Chamada de Redata, a primeira fatia do plano é um regime tributário especial que desonera de tributos federais os investimentos em data centers, a importação de equipamentos para essas infraestruturas e a exportação de produtos e serviços gerados nessas centrais de dados.

Na prática, o Redata antecipa os efeitos da reforma tributária, que terá todas as alterações funcionando plenamente em 2033. Foi esse o ponto que Haddad sublinhou diante das quatro dezenas de empresários, durante evento promovido pela Amcham, a Câmara America de Comércio para o Brasil, em San Francisco, na Califórnia.
Além de representantes das Big Tech, estavam presentes empresários de donas de grandes data centers, como Ascenty, Elea Data Center, Equinix, Digital Bridge, Scala Data Center e Tecto, além de associações como ABDC e Brasscom.
Nós temos a vantagem de poder antecipar os efeitos tributários para agora. Não precisamos esperar até 2032 para, por exemplo, ter uma Política Nacional de Data Center
Fernando Haddad
Para o ministro, a reforma tributária solucionou uma guerra fiscal entre estados, que gerava "comportamentos oportunistas" e insegurança jurídica para negócios.
"Não tem como voltar para trás. Era um sistema [tributário] tão irracional que o Banco Mundial considerou um dos 10 piores do planeta", afirmou Haddad, citando relatório da instituição que analisou 190 países e posicionou o Brasil no 184ª lugar.
O Redata será enviado ao Congresso Nacional em forma de Medida Provisória ainda na segunda semana de maio. Depois, vai ser regulamentada.
Na sequência, o governo planeja apresentar os outros pontos do plano.
O Redata exigirá dos participantes:
- Sustentabilidade como 'regra para jogar': os data centers precisarão ter energia 100% renovável e limpa, provavelmente solar ou eólica; alta eficiência energética e hídrica ("zero water", ou seja, ficar no zero a zero em consumo de água), circularidade e neutralidade de carbono (tanto nas emissões diretas quanto naquelas decorrentes da energia comprada).
- Duas contrapartidas estratégicas:
- 10% da capacidade dos data centers contemplados deverão ser ofertadas exclusivamente no mercado doméstico, seja para empresas, projetos de pesquisa ou universidades e políticas públicas. Caso não tenha modelo de negócio que permita a venda, a empresa pode doar. Nesse caso, o cálculo é dobrado. Ou seja, bastam 5%.
- Contribuição de 2% da receita para o FNDIT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico), dinheiro a ser usado para fomentar pesquisas relacionadas a data centers, como refrigeração líquida e software de otimização do uso de energia.
Alguns pontos ainda estão indefinidos, outros geraram desconfortos. São os seguintes:
- Dinheiro não é 'carimbado': O dinheiro pode até entrar no FNDIT com o propósito de fomentar pesquisas ligadas a data centers, mas o governo não dispõe de meios legais e regulamentares para forçar que a grana tenha essa finalidade. Já há conversas com BNDES, gestor do fundo, e MDIC, que preside o conselho do FNDIT, para chegar a um arranjo.
- Investidor descontente à vista: Áreas onde alguns impostos são zerados, as ZPE (Zonas de Processamento de Exportação) foram criadas para atrair fábricas voltadas à exportação de bens físicos. Nova lei recente liberou a presença de serviços. Com isso, governos estaduais atraíram data centers para ZPEs locais -é o caso do Ceará com Pecem e do Piauí com Parnaíba. O Redata e seus benefícios fiscais similares tornam esse esforço inócuo. Para contornar a saia justa, o governo alinha um mecanismo para aproximar as condições das ZPEs às do Redata. O objetivo é desestimular o uso das zonas em projetos futuros, mas não penalizar quem já investiu.
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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7 meses atrás
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