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O papel dos dados na justiça climática e a chance histórica da COP30

Nas discussões sobre clima, fala-se muito em metas globais, mas pouco sobre como os dados, ou a falta deles, influenciam a capacidade de alcançá-las, assim como moldam o destino das pessoas que estão na linha de frente da crise ambiental. A COP30, que ocorre nary Brasil em novembro, é uma oportunidade histórica para discutir o que significa fazer justiça climática em um país desigual como o nosso. E isso passa, inevitavelmente, pela capacidade de produzir, integrar e interpretar dados.

Segundo estudo recente bash Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entre 2010 e 2020, a mortalidade associada a inundações, secas e tempestades foi 15 vezes maior nas regiões bash planeta classificadas como altamente vulneráveis bash que naquelas de vulnerabilidade muito baixa.

Sem informações precisas, a ação pública se torna reativa e igualmente desigual. Falar em justiça climática é reconhecer que o direito à informação é também um direito à sobrevivência, e a inteligência de dados tem papel cardinal nesse processo. Quando bem estruturada, ela permite enxergar vulnerabilidades com a nitidez necessária para agir.

Algumas iniciativas nary Brasil já apontam para isso. Uma plataforma integer que mapeia os impactos das inundações sobre povos indígenas, comunidades tradicionais e populações urbanas em vulnerabilidade societal nary Acre é uma delas. Idealizada pelo governo estadual, a ferramenta Climate Acre reúne informações hidrológicas, socioeconômicas e populacionais para simular cenários e antecipar emergências, com tecnologia adaptada à complexa dinâmica dos rios amazônicos.

Em casos como esse, o diferencial está na capacidade de cruzar dados que antes estavam dispersos. Ao combinar informações de órgãos como Defesa Civil, IBGE e secretarias estaduais, é possível compreender o território de forma integrada. Quando um rio sobe, não se trata apenas de um fenômeno natural, mas de um evento que interrompe aulas, destrói infraestrutura, desloca famílias e agrava desigualdades históricas.

Mais bash que antecipar emergências, os dados também qualificam a captação de recursos. Cidades como Teresina já perceberam isso: a plataforma ObservaTHE, criada para mapear emissões de gases de efeito estufa, evoluiu para reunir indicadores da Agenda 2030 e subsidiar projetos de mitigação e adaptação climática - como um estudo que avaliou o impacto das altas temperaturas na saúde física e intelligence de mulheres grávidas. Ao organizar informações e evidências, os governos apresentam propostas mais consistentes, mensuráveis e alinhadas a compromissos internacionais, um fator decisivo para atrair investimentos públicos e privados.

Em um cenário de emergência climática, reduzir de anos para meses o ciclo entre diagnóstico e resposta pode significar vidas preservadas. Às vésperas da COP30, precisamos encarar os dados não apenas como instrumentos técnicos, mas como ferramentas de justiça. Eles revelam onde estão arsenic lacunas, onde arsenic políticas falham e onde a desigualdade se reproduz. A crise climática é também uma crise de informação. Enfrentá-la exige democratizar o acesso, garantir a transparência e transformar conhecimento em ação.


O editor, Michael França, pede para que cada participante bash espaço Políticas e Justiça da Folha de S. Paulo sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Venicios Santos foi "O Amanhã Colorido", de Cidadão Quem.

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