Notebook ARM vale a pena? Veja prós e contras dos laptops com o chip

Neste guia, você encontra:

Os processadores ARM são chips que possuem uma arquitetura diferente, o que também faz com que possuam um conjunto de instruções distinto (RISC), permitindo que os chips sejam mais eficientes e tenham um TDP (consumo) menor. Isso faz não só com que os chips sejam mais eficientes que os tradicionais chips x86/x64, mas também permite que os processadores ARM sejam adotados por dispositivos mais compactos, uma vez que a solução térmica pode ser mais simples.

Como os processadores ARM utilizam uma arquitetura diferente (RISC), as aplicações precisam ser compatíveis com os chips, uma vez que a maioria dos softwares para PCs, atualmente ainda são desenvolvidos para a arquitetura CISC dos chips x86/x64. Como mencionado, os chips ARM têm um consumo de energia menor, o que permite que sistemas adotem soluções de arrefecimento mais simples, permitindo assim que os equipamentos sejam menores, mais finos e mais leves com um chip ARM.

A tecnologia de processadores ARM promete mudar principalmente a relação de eficiência energética em dispositivos móveis, uma vez que é a tecnologia adotada em smartphones e tablets por exemplo. Desse modo, com um chip ARM a tendência é que o notebook tenha uma autonomia de bateria significativamente maior, o que pode ser um diferencial importante principalmente para quem precisa de muita portabilidade.

Os chips ARM também não requerem soluções de arrefecimento tão avançadas, fazendo com que equipamentos com a tecnologia possam ser mais finos e também tenham menos ruído, uma vez que alguns modelos utilizam até mesmo soluções de arrefecimento passivas, ou seja, sem ventoinhas.

As soluções mais avançadas de chip ARM já contam com os núcleos de processamento neural (NPU), que são uma tecnologia essencial para utilização dos sistemas operacionais com IA integrada, como é o caso do Copilot+ PC da Microsoft. Este deve ser o próximo grande salto para o Windows, uma vez que vai integrar recursos de inteligência artificial ao sistema tornando o uso muito mais inteligente e versátil. Desse modo, investir em um chip ARM compatível pode garantir que você tenha acesso a novos recursos que não devem chegar tão cedo a sistemas de outras arquiteturas.

Atualmente, o principal desafio para migrar para um sistema com processador ARM é a incompatibilidade com alguns softwares. Como mencionado, a arquitetura ARM utiliza um conjunto de instruções diferente, o que faz com que nem todos os softwares sejam compatíveis com os chips ARM. No entanto, há um esforço da indústria em aplicar soluções que possam driblar as incompatibilidades, mas isso pode acabar comprometendo a performance e não garante que todas as aplicações disponíveis para outras plataformas possam ser executadas plenamente em um chip ARM.

Atualmente, os chips ARM também possuem um certo perfil mais voltado para produtividade, podendo fazer com que não sejam indicados para quem além de trabalhar com o notebook, também pretenda jogar, por exemplo. Por ser uma tecnologia recente, o custo também acaba sendo mais alto mesmo para soluções ARM de entrada, fazendo com que usuários que procuram por um novo notebook, acabem considerando modelos convencionais mais avançados do que as poucas opções com processadores ARM disponíveis no mercado atualmente.

Atualmente no Brasil não existem tantas opções de notebooks com processadores ARM, mas as principais fabricantes já contam com ao menos um modelo para quem deseja experimentar a tecnologia. A Samsung oferece desde soluções de entrada, como o Galaxy Book Go com processador Snapdragon 7C, uma alternativa mais básica que aparece no mercado, até soluções mais avançadas, como o Galaxy Book4 Edge com processador Snapdragon X Plus, que já é um Copilot+ PC.

A Dell também tem um modelo com processador Snapdragon X Plus, o Dell Inspiron 14 7441. Enquanto a Acer, sendo mais uma marca bem popular no mercado brasileiro, oferece o notebook Swift 14 IA, que também conta com chip Snapdragon X Plus. E as opções não param por aí, o mercado brasileiro conta ainda com modelos como o Asus VivoBook S15, sendo um notebook equipado com processador Snapdragon X Elite.

Os notebooks equipados com processador ARM se destacam principalmente pela autonomia de bateria que, em média, fica na casa de 10 horas, enquanto um notebook tradicional, com processador x86, costuma entregar cerca de cinco horas de uso contínuo. Esse diferencial se deve à eficiência energética desses chips, que consomem menos energia sem comprometer o desempenho em tarefas do dia a dia, tornando-os ideais para quem precisa de um dispositivo portátil e confiável ao longo do dia.

Apesar dessas vantagens, investir em um notebook com um processador ARM mais avançado ainda pode representar um custo elevado. Isso porque, atualmente, o mercado brasileiro oferece poucas opções equipadas com essa tecnologia, e os modelos disponíveis costumam estar em uma faixa de preço mais alta em comparação com notebooks convencionais. Sem contar que a compatibilidade de softwares pode ser um fator a ser considerado, já que algumas aplicações ainda não foram totalmente otimizadas para essa arquitetura.

Se você está considerando investir em um novo notebook, talvez ainda não seja a hora de partir para um modelo com chip ARM. Afinal, além de ainda não oferecer compatibilidade total com as aplicações mais populares, a tendência é que o investimento necessário para comprar um dos equipamentos mais equilibrados acabe sendo consideravelmente mais alto do que o necessário para um notebook convencional com especificações mais avançadas.

É claro que se você quer partir para um Copilot+ PC ou mesmo se faz questão de uma maior autonomia de bateria, os notebooks com ARM podem sim ser bem interessantes. Mas, talvez, aguardando um pouco, o mercado acabe apresentando soluções um pouco mais acessíveis e até mesmo a tecnologia evolua a ponto das possíveis incompatibilidades passarem a ser coisa do passado.

🎥 [Unboxing] Asus Zenbook 14: veja detalhes do notebook