O projeto World ID, que paga pessoas em criptomoeda por uma foto de sua íris, viralizou no TikTok. Implementada no Brasil em novembro de 2024, a iniciativa, que tem como um de seus fundadores o CEO da OpenAI, Sam Altman, visa criar uma “Identidade Global” única, e à prova de fraudes digitais. O projeto da World Foundation ganhou popularidade nas redes sociais conforme mais brasileiros foram descobrindo os pontos de coleta com as Orbes, câmeras especiais para registro da íris, a curiosidade — e as filas — foram aumentando, principalmente pela possibilidade de receber criptomoedas Worldcoins (WLD) por ser voluntário do projeto.
Como consequência, a hashtag “WorldID” explodiu no TikTok nas últimas semanas, com diversos usuários compartilhando vídeos do processo de “vender a íris” em troca de prêmios que, conforme a página do programa, podem chegar a 77 Worldcoins, cerca de R$ 992 pela cotação desta quarta-feira (15) no Coinbase. Abaixo, entenda mais sobre o projeto, saiba como funciona o processo de "vender a íris" e confira as controvérsias do World ID.
Vender a íris? Projeto Wolrd ID viraliza no TikTok por pagar em cripto — Foto: Reprodução/TikTok Íris é a parte colorida do olho, e este anel pigmentado controla a quantidade de luz que entra na pupila. Ela funciona como uma cortina que abre e fecha automaticamente para evitar que a retina receba muita luz e acabe danificada, ou permitindo que ela receba mais luz para enxergar em condições de baixa luminosidade. A parte interessante para a World ID, no entanto, é que cada íris possui um padrão único, com muito mais pontos de identificação que impressões digitais, por exemplo, sendo ideais para sistemas de validação por biometria.
O que é a World ID e para que serve?
A World ID é um sistema de identidade global que se vale desses padrões únicos da íris para criar um código de validação único e — ao menos teoricamente — impossível de ser reproduzido por mecanismos de inteligência artificial (IA). Com isso, a World ID busca atuar como uma camada de segurança para validação de identidade, certificando que o usuário acessando um dado serviço seja, de fato, humano, e não uma cópia digital criada por IA. Um dos fundadores do projeto é Sam Altman, CEO da OpenAI, mas a World ID não possui relação direta com o ChatGPT ou outras ferramentas da empresa.
World ID: Brasil já tem mais de 640 mil usuários cadastrados, e mais 150 mil com íris escaneada — Foto: Reprodução/World Fundation Após nossa matéria de dezembro, a World ID entrou em contato com o TechTudo explicando que a imagem da íris utilizada para criar o código biométrico é apagada automaticamente após a coleta, exceto caso o usuário solicite armazená-la localmente em dispositivo próprio, como um pendrive. Além disso, as Orbes de coleta trabalham com tecnologia de Computação Multipartidária Anonimizada (AMPC), que faz com os dados da íris “sejam processados de forma criptografada (...) tornando-os anônimos desde a origem". Dessa forma, todos os dados processados e transmitidos são totalmente anônimos e criptografados.
Como vender a íris para a World ID?
Para “vender a íris” para a World ID, é preciso baixar o aplicativo World App, cujo link está disponível na página oficial do projeto (https://world.org/world-id), e se cadastrar para obter sua World ID. Em seguida, basta buscar um ponto de coleta e realizar o agendamento para fotografar a íris. Atualmente, são 656 orbes instaladas mundialmente, com 40 apenas no Brasil. Por enquanto, todas as unidades estão instaladas na cidade São Paulo, mas a organização entende que o Brasil seja um “player” importante na economia global e deve expandir as coletas para mais cidades em breve.
Feita a coleta da íris, o usuário recebe imediatamente 20 Worldcoins (WLD) no World App, com mais 25,85 WLD sendo depositadas ao longo dos meses seguintes, e outras 25,83 WLD ao validar o passaporte no processo. Os valores são quebrados por se tratar de uma criptomoeda validada em blockchain, e são decrescentes conforme mais usuários se cadastram como voluntários nessa fase inicial de coleta.
Worldcoin: quanto vale e como funciona?
Também por se tratar de uma criptomoeda, a correlação monetária da Worldcoin varia com frequência. Segundo o site Coinbase, na data de publicação desta matéria, a Worldcoin estava avaliada em R$ 12,89, com última atualização às 12:33 do dia 15 de janeiro. Por outro lado, como a tendência é que o projeto se expanda para compor uma economia global digitalizada, é esperada uma flutuação maior do valor ao longo dos próximos anos. Sendo assim, é preciso ponderar se é mais interessante sacar a recompensa imediatamente, ou esperar, na expectativa de que ela se torne forte como a Bitcoin.
O saldo da Worldcoin fica disponível imediatamente após a coleta da íris e validação dos processos adicionais, como verificação digital do passaporte, e pode ser consultado no aplicativo World App. Para sacar o dinheiro, basta realizar a transferência do valor em Reais para uma conta bancária convencional, ou em WLD para uma carteira digital de criptomoedas, mas os valores variam constantemente.
Para que serve o World App?
O World App é a carteira de criptomoedas proprietária da World Foundation. O app serve para gerenciar diretamente os tokens WLD, acessar outros serviços do ecossistema e, eventualmente, realizar transações em instituições cadastradas. O aplicativo oferece funcionalidades de pagamentos e transferências, além de armazenar os dados da identidade global dos usuários, a World ID.
Controvérsias e riscos do projeto
Apesar de parecer bastante promissor à primeira vista, o projeto da World ID vem levantando uma série de questões sobre segurança digital e proteção de dados pessoais, principalmente por oferecer uma proposta de economia e gestão e validação de identidade descentralizada, mas, ironicamente, centralizadas em torno da fundação Tools for Humanity. Por essa razão, entidades de segurança digital do mundo todo estão analisando de perto a implantação da World ID, e submetendo o processo a suas normas locais de regulamentação, como é o caso da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), no Brasil.
ANPD abre processo contra projeto
Logo após a World ID inaugurar os pontos de coleta no Brasil em novembro, a ANPD abriu um processo de investigação para fiscalizar a implantação do projeto por aqui. Segundo o porta-voz da World ID, a ação não se trata de uma tentativa de barrar a World ID, mas validar se a plataforma e o tratamento dos dados estão em conformidade com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Conforme o desenrolar das investigações, é possível, sim, que a ANPD intervenha aplicando sanções e restrições ao projeto, ou até seu banimento, caso entenda que ele oferece riscos reais para a segurança de dados dos brasileiros. No entanto, até lá, a World ID continua realizando o cadastro de íris e premiando os voluntários com Worldcoins.
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11 meses atrás
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