A Aliança Láctea Sul-Brasileira está desenvolvendo um plano de negócio para expandir as exportações de leite, com o objetivo de aumentar a competitividade do produto brasileiro, desafogar o mercado interno e reduzir a dependência das importações. O plano, elaborado por um Grupo de Trabalho coordenado pelo consultor Airton Spies, prevê a utilização da capacidade industrial ociosa já existente e a construção de novas plantas capazes de processar de 4,03 a 6,16 bilhões de litros equivalentes de leite por ano, exclusivamente para exportação, até 2035.
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A Aliança Láctea Sul-Brasileira está desenvolvendo um plano de negócio para expandir as exportações de leite, com o objetivo de aumentar a competitividade do produto brasileiro, desafogar o mercado interno e reduzir a dependência das importações. O plano, elaborado por um Grupo de Trabalho coordenado pelo consultor Airton Spies, prevê a utilização da capacidade industrial ociosa já existente e a construção de novas plantas capazes de processar de 4,03 a 6,16 bilhões de litros equivalentes de leite por ano, exclusivamente para exportação, até 2035.
O plano foi apresentado e discutido na semana passada, em Florianópolis (SC), durante reunião que contou com a participação de representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Sul (Codesul), o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), governos estaduais e lideranças de produtores e indústrias. Uma analista de projetos do BRDE já tem acompanhado os debates para se inteirar da modelagem financeira necessária à implantação do programa. Segundo o presidente da Aliança Láctea, Rodrigo Rizzo, o encontro reforçou a articulação entre os diferentes atores, e a proposta será formalmente apresentada ao BRDE na próxima reunião do Codesul, prevista ainda para dezembro.
Cada estado da Região Sul receberia incentivos para intensificar a utilização da estrutura industrial existente e, a partir de 2027, instalar mais uma indústria com capacidade para produzir cerca de 2 milhões de litros por dia, em operação contínua, sete dias por semana. Outras quatro unidades de igual ou maior capacidade seriam distribuídas entre os três estados a partir de 2030. Embora Mato Grosso do Sul integre a Aliança Láctea há cerca de um ano, ele não será contemplado nesta primeira fase, devido à produção ainda pequena no estado. O investimento estimado para cada unidade é de R$ 300 milhões.
As plantas industriais produzirão commodities lácteas, como leite em pó integral, manteiga, leite desnatado, pó de soro, queijo muçarela e cheddar e butteroil, com produção inicial equivalente a 304 toneladas de leite em pó por dia em cada unidade. Nesse primeiro momento, seriam exportados cerca de 2,73 bilhões de litros de leite da região por ano, correspondendo a 15 a 20% do total produzido.
A proposta surge em resposta a um desafio estrutural: os custos de produção de leite em pó do Brasil têm sido historicamente superiores aos preços internacionais — referenciados pelo índice de leilões da Global Dairy Trade (GDT), da Nova Zelândia, que serve como parâmetro global. Levantamento da Aliança Láctea mostra que, em 94% dos últimos 35 meses, o custo médio de produção de uma tonelada de leite em pó integral (US$ 4.520) ficou US$ 1.044 acima do preço praticado no mercado global (GDT: US$ 3.476/ton). O plano busca eliminar gargalos que geram esses custos adicionais, com estimativa de R$ 618 milhões por ano em incentivos para reduzir custos, aumentar eficiência e superar obstáculos na cadeia produtiva, tanto no campo quanto na indústria.
O presidente da Aliança Láctea, Rodrigo Rizzo, reforçou que o programa visa criar um sistema integrado entre produtores e indústrias, com incentivos condicionados à produção destinada à exportação. “O foco não é apenas tirar o excesso de leite do Brasil, mas tornar nossa cadeia competitiva e sustentável, garantindo que as indústrias possam investir e crescer com segurança”, afirmou.
Ele explicou que há articulação com o CODESUL e com o BRDE para linhas de crédito com juros compatíveis e prazos adequados, mas os valores exatos dependerão da demanda das empresas. Rizzo ressalta que se trata de um “concurso equalizado”, para corrigir desequilíbrios estruturais, e não de subsídio, mantendo coerência com as ações antidumping do Brasil contra Argentina e Uruguai.
A proposta também inclui medidas de curto prazo, como estímulo ao consumo interno por programas sociais e merenda escolar. Entre as demandas do setor, o Sindilat/RS solicita que o governo federal compre 100 mil toneladas de leite em pó para programas de educação e assistência social, a fim de reduzir o impacto da superoferta e estabilizar os preços.
Incentivos e fundo de equalização visam ampliar competitividade ao leite do Sul
O modelo prevê incentivos específicos para produtores e indústrias que aderirem, como crédito presumido de ICMS, uso eficiente de incentivos do programa federal “Mais Leite Saudável”, isenção ou redução de impostos e criação de um Fundo de Equalização das Exportações. Este fundo apoiará produtores e indústrias na amortização dos investimentos quando os preços internacionais não compensarem os custos. Além disso, as indústrias devem implementar pagamento por sólidos de leite, segmentação da produção, fidelização da relação produtor-indústria, formalização contratual e controle sanitário, incluindo brucelose e tuberculose.
Inspirado no modelo de integração usado na produção de suínos e aves, o programa prevê progressividade nos incentivos e busca tornar o sistema autossustentável até 2035. A expectativa é que a Região Sul possa exportar leite em maior escala, gerar ganhos de eficiência, reduzir custos, enfrentar as importações com competitividade e, ao mesmo tempo, desafogar o mercado interno, protegendo produtores e indústrias da volatilidade de preços e da concorrência desleal.
Para representantes do setor, a proposta representa não apenas uma resposta à crise atual, mas também uma estratégia de longo prazo para transformar o leite do Sul do Brasil em referência de produtividade, eficiência e competitividade internacional. A apresentação formal do plano ao Codesul — e, por meio dele, aos agentes financeiros, especialmente o BRDE — está prevista ainda em dezembro, na próxima reunião do colegiado.
A articulação pretende criar um programa robusto e estruturado, que combine incentivos financeiros, políticas públicas e mercado, promovendo a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.

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