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Cuidado no calorão: 7 dicas para não sobrecarregar o ar-condicionado

Quando o calor passa dos 35 °C, o ar-condicionado é um dos aparelhos que mais sofre em casa. Afinal, ele trabalha dobrado para vencer o mormaço, e esse esforço aparece rápido, seja no barulho do motor, no risco de pane ou no aumento da conta de luz. A boa notícia é que não é preciso desligar o eletrodoméstico para economizar; basta ajudá-lo a trabalhar melhor. Ajustes simples no controle remoto, cuidados com a limpeza e estratégias para vedar o ambiente já reduzem significativamente a pressão sobre o motor. Pensando nisso, o TechTudo preparou uma lista com sete dicas, baseadas em engenharia, para usar o ar-condicionado da melhor maneira. Confira!

 Reprodução/Consul Sobrecarregar o ar-condicionado fará sua conta de luz aumentar drasticamente — Foto: Reprodução/Consul

Sobrecargar o ar-condicionado pode custar caro, tanto na conta de luz quanto na manutenção. Para garantir que seu aparelho sobreviva ao verão com eficiência máxima, confira as dicas detalhadas nos tópicos a seguir:

  1. Quais são os riscos de sobrecarregar o ar-condicionado?
  2. Mantenha a limpeza regular dos filtros
  3. Escolha a temperatura certa
  4. Use timers para desligar o ar após dormir
  5. Verifique o fechamento de portas e janelas
  6. Reveze com o ventilador
  7. Saiba escolher um bom ar condicionado

1. Quais são os riscos de sobrecarregar o ar-condicionado?

A sobrecarga ocorre quando o ar-condicionado é forçado a trabalhar além de seus limites de projeto. Por exemplo, em dias muito quentes, a dificuldade de trocar calor com o ar externo aumenta drasticamente a pressão interna do gás refrigerante. Com isso, o esforço mecânico do compressor para manter o funcionamento é muito maior, gerando um calor excessivo que pode derreter o verniz de proteção dos fios internos do motor e causar curtos-circuitos.

Nesse cenário, o componente mais vulnerável e que mais costuma falhar é o capacitor de partida. Isso porque essa peça elétrica é extremamente sensível ao calor ambiente e pode estufar ou perder sua capacidade de carga se a unidade externa superaquecer sob sol forte. Assim, sem o capacitor funcionando corretamente, o compressor tenta partir, mas não consegue, ficando travado e “roncando” até queimar ou desarmar por proteção térmica. Além do risco iminente de quebra mecânica, o motor passa a trabalhar com uma amperagem muito mais alta do que o normal, o que aquece a fiação da casa e faz o valor da conta de luz disparar.

 Reprodução/Freepik Sobrecarregar o ar-condicionado pode causar danos ao aparelho — Foto: Reprodução/Freepik

2. Mantenha a limpeza regular dos filtros

Filtros sujos são a causa número um de falhas graves no sistema de refrigeração residencial. Muitas vezes esquecida, a camada de poeira bloqueia a passagem de ar e altera perigosamente a pressão interna do aparelho. Assim, sem um fluxo de ar suficiente passando pela serpentina, o gás refrigerante não consegue absorver o calor do ambiente corretamente, desequilibrando todo o ciclo termodinâmico da máquina.

Com essa falha na troca de calor, pode ocorrer o congelamento da serpentina interna, criando uma barreira sólida de gelo que isola o sistema e faz o compressor trabalhar ininterruptamente na tentativa frustrada de resfriar o quarto. Esse esforço contínuo gera desgaste acelerado nos rolamentos e pistões, além de desperdiçar uma quantidade enorme de energia elétrica sem resultado prático.

Em situações críticas, o gás pode não evaporar totalmente e retornar ao compressor em estado líquido. Como essa peça foi projetada apenas para comprimir gases, a entrada de fluido líquido provoca um dano mecânico fatal conhecido como “golpe de líquido”, capaz de quebrar pistões e válvulas instantaneamente. Por isso, a limpeza dos filtros deve ser feita quinzenalmente no verão, garantindo a integridade do sistema.

 Divulgação/Shutterstock A limpeza dos filtros é importante para não entupir a passagem de ar — Foto: Divulgação/Shutterstock

3. Escolha a temperatura certa

Muitos usuários acreditam no mito de que ajustar o termostato para 17 °C fará o ambiente gelar mais rápido. No entanto, isso é incorreto, pois a temperatura de saída do ar é sempre a mesma. Ou seja, colocar o aparelho no mínimo apenas força o compressor a trabalhar sem pausas ou ciclos de descanso, o que leva à exaustão do equipamento. Por isso, a norma internacional de conforto térmico (ASHRAE 55) recomenda manter temperaturas internas entre 23 °C e 26 °C.

Assim, manter o ar em 23 °C é suficiente para o conforto fisiológico humano e alivia drasticamente a carga sobre o motor, além de permitir que ele realize ciclos de manutenção que preservam a integridade das peças. Estudos também mostram que cada grau aumentado no termostato gera uma economia de energia de cerca de 7% a 10%. Desse modo, além de poupar dinheiro no final do mês, operar em uma temperatura razoável reduz o calor gerado e preserva a vida útil da placa inversora e do motor, evitando visitas técnicas prematuras.

 Reprodução/Freepik A temperatura de 23°C é considerada ideal para conforto térmico — Foto: Reprodução/Freepik

4. Use timers para desligar o ar após dormir

Durante o sono profundo, o metabolismo do corpo humano desacelera naturalmente, e a temperatura corporal cai. Por isso, não precisamos do mesmo frio intenso da tarde durante a madrugada. Dessa forma, usar a função Timer para desligar o aparelho uma ou duas horas antes de acordar é uma estratégia inteligente, que alinha o funcionamento da máquina à sua necessidade biológica real. Isso porque a inércia térmica das paredes e dos móveis mantém o quarto fresco por várias horas após o desligamento do compressor.

Adotar esse hábito reduz significativamente o tempo total de operação do aparelho, poupando o desgaste mecânico dos rolamentos do ventilador e das válvulas do compressor e aumentando a longevidade do equipamento a longo prazo. Outra opção excelente é ativar o modo Sleep ou Sono, disponível na maioria dos controles, que aumenta gradualmente a temperatura durante a noite (geralmente 1 °C por hora), evitando que você acorde com frio. Com isso, garante-se uma operação mais suave e econômica enquanto você descansa.

 Reprodução/u_ssfofehsaj/Pixabay Os modos do ar-condicionado ajudam na vida útil do aparelho — Foto: Reprodução/u_ssfofehsaj/Pixabay

5. Verifique o fechamento de portas e janela

Deixar frestas abertas permite a entrada contínua de calor e, principalmente, de umidade externa, o que obriga o ar-condicionado a gastar uma quantidade enorme de energia apenas para retirar essa carga latente antes de reduzir a temperatura efetivamente. Por isso, além de vedar portas e janelas, é preciso tomar cuidado para bloquear a incidência direta do sol.

Por exemplo, o vidro deixa o calor do sol entrar no ambiente, aquecendo móveis e criando um “efeito estufa” dentro do cômodo. Nesse sentido, o uso de cortinas blackout pode ser uma boa ideia, já que elas bloqueiam esse calor extra e facilitam o trabalho do ar-condicionado em dias ensolarados.

Com o ambiente bem vedado, o aparelho atinge a temperatura desejada mais rapidamente e não precisa trabalhar no máximo o tempo todo. Assim, modelos Inverter conseguem operar em baixa rotação, enquanto os modelos On/Off desligam o compressor em alguns momentos para descanso. Isso evita o superaquecimento, mantém o funcionamento mais eficiente e aumenta a vida útil do equipamento.

 Divulgação/Agratto Frestas e espaços onde o sol pode entrar forçam o ar-condicionado a gastar mais energia — Foto: Divulgação/Agratto

6. Reveze com o ventilador

O ventilador atua como um grande aliado para aliviar a carga de trabalho do ar-condicionado, pois, embora não reduza a temperatura, gera uma brisa capaz de acelerar a evaporação do suor e diminuir a sensação térmica. Com o equipamento auxiliar ligado, ajustar o termostato do ar-condicionado para 25 °C pode proporcionar um conforto equivalente a 22 °C.

Essa estratégia é extremamente eficiente, já que o consumo médio de cerca de 50 watts do ventilador é irrisório quando comparado aos milhares de watts exigidos por um compressor. Além disso, o uso combinado permite que o ar-condicionado opere com muito mais folga, dedicando-se apenas à refrigeração geral e à desumidificação, enquanto o vento direto garante o conforto térmico dos ocupantes.

 Reprodução/Freepik Um ventilador pode ser a melhor saída para momentos que pedem menos resfriamento — Foto: Reprodução/Freepik

7. Saiba escolher um bom ar condicionado

A prevenção contra falhas começa na escolha do aparelho certo para o seu espaço. Se o ar-condicionado for "fraco" para o tamanho do cômodo ou para a quantidade de sol que bate ali, ele trabalhará sem descanso no limite máximo, o que leva ao desgaste precoce ou até à queima do motor. Por outro lado, um aparelho potente demais para um espaço pequeno ficará ligando e desligando o tempo todo, gerando picos de energia desnecessários que também prejudicam o sistema.

Para não existir esse estresse elétrico, o ideal é priorizar modelos com tecnologia Inverter. Diferente dos aparelhos comuns, que dão um "tranco" na rede elétrica toda vez que o motor liga, o Inverter funciona de forma contínua e suave. Ele acelera o compressor aos poucos e mantém uma velocidade constante, o que evita sobrecargas na fiação da sua casa e protege os componentes internos de desgastes mecânicos bruscos.

Em dias de calor extremo, o compressor Inverter ainda ajusta a rotação para manter a eficiência sem superaquecer. Ele trabalha com temperaturas internas mais baixas e mantém a lubrificação constante das partes móveis, o que ajuda a preservar o conjunto ao longo do tempo.

 Reprodução/Shutterstock: Andrey_Popov É preciso escolher um modelo que atenderá o local desejado — Foto: Reprodução/Shutterstock: Andrey_Popov

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