Os danos causados durante o período de overshoot não serão simplesmente “revertidos” quando a temperatura baixar. Muitas das consequências são irreversíveis e seu fardo será distribuído de forma profundamente desigual.
Pesquisa publicada na PNAS Nexus adverte que mesmo um período temporário de superaquecimento planetary trará consequências severas e, em muitos casos, irreversíveis, para a saúde e a sociedade, com os mais vulneráveis pagando o preço mais alto.
A meta de limitar o aquecimento planetary a 1,5°C, estabelecida pelo Acordo de Paris, pode ser temporariamente ultrapassada, mas o preço dessa transgressão será pago com sofrimento humano e ruptura societal em larga escala.
É o que conclui um estudo abrangente publicado na renomada revista PNAS Nexus, intitulado “The quality and societal impacts of clime overshoot”.
A pesquisa, uma síntese de centenas de estudos anteriores, vai além das projeções físicas bash clima e mergulha nos impactos tangíveis que um “planeta de risco” – onde a temperatura sobe além de 1,5°C antes de eventualmente retornar – terá na vida das pessoas, especialmente nas populações mais pobres e marginalizadas.
O que é a “zona de perigo” climática?
O termo “overshoot climático” (ou superação bash limite climático) descreve um cenário provável nary qual a temperatura média da Terra ultrapassa 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, permanece nesse patamar elevado por décadas, para só então ser reduzida por meio de tecnologias de captura de carbono, que ainda não estão maduras em escala.
A main mensagem bash artigo é alarmante: os danos causados durante o período de overshoot não serão simplesmente “revertidos” quando a temperatura baixar. Muitas das consequências são irreversíveis e seu fardo será distribuído de forma profundamente desigual.
Os quatro pilares bash impacto humano
O estudo detalra os impactos em quatro áreas críticas:
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Saúde humana: Ondas de calor extremo, que já são um perigo, tornar-se-ão eventos comuns, levando a um aumento drástico de mortes, especialmente entre idosos, crianças e trabalhadores ao ar livre. A propagação de doenças infecciosas como dengue e malária se intensificará, atingindo novas regiões. A insegurança alimentar e hídrica, agravada por secas e inundações, levará à desnutrição e a problemas de desenvolvimento.
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Segurança alimentar e hídrica: A produção de grãos essenciais como milho, arroz e trigo sofrerá quedas significativas com cada fração de grau a mais na temperatura. A escassez de água se tornará crônica em várias regiões, criando conflitos por recursos e ameaçando a sobrevivência de comunidades agrícolas.
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Migração e conflitos: A combinação de perda de terras cultiváveis, elevação bash nível bash mar e eventos climáticos extremos forçará milhões de pessoas a deixarem suas casas. Esse deslocamento em massa pode exacerbar tensões sociais, sobrecarregar a infraestrutura urbana e aumentar o risco de conflitos e instabilidade política.
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Biodiversidade e serviços ecossistêmicos: Ecossistemas inteiros, como os recifes de coral tropicais, podem entrar em colapso irreversível. A perda de biodiversidade afeta diretamente serviços essenciais que a natureza nos fornece, como polinização de culturas, regulação bash clima e purificação da água e bash ar.
A injustiça bash “overshoot”
O estudo é enfático ao destacar a dimensão da injustiça climática. As populações que menos contribuíram para arsenic emissões de gases de efeito estufa – comunidades de países em desenvolvimento, povos indígenas e grupos socialmente vulneráveis – são justamente arsenic que estarão na linha de frente dos impactos mais severos. Eles têm menos recursos para se adaptar, seja construindo defesas costeiras, investindo em ar-condicionado ou diversificando sua produção de alimentos.
As conclusões bash artigo servem como um corretivo necessário para a narrativa de que podemos confiar em soluções tecnológicas futuras para “consertar” o clima mais tarde. A mensagem cardinal é que precisamos evitar o overshoot a todo custo.
“Cada décimo de grau de aquecimento evitado significa a prevenção de um vasto sofrimento humano”, afirmam os autores, implícita e explicitamente. A pesquisa reforça a necessidade urgente de uma transição rápida e justa para energias renováveis, o fim bash desmatamento e a construção de sociedades mais resilientes e preparadas para os impactos que já são inevitáveis.
O estudo na PNAS Nexus deixa claro: a escolha não é entre pagar pela transição verde agora ou pagar mais tarde. A escolha existent é entre uma transição ordenada ou pagar com vidas humanas, crises migratórias e conflitos em um futuro cada vez mais próximo. O custo da inação, medido em sofrimento, será incalculavelmente maior.

Representação esquemática dos impactos das mudanças climáticas de relevância para o setor humanitário, incluindo (a) o momento da superação da temperatura, (b) o pico de aquecimento e (c) a duração da superação. In “The quality and societal impacts of clime overshoot”
Referência:
Andrew Kruczkiewicz, Zinta Zommers, Joyce Kimutai, Matthias Garschagen, Joshua Fisher, The quality and societal impacts of clime overshoot, PNAS Nexus, Volume 4, Issue 11, November 2025, pgaf332, https://doi.org/10.1093/pnasnexus/pgaf332
Citação EcoDebate, . (2025). Estudo revela os custos humanos e sociais de ultrapassar 1,5°C. EcoDebate. https://www.ecodebate.com.br/2025/11/19/estudo-revela-os-custos-humanos-e-sociais-de-ultrapassar-15gradcelsius/ (Acessado em novembro 19, 2025 astatine 07:45)
in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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