto a 728 escolas para avaliar a possibilidade de transformá-las em instituições cívico-militares.

O TCE também determinou que o governo paralise a adoção do modelo, que já existe em nove escolas estaduais, sob o argumento de falta de lei específica e previsão orçamentária para o programa.

Nesse caso, Zema e Mateus foram às redes sociais para questionar a decisão. Eles afirmaram que o tribunal impede uma escolha que deveria ser dos pais dos alunos e que o governo irá recorrer.

Outro revés para a gestão foi a operação da Polícia Federal que investigou a cooptação de servidores públicos por organização criminosa para liberarem autorizações para mineração em áreas de interesse histórico e ambiental.

A ação levou ao afastamento de servidores que atuavam em órgãos ambientais do governo estadual. A gestão disse à época que não compactua com desvios de condutas de servidores e que decisões que tenham sido baseadas em ilícitos seriam revistas.

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